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Crítica | A Imperativa Thanos

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

As aventuras interestelares dos Guardiões da Galáxia, após vinte e cinco números, tem seu fim em A Imperativa Thanos. A história tem início imediatamente após a captura do Titã Louco por Peter Quill, o Senhor das Estrelas, e sua equipe. Dessa vez, contudo, temos outros heróis em cenário e nos encontramos diante de uma minissérie que apresenta uma ameaça ainda maior que as duas sagas recentes, Aniquilação e Aniquilação 2: A Conquista.

A trama começa com um flashback da guerra de Aniquilação, uma conversa entre Quill e Richard Rider (o último sobrevivente da Tropa Nova). Aqui já podemos ser lembrados da coesão dos roteiros de Dan Abnett e Andy Lanning, ao ponto que tal memória não é só utilizada como introdução para o que veríamos a seguir, como é retomada no último número da minissérie. Mas, antes de adentrar em tais detalhes, vamos dar um resumo da história para aqueles que ainda não leram os Guardiões. O tecido do universo encontra-se em risco após os dois grandes conflitos pelo qual passou recentemente. Por mais que o Senhor das Estrelas tenha criado uma equipe para evitar posteriores desastres, a situação fugiu de seu controle e uma gigantesca falha interdimensional foi aberta, ligando este universo ao Cancerverso, uma realidade onde a Vida superou a Morte.

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Bad Kitty!

Diante de uma gigantesca invasão das horrendas criaturas da outra dimensão, que visam tomar este lado também para si, destruindo a morte mais uma vez, o Império Kree lidera uma força de resistência à beira da grande fenda. Não é preciso dizer que outros poderes do universo decidem intervir, já que tudo está em risco. Dentre esses, estão os Abstratos, como Galactus e a própria morte, através de seu emissário, que garante o nome da minissérie: Thanos. Dito isso, temos um dos maiores antagonistas do universo Marvel como o elemento de salvação. Com esse plano galáctico formado, somos levados através de diversos pontos de vista, focados em alguns personagens. Os definitivamente centrais são Peter Quill e Richard Rider, que lideram diferentes equipes – uma no cancerverso e outro em nossa realidade.

Abnett e Lanning conseguem mesclar os diferentes lados da trama de forma bastante orgânica, trazendo não só ameaças de mesmo nível em cada setor, como oferecendo ações que atuam em conjunto para a resolução do problema. Dessa forma não sentimos aquela comum preferência por um dos pontos de vista, tão comum em histórias do tipo – ficamos igualmente imersos seja pela missão do Senhor das Estrelas, seja pela de Nova. Tal mérito reside nas elipses utilizadas no texto, que não perde tempo nos oferecendo uma visão exageradamente detalhada de todo o conflito, tudo é feito de forma concisa, vide a resumida forma como se apresenta: seis edições. O texto somente sofre em alguns pontos através de alguns plot-twists forçados, mas nada que prejudique a obra como um todo.

Deixar todo o mérito nas mãos do roteiro, contudo, seria um equívoco, já que um grande catalisador de nossa imersão é a arte de Miguel Sepulveda. Seus traços, claramente trabalhados à mão está longe de ser considerado “limpo”, ainda assim, seu uso do sombreado garante um tom mais sombrio à narrativa. São tonalidades mais escuras que muito bem se mesclam e mesmo a reluzente armadura de Nova não se destaca perante à aparência de outros personagens. Devo destacar também o design do Surfista Prateado, que, ao contrário do comum, adota um visual unicamente cósmico, que assemelha um vidro temperado refletido. Outro que nos chama a atenção é a reutilização dos trajes antigos de Drax, fazendo uma clara homenagem às suas primeiras aparições nas mãos de Jim Starlin e Mike Friedrich, em 1973.

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A tensão no ar

Não é preciso dizer que todo o senso de humor utilizado nas edições de Guardiões da Galáxia se faz presente nesta história, amenizando a temática pesada mesmo diante de algumas mortes inesperadas. Essa característica se mantém até as páginas finais da última revista, que nos entregam um encerramento nada menos que épico, tirando um certeiro sorriso dos leitores que irão mais que se contentar com a coesão já citada, fechando um ciclo iniciado nas primeiras páginas da minissérie de uma forma condizente ao que vimos desde Aniquilação.

Concisa e precisa, A Imperativa Thanos encerra o grupo dos Guardiões da Galáxia formado em 2008, trazendo uma história que prende cada leitor do início ao fim, mesmo com alguns deslizes no roteiro. A este ponto, Abnett e Lanning já tem total controle de seus personagens, fazendo bom uso de cada um deles mesmo diante de um enorme acervo de coadjuvantes notáveis. É uma leitura obrigatória para todos que acompanharam Peter Quill e Nova desde a guerra contra o Aniquilador, contando com inúmeras referências às sagas passadas e à própria história de diversos personagens. Definitivamente uma minissérie digna da linha seguida até então, fechando com chave de ouro o que vimos desde 2006.

A Imperativa Thanos (The Thanos Imperative, EUA, 2010)
Roteiro: Dan Abnett e Andy Lanning
Arte: Miguel Sepulveda
Editora: Marvel Comics

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