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Crítica | Caçando Múmias no Egito

por Ritter Fan
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estrelas 3

Caçando Múmias no Egito é muito mais a 28ª e última produção da dupla cômica Abbott e Costello pela Universal Studios do que o 6º filme da série original sobre a múmia do mesmo estúdio. É que, de múmia mesmo, o filme tem muito mais menções do que aparições físicas do monstro, que ficam concentradas nos 10 minutos finais de projeção.

De toda forma, para quem conhece a dupla de comediantes Bud Abbott e Lou Costello, o filme mantém a rotina de comicidade física e careteira deles, situando-os agora no Egito, onde Costello toma posse, sem querer, de um medalhão da múmia Klaris que contém o segredo do tesouro da Princesa Ara que é cobiçado pela Madame Rontru (Marie Windsor) de um lado e protegido de outro pelo Sumo-Sacerdote Semu (Richard Deacon). Abbott e Costello, então, ficam entre essas duas pontas opostas, aprontando suas bobagens do começo ao fim.

A Universal, dona das duas franquias – seus monstros e Abbott e Costello – já vinha pareando os dois com seus monstros há muito tempo e também há muito tempo os monstros vinham tendo sua participação reduzida diante da fama dos comediantes, verdadeiras máquinas de fazer dinheiro em seu tempo. E, neste filme em especial, até mesmo o clássico nome da múmia Kharis foi alterado para Klaris e a cobiçada Princesa Ananka para Ara, o que obviamente demonstra o foco em Abbott e Costello em detrimento do lado monstruoso da coisa. E, na verdade, a múmia em si não faz falta, considerando os fracos quatro filmes anteriores da franquia.

Por outro lado, a rotina de Abbott e Costello é, queira ou não, do tipo “viu uma, viu todas”, com piadas repetitivas que chegam a cansar o espectador, ainda que tirem algumas risadas aqui e ali com a interação no estilo O Gordo e o Magro entre os dois. O que realmente chama a atenção aqui são os valores de produção, com cenários grandiosos e variados, além de números musicais e de dança que surpreendem. Ainda que feitos exclusivamente com cenários, nunca com filmagens externas, há que se curvar para a qualidade visual do que é colocado em tela, com uma boate ampla e detalhada que marca o início do filme, além de um belíssimo e suntuoso templo em uma das pirâmides egípcias, palco da ação do terço final. Neste quesito, nenhum filme da franquia, talvez com exceção do clássico primeiro, chega perto da qualidade do que vemos em Caçando Múmias no Egito.

Curiosamente, porém, a múmia em si, aqui encarnada por Eddie Parker, que fora dublê de Lon Chaney Jr. nos três filmes anteriores, deixa muito a desejar, com um figurino que substitui a gaze circundando o corpo por uma desleixada “roupa” imitando as faixas. No entanto, essa desnecessária economia (que até ganha uma estocada de Costello quando, nos últimos segundos da projeção, ele coloca um fraque falso, como se fosse um macacão com zíper) não atrapalha em nada o filme, já que a múmia é o que menos importa. Os holofotes, como dito, estão constantemente apontados para os dois comediantes que funcionam bem juntos, ainda que a falta de originalidade em muitas gags acabe cansando e transformando o já curto filme em uma experiência consideravelmente mais longa.

Caçando Múmias no Egito, além de marcar o fim da dupla cômica na Universal (eles só fariam mais um filme depois desse, na verdade), marcou o fim dos “filmes de múmia” do estúdio, o que abriria espaço para a Hammer produzir sua própria tetralogia com o mesmo conceito entre 1959 e 1971. O monstro só voltaria a seu lar original muito tempo depois, no reboot iniciado em 1999, com Brendan Fraser à frente.

Caçando Múmias no Egito (Abbott and Costello Meet the Mummy, EUA – 1955)
Direção: Charles Lamont
Roteiro: John Grant
Elenco: Bud Abbott, Lou Costello, Marie Windsor, Michael Ansara, Dan Seymour, Richard Deacon, Kurt Katch, Richard Karlan, Mel Welles, George Khoury, Eddie Parker
Duração: 79 min.

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