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Crítica | Aventuras do 8º Doutor – 1X01 e 2: Blood of the Daleks

por Luiz Santiago
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Equipe: 8º Doutor, Lucie Miller
Espaço-tempo: Planeta Red Rocket Rising – (não é possível dizer com certeza em que ano a aventura se passa. Lucie Miller aparece na TARDIS, vinda no norte da Inglaterra e do ano de 2006, mas não temos indícios de que os eventos em Red Rocket Rising acontecem no mesmo ano, embora seja possível).

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Antes de mais nada, é preciso dizer que a foto de destaque para esse texto é uma fanart de Simon Hodges. As capas originais do audiodrama podem ser vistas mais abaixo, e o motivo de não tê-las utilizado como destaque é porque achei a arte de Hodges mais bonita e melhor contextualizada ao que a presente história nos conta. Dito isto, vamos à crítica.

Red Rocket Rising é o cenário dessa história que abre a série das novas aventuras do 8º Doutor, na companhia de Lucie Miller. A jovem chega à TARDIS por obra dos Time Lords, que colocaram-na na vida do Doutor porque ela viu algo que não deveria ter visto, embora não saiba dizer o quê. Numa espécie de programa de proteção à testemunha, o Doutor se vê preso a Lucie, não conseguindo deixá-la na Inglaterra e nem entre os sobreviventes de Red Rocket Rising, ao final da trama, porque há uma barreira criada pelos Time Lords que impede que eles se afastem (a TARDIS não funciona se ele a deixar).

A premissa dessa história de Steve Lyons é bem interessante. Nós estranhamos muito o início, porque Lucie parece aceitar sem maiores discussões o fato de ter sido “abduzida em seu primeiro dia de trabalho” e aparecido em volta do console de uma nave espacial. Todavia, no decorrer da história, entendemos que as coisas não são tão simples quanto parecem e que há um motivo para Lucie não demonstrar espanto.

Depois do embate inicial – a relação entre o 8º Doutor e Lucie é tão explosiva e engraçada quanto a do 10º Doutor e Donna – e a tentativa frustrada de deixar a jovem na Inglaterra, a TARDIS dá um piripaque e se materializa em Red Rocket Rising, um planeta condenado. Colonizado por humanos, o lugar teve seus dias de glória e de desenvolvida ciência, mas a queda de um meteoro e as muitas e trágicas mudanças climáticas que ele trouxe fez com que o local se transformasse em um mundo impossível de se viver. A população temia o inverno congelante e a chuva ácida, dentre outras coisas.

Paralelamente, temos a história da Professora Martez, uma cientista que desenvolveu uma raça de Daleks a partir de tecido humano (usando destroços de uma nave que caiu no planeta num dado momento), inicialmente de pessoas mortas, depois, de pessoas vivas, acreditando que eles seriam o futuro daquele planeta. O roteiro começa a perder um pouco de força justamente nessa ponto, porque as idas e vindas do Doutor e Lucie para os Daleks (os verdadeiros, na órbita do planeta, chamados, inclusive, pela Professora Martez para interagir com seus Daleks Mutantes e fazerem uma espécie de aliança), depois, para a Presidente Eileen Klint + outros personagens em cena, tornaram a história aberta demais. E um pouco caótica.

O que há de muito interessante aqui é o desenvolvimento dos Daleks numa ação mais permanente em um planeta, algo que não vimos em perspectiva tão longeva nos arcos e episódios televisionados. Mesmo que tenham alguns problemas técnicos, os Daleks fazem de tudo para exterminar os humanos e acabar de vez com a vida em Red Rocket Rising. Com todo seu discurso político, eles enganam a população e prometem transportá-la para um local onde poderão viver tranquilamente. O fascismo, ódio e preconceito dos Daleks ficam ainda mais evidentes quando conhecem a versão mutante criada pela Professora Martez. É um encontro difícil de ser esquecido.

Blood of the Daleks é uma história interessante de Doctor Who, mas prejudicada pela ambição do roteirista em criar um amplo evento para a apresentação de uma nova companion. É claro que o uso dos Daleks foi ideal, não é a primeira vez que esses vilões são usados para trazer um novo tripulante para a TARDIS, mas o pequeno caos da história não consegue ser superado pelas partes boas, influenciando negativamente na nossa posição final. Porém, sendo início de uma nova série, podemos dizer que esse arco consegue prender a nossa atenção com sucesso e ainda tem um bom cliffhanger, deixando o Doutor “atado” a Lucie, o mistério dos Time Lords que envolve essa atitude de juntar os dois e a misteriosa “Headhunter”, que aceita a oferta de um tal Sr. Hulbert, prometendo a ele achar Lucie em qualquer lugar do tempo e do espaço. As sementes de uma temporada de sucesso estavam lançadas.

Blood of the Daleks (Reino Unido, dez, 2006 / jan, 2007)
Roteiro: Steve Lyons
Direção: Nicholas Briggs
Elenco: Paul McGann, Sheridan Smith, Katarina Olsson, Anita Dobson, Kenneth Cranham, Hayley Atwell, Gerry O’Toole, Nicholas Briggs
Duração: 2 episódios de 50 min.
Distribuidora: Big Finish Productions

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