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Crítica | Dishonored

por Guilherme Coral
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estrelas 4,5

What will we do with the drunken whaler
What will we do with the drunken whaler
What will we do with the drunken whaler
Early in the morning

Feed him to the hungry rats for dinner
Feed him to the hungry rats for dinner
Feed him to the hungry rats for dinner
Early in the morning

Você é Corvo Attano, antigo Lord Protector, guarda-costas pessoal da Imperatriz de Dunwall. Acusado pelo novo regente de ter assassinado a governante e raptado sua filha, você deve se aliar a um grupo de leais à Imperatriz e acabar com o reinado desse novo tirano, isso enquanto a cidade é afligida por uma mortal praga de ratos. Desprivado de sua honra, você deve se tornar um mestre assassino ou uma mera sombra, que molda os eventos do mundo apenas através do subterfúgio.

Desenvolvido pelo Arkane Studios e publicado pela Bethesda, Dishonored investe em um elemento marcante dentro das outras famosas franquias de sua publicadora, Fallout e The Elder Scrolls. Refiro-me, naturalmente, à discrição, ao sair escondido por aí sem que outros inimigos o percebam, atuando como ladrão ou assassino. O game eleva esse lado já amplamente trabalhado nos games para outro nível, nos trazendo uma experiência que perfeitamente casa a ação em primeira pessoa com games como Splinter Cell. Mas limitar o jogo somente à sua mecânica seria um gigantesco erro.

Dishonored nos apresenta um universo que organicamente mescla o steam com o cyberpunk através de uma temática sombria com pitadas de humor negro. Dunwall, onde toda a ação se passa é evidentemente inspirada na Inglaterra vitoriana, com as engrenagens da Revolução Industrial à todo o vapor, com suas chaminés escurecendo um céu que, por si só, já é completamente nublado. Aliado a essas construções temos pitadas de tecnologia à fora de seu tempo – paredes de luz que eletrocutam os inimigos, robôs, torres elétricas, dentre diversas outras engenhosidades.

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Feed him to the hungry rats for dinner!

Dando vida a esse conceito, o Arkane Studios optou por utilizar gráficos mais cartunescos, com personagens de mãos grandes e feições bem desenhadas. O estilo perfeitamente se encaixa com a proposta e traz ações mais fluidas, tanto do jogador quanto dos npcs.

Para percorrer esse cenário hostil, onde todos estão cientes de seus supostos crimes, Corvo conta não apenas com suas habilidades naturais de escalar e lutar, mas com alguns poderes sobrenaturais doados a ele por uma sombria entidade conhecida como o Outsider. Essas, que podem ser compradas ao longo do game garantem uma inovadora dinâmica à jogabilidade. Dentre elas temos o poder de teleporte, parar o tempo e dominar a mente de ratos, possibilitando-nos alcançar nosso objetivo por inúmeros caminhos diferentes. Você prefere que ninguém o veja ou quer sair simplesmente matando tudo e todos? A escolha é sua, mas não pense que ela é ausente de consequências.

Como eu disse, Dunwall sofre com uma praga de ratos e cada morte causada pelo jogador aumenta o efeito da doença na cidade. Dishonored, de tal forma, insere uma interessante mecânica que, de forma imediata e a longo prazo, alteram o cenário que o jogo se passa. Mais mortes levam a mais ratos, mais infectados e a um destino mais sombrio ao término do jogo, enquanto que um modus operandi mais “pacifista” nos leva para um final mais positivo.

Além disso a moralidade é trabalhada amplamente através de diálogos. Vale lembrar que Corvo era o Lord Protector, um homem cuja função é proteger e não assassinar. Ao utilizar técnicas fatais os outros personagens à sua volta irão reagir de forma diferente, inclusive comentando que o protagonista deixou de vez sua honra de lado. Não temos aqui uma barra de bondade e maldade, mas um elemento forte de roleplay, que certamente afeta o jogador de forma marcante.

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Tallboys em ação

Essa característica do game influi diretamente no seu fator de replay, praticamente nos obrigando a termina-lo mais de uma vez a fim de contemplar os diferentes resultados de suas ações. Além disso, cada missão conta com inúmeros itens a serem obtidos, que ajudam a melhorar as habilidades de Attano. Isso, é claro, sem falar dos incontáveis livros e notas que podem ser adquiridas, ajudando a construir o plano de fundo desse rico universo sombrio.

O jogo, contudo, não é ausente de suas falhas, ainda que essas sejam menores dentro do quadro geral. As versões de console contam com um tempo de carregamento um pouco maior, o que se torna notável especialmente se o jogador quiser terminar game sem ser visto por ninguém e, obviamente, necessitando salvar e carregar inúmeras vezes. Além disso, como de costume nos jogos desenvolvidos ou publicados pela Bethesda, alguns bugs estão presentes, ainda que raros alguns podem nos obrigar a resetar a missão por inteiro.

Felizmente, esses são aspectos pontuais dentro de um memorável jogo, que, após terminado, nos faz querer voltar a ele imediatamente. Dishonored certamente vale cada minuto nele investido, nos trazendo um universo rico, sombrio e engajante, que lida com fortes aspectos de moralidade e nos imerge dentro de seu protagonista, Corvo Attano.

Dishonored
Desenvolvedor:
Arkane Studios
Lançamento: 09 de Outubro de 2012
Gênero: Ação em primeira pessoa
Disponível para: PS3, Xbox 360, PC

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