Home TVEpisódio Crítica | American Horror Story – 6X05: Chapter 5

Crítica | American Horror Story – 6X05: Chapter 5

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Após o desfecho do episódio anterior fomos deixados efetivamente sem saber o que ocorreria a seguir em My Roanoke Nightmare. Tudo apontava para um finale, não da temporada, naturalmente, mas para esse arco. O que recebemos aqui em Chapter 5, aparentemente, é justamente isso, mas não podemos deixar de ficar em dúvida se essa é a realidade ou mais horrores aguardam Shelby (Sarah Paulson) e Matt (Cuba Gooding Jr.) nessa jornada. Simplesmente por estarmos falando de um possível fim, contudo, não quer dizer que esse tenha sido um capítulo parado – muito pelo contrário, o que vimos anteriormente foi somente uma amostra do que presenciaríamos aqui.

Com a multidão fervorosa da Açougueira (Kathy Bates) diante da moradia do casal, eles rapidamente precisariam de pensar em uma rota de fuga. O episódio, todavia, não abre com isso. Ao invés, o que assistimos é o relato de uma historiadora sobre as origens da casa. Descobrimos acerca de sua construção pelo milionário Edward Phillipe Mott (Evan Peters) e como, desde já, a casa fora assolada pelos colonizadores originais da região. Após aprendermos sobre essa figura, o casal que ali mora atualmente é ajudado justamente pelo espírito de Mott a escapar, pouco sabiam que não seria assim tão fácil.

Ao contrário do que vimos em Chapter 4 a sequência de explicação sobre o passado da casa é colocada de forma orgânica dentro da narrativa. É apenas lógico, dentro de um programa, que a historiadora tenha sido chamado a fim de contextualizar o que viria depois – o didatismo não é apenas colocado na voz de um personagem dentro da trama principal, ele é assumido e, portanto, cumpre sua função de forma a não quebrar nossa imersão. Além disso, por ser posicionado logo no princípio do capítulo, não temos constantes rupturas do ritmo narrativo, que, portanto, procede de forma mais fluida.

Evidentemente, quebrar a progressão da trama seria um grande equívoco aqui. Trata-se de um episódio-clímax, com uma história que simplesmente não para e consegue juntar todos os elementos apresentados anteriormente nesta sexta temporada, além de introduzir alguns novos, como a criatura tirada direto de um filme de horror japonês. É interessante enxergar, também, como o passado dos colonos fora utilizado com a traição de Ambrose (Wes Bentley), que recordara da morte da menina mostrada no capítulo anterior. Dessa forma é construída uma evidente coesão que permeia todo esse ano do seriado.

Chapter 5 ainda segue por um caminho bastante angustiante, colocando em nós, a todo e qualquer momento, a esperança de que algo irá salvar o casal, mas, desde a morte de Elias (Denis O’Hare) até a machadada no tornozelo de Shelby, somos deixados desolados, com uma quebra de expectativa brutal, que insere um forte tom de urgência no episódio, tornando impossível tirar os olhos da tela. Quando a ajuda, enfim, aparece, não há como não sentir uma pontada de alívio, ainda que estejamos em dúvida quanto a esse final feliz, visto que até a polícia parece estar envolvida nesse esquema com a Açougueira. Dito isso, não há como não sentir a falta da personagem interpretada por Lady Gaga, que esteve notavelmente ausente aqui.

Mais um episódio de American Horror Story e cada vez mais fica marcada a percepção de que, talvez, estejamos diante da melhor temporada até agora. Com doses certas de drama e terror, o seriado nos deixou com uma verdadeira incógnita aqui neste capítulo, mas, de fato, provavelmente estamos diante do encerramento de um arco, visto que o ano contará apenas com dez episódios e chegamos em sua metade. Resta saber se iremos contemplar mais sobre a casa ou algo completamente diferente – esperamos que seja a primeira opção, visto que existem, ainda, muitas questões não resolvidas.

American Horror Story 6X05: Chapter 5 — EUA, 12 de outubro de 2016
Showrunners:
Brad Falchuk e Ryan Murphy
Direção:
Nelson Cragg
Roteiro: Akela Cooper
Elenco: Kathy Bates,  Angela Bassett, Wes Bentley, Evan Peters, Sarah Paulson, Cuba Gooding Jr., Lily Rabe, Adina Porter, André Holland, Lady Gaga, Denis O’Hare
Duração: 42 min.

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