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Crítica | Batman: A Máscara de Balam

por Erik Blaz
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Oh, que agonia o guardião desta cidade terminar insano. Que vitória… Eu transformei o símbolo da ordem no instrumento do caos!

Coringa

O escritor Eric Lustbader é mais famoso por seus best-sellers (Sunset Warrior Cycle ou as continuações da série Bourne começando com O Legado Bourne) do que por escrever histórias em quadrinhos. Mas neste conto, em parceria com Lee Moder nos desenhos, ele não deixa tanto a desejar.

Aqui vemos um Batman após seu primeiro ano de aventuras (provavelmente depois do terceiro ano), sem uma data exata, mas já tendo confrontado grande parte de seu hall de vilões como o Coringa, Hugo Strange, Mulher-Gato e outros. Precisamente, tudo começa com Selina Kyle, a Mulher-Gato, tendo pesadelos que lembram, de certa forma, os que a personagem teve em Mulher-Gato: Cidade Eterna (talvez até tenha servido de inspiração para a criação da história…). São sonhos com um Batman perverso, dominado por uma insanidade incontrolável. Mas seus pesadelos começam logo após sua viagem em Yucatan, no México.

E é no centro do continente, onde antigamente existia a civilização Maia, que começa os problemas da dupla desta história (é leitor, mais uma vez, o Batman não será o único protagonista do conto). Nesta terrinha tão distante, é encontrada a possível chave que responderia o mistério da extinção deste povo. Uma máscara, e coincidência ou não, é a máscara de um deus morcego!

Em se tratando de uma história que se passa após os primeiros anos de combate ao crime de Batman, nos é mencionado de relance, como referência, o conto Xamã, onde também havia uma temática semelhante a esta. Uma ótima jogada de Lustbader para não deixar de fora ou parecer que o Homem Morcego não tivesse passado pelo “mesmo problema” antes.

O artefato maia será exposto em Gotham e ninguém menos que o Cavaleiro das Trevas precisa assegurar que ninguém a roube. Em idas e vindas, com um certo mistério por trás da trama, nos é mostrado o real poder da relíquia. Batman, durante o desenrolar da história, é dominado pela máscara mística e a única pessoa capaz de detê-lo é a ladra mais habilidosa da cidade… A Mulher-Gato.

Para um personagem como Batman, que parece não se encaixar muito neste universo sobrenatural, Lustbader consegue criar um ótimo enredo que só peca para os objetos sem noção que são retirados de alguns personagens, tais como um braço de mentira do Batman usado pelo Coringa que sabe-se lá de onde o vilão poderia tirar na situação em que estava. Flashbacks da juventude de Selina também são mostrados e creio que essa mistura só se faz perder um pouco  a ideia da trama.

Lustbader também desenvolve um Coringa mais estrategista, ou melhor, um vilão que arquiteta um bom plano e bem escondido a ponto do leitor se dar conta de algo somente no meio da história. Os desenhos, por conta de Lee Moder são ótimos, as expressões e quadros são bem encaixados sem esquecer, claro, do design utilizado para a Mulher-Gato, remetendo a algo mais selvagem e com certeza mais sensual. Fora a temática sobrenatural imposta em praticamente toda a história, ela também trabalha no romance entre os dois personagens e constrói uma boa surpresa para o final.

Batman: A Máscara de Balam (Batman: The Last Angel) – EUA, outubro de 1994
Roteiro: Eric Lustbader
Desenhos: Lee Moder
Arte-Final: Scott Hanna
Cores: Lovern Kindzierski
Editora: DC Comics
Editora no Brasil: Mythos Editora
Páginas: 100

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