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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 5X08: The Last Day

por Ritter Fan
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Aviso: Há spoilers do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel .

The Last Day é um daqueles raros episódios que pode ser classificado como “sacana” sem que o adjetivo seja exatamente pejorativo. Começando por seu título finalista, passando pela promessa de explicações e do conflito contras os Kree no Farol que nunca vem e encerrando com uma revelação que não nos é revelada de verdade, tudo é uma cortina de fumaça para um episódio essencialmente filler, mas que, estranhamente, acaba funcionando bem.

A aparição de Robin já idosa ao final de Together or Not at All foi o cliffhanger que trazia escrito em letras garrafais e em neon que finalmente teríamos as explicações que ansiávamos. Mas Robin continua a mesma garota confusa com profecias herméticas e, pior, agora tratando passado, presente e futuro como se fossem a mesma coisa. O roteiro da dupla James C. e Sharla Oliver, então, usa esse gancho como artifício narrativo para manter o espectador no escuro, apenas soltando flashbacks aqui e ali quase de forma não-linear.

E são esses flashbacks que realmente importam aqui, já que eles estabelecem algo que julgava impossível pelo que já havia sido demonstrado na temporada. Afinal, Fitz deu uma de Han Solo e congelou-se em 2017, acordando 74 anos depois, no futuro para onde sua equipe havia sido enviada por Enoch por intermédio do monólito. Isso significaria, em tese, que estamos falando de uma única linha temporal e que Fitz a atravessou sem ser transportado para o futuro com um DeLorean ou dispositivo semelhante. Ou seja, nada de multiverso.

Mas, agora, os flashbacks contam outra história: vemos partes da equipe em 2018 e em 2022 lidando com o tal futuro apocalíptico que pode ou não ter sido causado por Daisy. Neles, vemos May, Jemma e Yo-Yo, que deveriam estar no futuro distante e também o próprio Fitz, que deveria estar congelado. Ah, também vemos brevemente Daisy no que Voss diz ser sua última aparição antes de quebrar o mundo. E, não satisfeitos em fundir nossa cabeça, os roteiristas ainda inserem outros dados na história, como May ter se tornado a mãe adotiva de Robin e Fitz-Simmons terem sido os responsáveis pela invenção da máquina do tempo.

Ou seja, o episódio dá a entender que estamos mesmo diante de um universo alternativo. Mas a expressão chave é “dar a entender”, pois a única maneira de conciliar a narrativa, mesmo que isso não tenha ficado completamente claro, é considerar que estamos diante de um loop temporal. Robin prevê a destruição da Terra, manda Enoch ao passado para enviar a equipe para o futuro e isso encadeia o loop, da seguinte forma: no futuro, a equipe descobre como voltar usando a máquina do tempo de Fitz-Simmons, mas Daisy – ou alguém – destrói o planeta do mesmo jeito, fazendo com que a equipe remanescente leve os sobreviventes para o Farol e entabule um pacto com os Kree. Esse ciclo, como Fitz menciona, pode já ter acontecido inúmeras vezes, sempre com o mesmo desfecho. Bem, pelo menos é essa explicação conciliatória que consigo chegar…

Não disse que esse foi um episódio sacana? Só pelos pontos acima, que criam um “passado alternativo” em uma linha temporal que parecia una e direta, já temos um exemplo disso. Mas o bom é que não só o roteiro é eficiente em nos fazer coçar a cabeça em completa incredulidade e desespero para saber mais, como a direção de Nina Lopez-Corrado é muito bem estruturada, com uma decupagem precisa e uma montagem que é cirúrgica para levantar dúvidas na medida certa. Entendemos, sem muito esforço, a progressão narrativa e aceitamos aquilo que vemos, mesmo querendo saber mais, como algo possível, ainda que absolutamente intrigante.

Em termos de ação, ela se limita à introdução de Voss (Michael McGrady) que, não demora, revela-se como traidor, e Mack, Yo-Yo e Flint lidando com o expurgo dos humanos por Kasius, com o uso dos simpáticos Vrellnexians. No caso de Voss, suas ações cumprem a função narrativa de acelerar o desfecho do episódio e, claro, justificar seu título, mesmo considerando que Deke continua um tanto perdido na temporada e que o roteiro tenha arrumado um jeito mequetrefe para evitar que Daisy use seus poderes. Já a ação no Farol arma a esperada insurreição humana, algo que não necessariamente parece ser tão importante assim no cômputo geral, mas que pode render bons momentos, como já rendeu com Mack de volta com seu icônico shotgun-axe.

Flint é que é um mistério. De completo zé ninguém introduzido tardiamente no arco, ele, subitamente, pelo que parece, é a chave para tudo. Seu nome não só é mencionado insistentemente por Robin ainda menina em um dos flashbacks, como ele é parte do segredo (que irritante foi o final sem sabermos o que raios ela disse à May!!!) e, portanto, da forma como toda a situação será resolvida. Em tese, aquele meu receio que mencionei lá atrás sobre ele ser o “consertador de mundos” volta a se intensificar, ainda que, talvez – não sei como – ele possa ser o verdadeiro Destruidor de Mundos, já que a teoria sobre Graviton parece estar cada vez mais distante a não ser que uma bombástica revelação seja feita em breve, o que seria um tanto quanto fora de contexto e aleatória.

Como já diria o Pica-Pau: fomos tapeados! The Last Day está longe de ser o fim do mistério e as revelações prometidas vieram a conta-gotas e trazendo mais novas perguntas do que respostas a perguntas antigas. Foi sacana, mas foi bom.

Agents of S.H.I.E.L.D. – 5X08: The Last Day (EUA, 19 de janeiro de 2018)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Nina Lopez-Corrado
Roteiro: James C. Oliver, Sharla Oliver
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wein, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Eve Harlow, Pruitt Taylor Vince, Coy Stewart, Pruitt Taylor Vince, Rya Kihlstedt, Myko Olivier, Dominic Rains, Florence Faivre
Duração: 43 min.

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