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Crítica | Atividade Paranormal em Tóquio

por Rafael W. Oliveira
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Quando lançado em 2009 (dois anos após a conclusão de suas filmagens), ninguém poderia imaginar o sucesso que Atividade Paranormal alcançaria entre o público, onde apesar da proposta fora dos padrões, obteve uma boa recepção do público e se tornou um grande sucesso de bilheteria, arrecadando mais que o triplo de orçamento (míseros US$ 15 mil). Uma inevitável sequência chegou apenas um ano depois, e apesar do desgosto de uma boa parcela do público que adorou o primeiro filme, a continuação também arrecadou um bom número de “verdinhas” para os cofres dos estúdios.

Mas vale lembrar que apesar de ser uma continuação, Atividade Paranormal 2 se assumia mais como uma espécie de prequel, revelando acontecimentos anteriores ao que vimos acontecer na casa de Katie e Micah. Atividade Paranormal em Tóquio chegou para ser aquilo que a franquia estava pedindo: uma espécie de continuação direta ao primeiro filme. Mas desta vez a história se passa em território asiático, onde o mesmo fantasma chega para atormentar Noriko (Haruka Yamano), uma jovem numa cadeira de rodas, e seu irmão Aoi (Koichi Yamano). E mais uma vez, nos vemos diante da velha e conhecida história de uma casa assombrada onde seus residentes são atormentados por forças sobrenaturais.

É o ponto de partida do primeiro reprisado sem tirar nem pôr aqui, e mais ainda, o próprio filme acaba por se assemelhar não a uma sequência, mas a uma espécie de remake oriental para a trágica história de Katie e Micah. O diretor Toshikazu Nagae, ao invés de aproveitar a ambientação de uma cidade como Tóquio, perfeitamente adequada para uma história como esta, decide apenas reciclar as ideias e momentos do primeiro filme, algo que o próprio Atividade Paranormal 2 já havia feito, porém de forma menos gritante.

Não que o filme em questão seja ruim. O roteiro nos traz um charme especial ao inserir a cultura japonesa como um forte elemento para a compreensão dos objetivos do fantasma, e o uso de mais uma câmera é novamente bem inserido, justificando a existência (e necessidade) de mais de uma filmagem. Bons momentos são gerados a partir desta ideia (como quando Noriko é possuída e passa para o quarto do irmão), mas no geral, o que temos são, basicamente, reciclagens e ideias visivelmente esgotadas.

A lentidão da narrativa presente no original aqui dá lugar a uma sucessão um tanto maçante de acontecimentos, marcados pela previsibilidade e pela redundância (a cena do copo). Ainda há algum clima arrepiante no ar, mas o que fica é a impressão de um filme feito apenas para suprir certas necessidades, sejam elas financeiras ou não. Com um clímax pra lá de equivocado, Atividade Paranormal em Tóquio, como parte de uma franquia, é completamente dispensável.

Atividade Paranormal em Tóquio (Paranômaru akutibiti: Dai-2-shô – Tokyo Night, Japão, 2010)
Roteiro
: Toshikazu Nagae
Direção Toshikazu Nagae
Elenco: Aoi Nakamura, Noriko Aoyama
Duração: 90 min.

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