Home TVEpisódio Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Highlanders (Arco #31)

Crítica | Doctor Who – Série Clássica: The Highlanders (Arco #31)

por Luiz Santiago
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Equipe: 2º Doutor, Ben, Polly, Jamie
Espaço-tempo: Escócia, 1746

The Highlanders foi o último arco puramente histórico da fase Clássica de Doctor Who, pelo menos até Black Orchid, em 1982, uma curta história de dois episódios na Era do 5º Doctor ao lado de Adric, Nissa e Tegan.

Os eventos aqui se passam na Escócia, em 1746, na Batalha de Culloden. Esse evento histórico marca a derrota do “young pretender” Carlos Eduardo Stuart, um católico aspirante ao trono da Inglaterra e Escócia, reinos que foram unificados em 1707 pelos chamados “Atos de União”. O que o jovem príncipe queria era restaurar o trono que fora de seu avô, o rei Jaime II, o último dos reis católicos da Inglaterra deposto na Revolução Gloriosa de 1688.

Com apoio de guerreiros escoceses (das chamadas “zonas católicas”), Carlos Stuart empreendeu uma grande campanha contra os ingleses mas acabou sendo derrotado e se exilou definitivamente na França e na Itália.

Já completamente restaurados dos eventos de The Power of the Daleks, Ben e Polly parecem ter enfim aceitado a nova encarnação do Doutor, ocorrida a apenas duas aventuras atrás, quando o Time Lord (ainda vivido por William Hartnell) enfrentou pela primeira vez os Cybermen. A chegada à Escócia mostrou um trio bem entrosado e fraterno, mesmo que Ben ainda pareça bastante desapegado ao Doutor.

Como a maior parte dos arcos da 4ª Temporada Clássica, The Highlanders é uma reconstituição, com apenas alguns segundos do último episódio em forma de imagem-movimento – num momento crucial da batalha no navio –. Eu sempre digo isso, mas não custa repetir: é uma pena que que mais um arco seja uma reconstituição. Às vezes me pergunto o que deu na cabeça dos profissionais da BBC, que poderiam ter conservado esses materiais antigos mas, à guisa de obter espaço, não o fizeram.

De qualquer modo, mesmo que seja uma reconstituição, é possível perceber a qualidade da produção e o valor da história, que traz pela primeira vez o companion mais importante para o 2º Doutor e um dos mais queridos dos whovians: Jamie McCrimmon.

Pelo menos nesse primeiro momento, não temos um choque de personalidade entre Jamie e Ben, como normalmente se imaginaria, levando em consideração o gênio do marinheiro e do guerreiro escocês. Há um clima de amizade entre eles desde o início, e Jamie se mostra muito solícito e companheiro.

Um destaque interessante vai para o 2º Doutor se vestindo de mulher (impossível não rir!) e de outras personalidades locais para enganar seus inimigos, salvar seus amigos e fugir com a TARDIS o quanto antes. A astúcia dele é tal qual a da sua primeira encarnação, mas aplicada em tom de brincadeira e ironia ou deboche, o que torna tudo ainda mais notável.

Todos os personagens essenciais possuem um momento de destaque no arco. Ben tem o seu capítulo como “Houdini”, Jamie é um destaque por si só, e Polly não perde em nada para o Doutor em iniciativa e astúcia para conseguir se livrar de situações complexas. É como alguém diz em algum momento da história: “eu não queria ter vocês como inimigos”.

The Highlanders (Arco #31) – 4ª Temporada

Roteiro: Gerry Davis, Elwyn Jones
Direção: Hugh David
Elenco principal: Patrick Troughton, Michael Craze, Frazer Hines, Anneke Wills, Dallas Cavell, Michael Elwyn, David Garth, Hannah Gordon

Audiência média: 7,05 milhões

4 Episódios (exibidos entre 17 de dezembro de 1966 e 07 de janeiro de 1967).

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