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Crítica | A Liga da Justiça e os Jovens Titãs

por Guilherme Coral
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Os Jovens Titãs esbanjaram um surto de popularidade quando, no início dos anos 2000, a série animada com os personagens estreou. No entanto, desde o término do seriado em 2007, o grupo ficou ausente das animações da DC, até 2013, quando uma versão mais cartunesca, Os Jovens Titãs em Ação! (Teen Titans Go!), chegou às telinhas – no DC Animated Universe nem sinal deles, porém. Isso mudou em 2016, com o lançamento de A Liga da Justiça e os Jovens Titãs, cujo título deveria ser ao contrário, visto que a Liga permanece em segundo plano, sendo essa uma aventura protagonizada pelos Titãs.

Como de costume, a história tem início com um embate genérico entre a Liga e a Legião do Mal, prólogo que, de fato, poderia ser cortado sem cerimônia, o que não impactaria a trama geral em absolutamente nada. A problemática central inicia quando Superman é dominado por um estranho espectro, que, posteriormente, descobrimos ser da dimensão do pai de Ravena, Trigon. A intenção desse ser é justamente trazer à Terra Trigon, que visa conquistar o planeta. Enquanto isso, Damian Wayne, o novo Robin, é enviado para QG dos Jovens Titãs a fim de aprender a trabalhar em equipe. Depois de alguns conflitos iniciais, eles se juntam para derrotar a ameaça, tudo enquanto Ravena precisa lidar com seu passado.

Embora A Liga da Justiça e os Jovens Titãs conte com sua boa dose de ação – com muitas sequências longas demais e outras inteiramente dispensáveis – o roteiro claramente se preocupa em construir alguns de seus personagens. Damian e Ravena claramente ocupam o palco central, tendo não só suas personalidades desenvolvidas, como sua própria relação – em relação um ao outro e ao restante dos Titãs. Estelar, Mutano e o Besouro assim permanecem no raso, mas, ao menos, existe química entre eles, algo que vai crescendo quando se trata do jovem Wayne, enquanto a narrativa progride.

Dessa forma, passamos a nos importar com esses personagens, por mais que sejam inéditos no DC Animated Universe – mesmo aqueles que não assistiram o ótimo desenho dos Jovens Titãs certamente aprenderão a gostar desse pequeno grupo de heróis mirins (à exceção de Estelar, que já é mais crescida aqui, atuando como líder e instrutora da equipe). Já os que acompanharam a animação dos anos 2000 notarão a similaridade no tom e sentirão familiaridade com a interação entre tais heróis, por mais que a atmosfera estabelecida aqui seja um pouco mais madura que a vista na série animada.

O traço, naturalmente, segue o mesmo estilo das animações passadas do DCAU desde Liga da Justiça: Guerra, com um visual bem pasteurizado. Esse ponto tira muito da alma da animação, fazendo-a parecer como fruto de uma grande linha de produção homogênea, mas, ao menos, houve uma nítida melhoria desde a citada animação da Liga. Problemas como a movimentação travada dos personagens continuam, mas as sequências de ação são bem conduzidas, com lutas realmente engajantes, que permitem que acompanhemos os personagens sem tudo soar extremamente confuso, fruto, claro, da direção de Sam Liu, que já trabalhara em inúmeros outros projetos da DC, como Crise em Duas TerrasThe BatmanLiga da Justiça: Deuses e Monstros.

Os problemas do traço genérico utilizado nessas animações, portanto, não são capazes de esconder as muitas qualidades de A Liga da Justiça e os Jovens Titãs, que, apesar das inúmeras sequências longas ou desnecessárias de ação, consegue desenvolver apropriadamente seus personagens, fazendo com que nos importemos com cada um deles. Felizmente, pouco depois, ganhamos outra animação do grupo em forma de longa-metragem, Jovens Titãs: O Contrato de Judas.

A Liga da Justiça e os Jovens Titãs (Justice League vs. Teen Titans) — EUA, 2016
Direção:
 Sam Liu
Roteiro: Bryan Q. Miller, Alan Burnett
Elenco (vozes originais): Rosario Dawson, Christopher Gorham, Shemar Moore, Jerry O’Connell, Jason O’Mara,  Stuart Allan, Jake T. Austin,  Taissa Farmiga, Sean Maher, Brandon Soo Hoo, Kari Wahlgren,  Jon Bernthal, Laura Bailey
Duração: 78 min.

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