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Crítica | Agents of S.H.I.E.L.D. – 5X13: Principia

por Ritter Fan
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Marion Cobretti

Episódio

  • Há spoilers do episódio e da série. Leia, aquias críticas dos outros episódios e, aquide todo o Universo Cinematográfico Marvel .

Quando Coulson e Daisy abordam Tony Caine (Jake Busey) em uma garagem e Tremor começa a chamá-lo por seus vários codinomes, Marion Cobretti é mencionado. Uma série de super-heróis que faz referência a Stallone Cobra deveria ser proibida, pois esse tipo de easter-egg é desleal, transformando todo e qualquer episódio que usa desse expediente automaticamente insuperável e merecedor de pelo menos cinco estrelas. E pronto, acabei a crítica. Podem ir lá nos comentários para dizer que concordam plenamente, digitando com um fósforo na boca, óculos escuros espelhados e luvas pretas de couro depois de cortar pizza fria com tesoura…

Brincadeiras à parte (ou nem tanto), Principia é um episódio funcional. Depois de apelar para a nostalgia pura ao comemorar o 100º episódio, os showrunners voltam à “programação normal” usando como gancho a fenda espaço-temporal aberta em The Real Deal que, como Fitz já havia deixado claro, não foi fechada apropriadamente. Assim, parte da equipe sai para obter mais gravitonium, o que definitivamente reintroduz de vez essa instável substância, colocando-a novamente à frente das especulações originadas lá na primeira metade da temporada como candidata à catalisadora da destruição da Terra, possivelmente com a volta do Dr. Franklin Hall, desta vez já como Graviton, super-vilão dos quadrinhos.

Trata-se de uma missão básica que, porém, faz referência não só à tomada de poder pela Hydra lá atrás em Soldado Invernal – algo que perpassa todo o episódio – como também à Cybertek, empresa conectada com a agência vilanesca e responsável pelo Projeto Deathlok. A amarração de elementos de priscas eras é boa e sempre bem-vinda, algo que a série tornou-se particularmente especialista em fazer (e sim, ainda estou esperando sentado para saber o que aconteceu com o irmão inumano da senadora da temporada passada…) e, aqui, como Daisy deixa bem claro, o objetivo é matar dois coelhos com a proverbial uma cajadada só: recuperar o gravitonium e obter material para as próteses de Yo-Yo. Para isso, uma pequena caçada começa, primeiro com a localização do já mencionado Tony Caine, que assinara os atestados de óbito falsos dos cientistas da Cybertek para encobrir seus paradeiros de forma a chegar a um deles e, então, à substância. Ou seja, um caça ao tesouro típica e de estrutura clichê, o que não é algo necessariamente ruim.

Em uma daquelas coincidências de revirar os olhos, Caine, ora, ora, é amigo de longa data de Mack e tudo fica entre bros, ainda que eu desconfie de qualquer papel que Jake Busey faça. De toda forma, a ação no navio que batiza o episódio que, no lugar de afundar anos atrás, está quase em órbita da Terra, foi uma sacada genial e divertida, levando à segunda melhor referência do episódio, depois que Caine revela que Mack era Mack Hammer, por adorar McHammer. Em um momento inspirado, quando Fitz deixa claro que a esfera de gravitonium não pode ser tocada, Coulson solta um “can’t touch this” para Mack que, não muito tempo depois, manda ver um “it’s hammer time“. Divertido como as referências da série costumeiramente são, ainda que a ação no navio tenha deixado a desejar em termos de ação.

Na verdade, diria que o episódio todo deixou a desejar nesse quesito. Se a escolha deliberada em focar no lado intimista no episódio anterior segurou os esperados momentos “épicos”, Principia também foi econômico, de certa forma até mesmo andando de lado em termos narrativos. O foco, além da recuperação de parte da substância, foi na continuação da formação do grupo vilanesco da general Hale, com a reapresentação de Alexander Braun ou, melhor dizendo, Werner von Strucker (Spencer Treat Clark voltando para a série pela primeira vez desde a 3ª temporada), filho do Barão Strucker, agora com poderes de cognição ampliados, dando-lhe mais do que memória eidética, um poder que Hale tenta utilizar para obter os planos do barão.

Todo o processo de convencimento do jovem Strucker com a beiçuda Ruby sendo usada como instrumento de sedução foi lento e, mais do que isso, sonolento. Mais uma vez, o roteiro caminhou sem avançar de verdade, protraindo o óbvio por mais tempo do que o necessário e deixando-nos com a dúvida básica: estaria Ruby fazendo jogo duplo ao revelar a “verdade” para Strucker? Saberemos assim que a versão Agents of S.H.I.E.L.D. dos Thunderbolts for efetivamente criada e lançada contra os agentes, algo que espero que aconteça mais rapidamente do que apenas lá pelo penúltimo episódio da temporada.

Mesmo com escolhas estranhas e convenientes demais na narrativa, o episódio fez sentido estrutural dentro da temporada, desenvolvendo também o lado mais… doce de Deke que continua deslumbrado com o passado e mais ainda com a convivência com seus avós (com direito a um vislumbre – finalmente! – de sua mãe em um momento sem lá muito sentido, mas que devemos aceitar só porque foi “legal”). Principia é como uma pausa para respirar e reagrupar os pensamentos, preparando-nos para os nove episódios finais. Há muito pela frente (ou pouco, se essa for a última temporada), mas o porvir parece-me muito promissor, especialmente se a próxima referência for a Comando para Matar ou Rambo

Agents of S.H.I.E.L.D. – 5X13: Principia (EUA, 16 de março de 2018)
Showrunner: Jed Whedon, Maurissa Tancharoen, Jeffrey Bell
Direção: Brad Turner
Roteiro: Craig Titley
Elenco: Clark Gregg, Chloe Bennet, Ming-Na Wein, Iain De Caestecker, Elizabeth Henstridge, Henry Simmons, Natalia Cordova-Buckley, Jeff Ward, Catherine Dent, Dove Cameron, Briana Venskus, Brian Patrick Wade, Jake Busey,  Spencer Treat Clark
Duração: 43 min.

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