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Crítica | Amazing Spider-Man: Prelúdio Para o Filme (2012)

por Luiz Santiago
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Para aproveitar o lançamento de O Espetacular Homem-Aranha (2012), a Sony e a Marvel lançaram duas edições de uma revista especial e em edição limitada para familiarizar o leitor com o enredo do filme e trazer um pouco do universo do Aranha para o futuro espectador. São duas publicações de dezenove páginas, contendo uma “história de retalhos” envolvendo Peter Parker, Gwen Stacy, Capitão Stacy, Flash, Dr. Connors, tia May e tio Ben (em flashbacks).

É claro que por ser uma dupla de revistas cujo único objetivo é a divulgação do filme, o leitor deve entendê-las não como uma história importante, apenas como um pequeno demonstrativo. Essa característica, no entanto, não permitia ao roteirista escrever despreocupadamente, jogando algumas gracinhas existenciais de Peter Parker, uma luta sem pé nem cabeça – dentro da dinâmica da revista – e um péssimo arco para o filme. O fato de ser um material de divulgação não poderia fazer desse prelúdio apenas um ajuntamento mal resolvido de situações. Funciona como material de divulgação/marketing? Razoavelmente. Funciona como revista? Não. Esse é um daqueles casos complicados em que a intenção se faz valer, mas o conteúdo não dá suporte ao formato da mídia.

O roteiro é assinado por Tom Cohen, e teve como base o próprio roteiro do filme, escrito por James Vanderbilt, Steve Kloves e Alvin Sargent. Não quero imaginar quais aspectos do roteiro o Sr. Tom Cohen julgou interessantes para fazer parte da revista, pois isso implicaria dizer que o roteiro do filme é pouco interessante. Fica o que está na vista: Tom Cohen não foi competente em escrever uma história de divulgação, independente do material que lhe serviu como base. Ele traz elementos que provavelmente estão no meio da história do filme e se esquece que poderia fazer uma história muitíssimo mais atraente se trouxesse esses “retalhos narrativos” em uma linha mais ou menos cronológica e estabelecesse o arco em um final que desse vontade de ver o filme.

É claro que há momentos interessantes durante a leitura. A incursão da tecnologia, as crises e gracinhas de Peter Parker, o ponto familiar, os elementos de cultura pop, como Gwen Stacy ser leitora de Kerouc e Vonnegut, mas isso são apenas situações isoladas, que dentro e um conjunto preso a uma teia tênue, não se segura e rompe-se facilmente. As revistas valem mais pelos leves e nada comprometedores spoilers do filme do que por outra coisa.

A arte de Neil Edwards e Rick Magyar não é das mais elogiáveis, falhando bastante nos closes das protagonistas, especialmente em Gwen e tia May. Em alguns quadros, no entanto, especialmente nos solos do Homem-Aranha, a dupla consegue um ótimo resultado, igualmente comparado aos detalhes da teia do Aranha, algo realmente muito legal de se ver. Em planos mais distantes dentro do quadro, a caracterização do espaço é mal feita, assim como os borrões das personagens mais afastadas do primeiro plano.

Como não é algo de importância extrema, e dada a sua realização pouco aprimorada, o leitor pode se dar o luxo de passar sem a leitura das revistas. Resta, agora, o filme.

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