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Crítica | Busca Implacável 2

por Rafael W. Oliveira
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– O que você pretende fazer?

– O que eu faço de melhor.

Para quem assistiu e aprovou Busca Implacável, sucesso inesperado de 2008 e que rendeu cerca de 226 milhões de dólares mundialmente, este diálogo pode ser o momento suprassumo de sua sequência, Busca Implacável 2, uma vez que sabemos que o que Bryan Mills, personagem de Liam Neeson, sabe fazer de melhor é caçar e descer a porrada nos bandidos que vão surgindo em seu caminho. E sabendo que esta fórmula básica já é suficiente (ao menos para alguns) para justificar uma continuação, os roteiristas Luc Besson e Robert Mark Kamen e o diretor Olivier Megaton (de Carga Explosiva 3) pouco se preocupam em distanciar o filme de seu material original, reaproveitando a mesma linha narrativa e inserindo algumas pequenas inversões.

De fato, há algumas inversões maiores, mas que não significam nenhuma grande mudança. Se no primeiro filme Bryan se revelava uma enfurecida máquina de matar que não media esforços (e tiros) para recuperar sua filha das mãos de contrabandistas de mulheres, aqui ele e sua ex-esposa Lenore (Famke Janssen) se tornam os sequestrados, restando para a filha do casal, Kim (Maggie Grace) assumir a função do pai e livrá-los do cativeiro. Mas claro, ela deverá contar com uma boa ajuda do perfeccionismo e agilidade de Bryan.

De fato, Busca Implacável 2 sai ganhando quando opta por inserir Lenore e Kim no meio da correria e troca de balas, já que ambas foram relegadas a meras coadjuvantes sem muitas funções especificas. Uma vez que os primeiros minutos se dedicam a estabelecer a dinâmica e a atual situação emocional entre estes personagens, o filme ganha em intensidade ao botar os três no centro do fogo cruzado, por mais que o desfecho de tudo seja mais que previsível.

Uma pena que isto se resuma a pouco menos de um terço da obra. Bryan logo toma as rédeas da situação, e segue de arma em punho atrás dos bandidos que ameaçam a segurança de sua família. A partir dai, tudo se torna uma repetição do que já fora visto anteriormente, com Bryan levando alguns socos e chutes e derrotando um bom número de capangas até chegar ao “chefão”. É praticamente um cinema-videogame mais controlado, só que com a mesma estrutura narrativa.

Aliás, “controlado” está longe de ser a palavra correta para classificar Busca Implacável 2. O roteiro é uma bagunça e isto se enxerga logo de cara quando nos deparamos com diversos furos e momentos absurdos (como os bandidos deixaram Bryan ligar para sua filha estando ele sobre a mira de várias armas?). Aliás, o pico do “surrealismo” destes momentos se dá quando Kim dirige um táxi em alta velocidade para fugir da polícia, sendo que lá no início ficamos sabendo que a jovem havia sido reprovada no teste da autoescola três vezes (!).

Mas para filmes como Busca Implacável 2, a graça está justamente ai: na violação das regras do mundo real, naquilo que pode ser visto através de algo que apenas o Cinema pode oferecer. Pode parecer exagero vincular um pensamento poético como este a um filme tão despreocupado em flertar com a arte em si, mas o fato é que se trata de um filme que adota a proposta da arte visual enquanto espetáculo. Não que isso faça alguma diferença dentro da experiência, que no fim das contas, é esquecível no imediato acender das luzes. É mais uma constatação de que, apesar da constante sensação de dejá vù, o filme ainda possui um estilo e identidade própria.

E Olivier Megaton parece levar isto a sério. Mesmo que ainda se entregue ao mais constante clichê dos filmes de ação, que é a técnica dos diversos cortes em menos de um segundo, Megaton filma com mais perícia e energia que Pierre Morel (diretor do original), construindo empolgantes sequências de perseguição. E mesmo nos momentos mais “cerebrais” da obra, o diretor não se mostra desleixado, como pode ser visto na brilhante sequência envolvendo granadas, mapas, cadarços e, é claro, a fascinante velocidade de raciocínio de Bryan.

Liam Neeson, por sinal, segue merecendo respeito por tornar um personagem aparentemente fútil e impalpável no papel em uma figura contundente e verossímil na tela, sempre exercendo forte presença em cena com sua voz e postura intimidadoras, que nos convencem de que, de fato, todas aquelas peripécias podem ser feitas por ele. Maggie Grace cumpre sua função de correr e seguir as instruções de seu pai, mas falha nos momentos em que precisa transmitir seu desespero. E Famke Janssen, sempre bela, também não faz feio, mas compromete ao jamais conseguir estabelecer uma química convincente com Neeson. E os vilões são os típicos estereótipos do gênero, unidimensionais e nada interessantes (e é curioso como o roteiro gasta um bom tempo desenvolvendo suas buscas pelo paradeiro de Bryan).

O saldo final é positivo e recomendável: Busca Implacável 2 consegue divertir sem fazer muito esforço, cumprindo seu dever de distrair o espectador durante seus 90 minutos com um trabalho de edição ágil e cenas de ação mirabolantes. Mas fica difícil desconsiderar o fato de que, escancaradamente, é apenas uma repetição do primeiro. É a mesma busca, só que um pouco às avessas.

Busca Implacável 2 (Taken 2, França – 2012)
Direção: Olivier Megaton
Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen
Elenco: Liam Neeson, Maggie Grace, Famke Janssen, Leland Orser, Jon Gries, D.B. Sweeney, Luke Grimes, Rade Serbedzija, Kevork Malikyan, Alain Figlarz
Duração: 92 min.

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