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Crítica | Batman: As Dez Noites da Besta

por Erik Blaz
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Às vezes, é preciso ignorar as regras. Em algumas circunstâncias, elas pervertem a justiça. E eu não vivo para proteger as regras… Eu sirvo à justiça.

Batman

Era visível que o roteirista Jim Starlin buscava trazer um conteúdo mais realístico para as histórias do Homem Morcego no final da década de 80, quase sempre introduzindo fatos ou personagens reais em seus contos. Neste, a dupla dinâmica é novamente Starlin e Aparo, os mesmos que cuidaram para que Jason Todd, o terceiro Robin tivesse seu “merecido fim”.

Em As Dez Noites da Besta, Batman com seu ainda parceiro, Robin, saem em busca do que, provavelmente será um dos mais difíceis adversários já enfrentados na carreira do morcegão.

Mais para um terrorista do que para supervilão, nosso herói se vê atrás de alguém praticamente superior tanto em combate quanto em mente estratégica. O antagonista é um russo, que serviu na KGB onde foi treinado e teve seu corpo melhorado ciberneticamente. Junto a ele, um xiita que pouco é trabalhado na história. Juntos, seus principais alvos são cientistas e políticos por trás do famoso projeto Guerra nas Estrelas (caso o leitor não saiba, era um projeto que fora lançado no auge das tensões da Guerra Fria, e consistia em destruir mísseis a partir de satélites em órbita).

Com as mortes aumentando a cada dia, a KGBesta, como é conhecida pelo mundo, vai causando mais desespero em Gotham. Nada parece impedi-lo e, durante a trama, há traições e surpresas dignas de Starlin!

KATHUUNK!

O garoto prodígio é pouco utilizado na trama, o que denota pouco valor a ele. Já o comissário Gordon é bem valorizado durante o conto. Tudo isso mais as usuais referências de Jim Starlin, como colocar o presidente Ronald Reagan como o ultimo e principal alvo dos terroristas. Isso faz a trama ficar mais tensa e interessante. Contudo, o que mais chama a atenção é o próprio vilão (que fora desenvolvido unicamente para esta história). Afinal, como derrotar alguém que, além de ser mais forte e inteligente que você, também não pode ser preso por ter imunidade diplomática?

No final, o que vemos é um Batman que precisa decidir se a Besta merece morrer ou não. Isso com certeza eleva muito o roteiro e faz a cabeça do fã borbulhar com seu julgamento final! Ainda assim, em alguns momentos o roteiro peca, como na presença do herói ao dia e em ações pouco convencionais. O design do antagonista lembra muito outro personagem do hall de vilões, Bane (que surgiu bem depois), porém, digamos que seja uma coincidência. Seu uniforme parece uma mescla de sadomasoquista com lutador mexicano, e a arte de Aparo não deixa a desejar. Como dito na crítica anterior, ela é limpa e simples, muito mais focada nos personagens e em suas feições do que no cenário em si, o que não prejudica em tanto no entendimento.

Não é um clássico do Batman, mas uma boa história que deixa clara as intenções de Starlin no universo do morcegão.

Batman: As Dez Noites da Besta
(Batman: Ten Nights of the Beast #417-420, EUA, 1988 )
Roteiro: Jim Starlin
Arte: Jim Aparo
Editora: DC Comics
Editora no Brasil: Abril Jovem
Páginas: 90

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