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Crítica | “Bad Magic” – Motorhead

por Handerson Ornelas
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Um dos estilos que mais batalha pra conseguir se renovar nos tempos atuais, o Heavy Metal provavelmente é o gênero onde mais se encontra a velha guarda da música insistindo em tocar. E você pode encontrar tanto o Iron Maiden tentando traçar novos caminhos, ousar mais (ainda que com certa timidez), quanto alguns que seguem na mesma estrada (mais especificamente a Highway to Hell), repetindo riffs, se desgastando com refrões de apelo pop, como o AC/DC fez em seu último disco. Entre esses dois se encontra o Motorhead lançando seu 22º álbum, Bad Magic, onde, se por um lado parecem parados na década de 80, por outro fazem um som de nível alto como faziam na época.

Bad Magic é provavelmente um dos álbuns mais bem produzidos da banda, obtendo um resultado feliz em suas remixagens e edições. Tudo soa muito bem, cada instrumento bem destacado, especialmente a bateria de Mikkey Dee que dá um peso inacreditável ao álbum em meio a fascinante guitarra de Philip Campbell. Abrindo com Lemmy Kilmister gritando “Victory Or Die!”, a primeira frase e faixa do álbum,  o grito soa como uma justificativa a sua insistência em continuar na ativa, fazendo shows e vivendo no limite como sempre escolheu. O highlander, que vem se mostrando não tão imortal assim, esteve, com tristeza, precisando cancelar apresentações e indo parar frequentemente no hospital, se mostrando com uma saúde extremamente frágil.  O impressionante é que isso não transparece no disco. Lemmy canta e toca praticamente como se ainda tivesse em plena forma nos anos 80.

Entre tanta pancadaria, canções de máxima ferocidade, peso e imponência como Thunder And Lightning, Shoot Out All Your Lights, Evil Eye, o Motorhead ensina o que é rock’n roll. É pancada atrás da outra sem deixar a peteca cair, o que soa cômico ver a vivacidade de tais velhinhos comparado a tanta banda atual que pensa fazer rock. Em meio a tanto peso uma canção chama atenção: Till The End. A primeira vista pode ser uma típica balada rockeira oitentista, mas que traz uma interpretação admirável de Lemmy, onde não é difícil de perceber que aquilo é ele cantando sua própria vida, a voz da experiência dizendo pra “não dizer o que devo fazer”, contando como sua vida mudou. É algo belo de se escutar diante do que o cantor vem passando. É Lemmy sendo Lemmy.

Escutar o novo do Motorhead é saber muito bem o que vai ter: nada novo ou original, mas uma competência técnica excelente e um cardápio imenso de rock enérgico, pesado, bem tocado e de nível alto. Fechando com um cover do clássico Sympathy For The Devil do Rolling Stones, trazendo uma excelente bateria que guia o interessante arranjo, além de uma interpretação própria na voz de Lemmy, esta encerra Bad Magic de maneira invejável. “Pleased to meet you, hope you guess my name…”

Aumenta!: Thunder And Lightning
Diminui!:
Minha canção preferida: Till The End

Bad Magic
Artista: Motorhead
País: Inglaterra
Gravadora: UDR
Lançamento: 28 de agosto de 2015
Estilo: Heavy Metal

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