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Crítica | Dragon Ball: A Caminho do Poder

por Guilherme Coral
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estrelas 4

Lançado em comemoração aos dez anos da franquia na televisão, A Caminho do Poder segue a mesma premissa dos primeiros filmes de Dragon Ball (embora este seja, de fato, o penúltimo). Em seus oitenta minutos de duração, ele nos traz uma recontagem dos dois primeiros arcos do mangá, mesclando alguns elementos enquanto outros são omitidos. O resultado final, porém, não soa apressado como O Castelo do Diabo ou Aventura Mística, trazendo uma versão da trama criada por Toriyama tão divertida quanto a original.

Como nos quadrinhos, o longa-metragem tem início nas montanhas onde, recluso, vive o jovem Son Goku. Após pescar um peixe gigantesco da maneira menos convencional possível, o menino se depara com Bulma, uma garota que busca as sete esferas do dragão. Inocente como é, não demora muito a Son ser convencido a acompanhar a menina em sua jornada. A partir desse ponto somos levados na saudosa aventura de Dragon Ball, passando por encontros com Oolong e Yamcha. Ao contrário do arco original, aqui o vilão é o exército Red Ribbon, que é adiantado na trama, mas de forma orgânica, não criando um estranhamento dentro da narrativa.

A Caminho do Poder é uma animação que flui facilmente, sabendo intercalar a comédia característica de Akira Toriyama e os combates que tornaram o anime famoso. Vale ressaltar que mesmo durante as cenas de ação o humor não é ignorado, se integrando perfeitamente dentro de tais sequências. Para quem assistiu o desenho fica bastante óbvia a homenagem prestada pela Toei, através de referências a elementos deixados de fora da obra final, como o “pafu-pafu”. Tal homenagem, contudo, não se estende para a trilha sonora que não apresenta sequer arranjos da melodia de abertura do anime de 1986. Este fator, porém, não representa um defeito propriamente dito, já que as músicas transmitem com exatidão o tom do longa, somente pecando pelo exagero nos minutos finais.

Ainda no som, contamos com um bom trabalho de dublagem, ainda que alguns dos dubladores originais tenham sido trocados (como é o caso do personagem Mestre Kame). As entonações atingidas, principalmente pela experiente Masako Nozawa, no papel de Goku, solidificam o tom do filme, trazendo à tona toda a ingenuidade de seu protagonista.

O que mais salta aos olhos na projeção é justamente a sua animação. Os traços utilizados são os mesmos de Dragon Ball GT (o filme estreou nos cinemas japoneses entre o episódio 4 e 5 do anime), garantindo uma revitalização, ao mesmo tempo que uma nova visão ao trabalho de Toriyama. As cores acompanham o traçado em sua vivacidade e se destacam durante os golpes especiais dos personagens. Para completar o aspecto visual da obra, a técnica de animação, ainda que não seja full-animation, é consideravelmente mais rebuscada que sua contraparte de 1986, trazendo um entretenimento garantido às novas e velhas audiências da franquia.

A Caminho do Poder cumpre seu papel como homenagem aos dez anos do anime de Dragon Ball, nos trazendo uma visão diferenciada e não menos divertida do trecho inicial de sua história. Com técnicas de animação e traços mais modernos, o anime consegue fisgar a atenção dos fãs mais velhos e novos ao mesmo tempo, unindo o passado e o presente (até então) da franquia, fator exemplificado melhor pela utilização da música Dan Dan Kokoro Hikareteku nos créditos finais. Definitivamente superior aos outros filmes desta fase do desenho.

Dragon  Ball: A Caminho do Poder (Doragon Bōru: Saikyō e no Michi, Japão, 1996)
Roteiro: Aya Matsui
Direção: Shigeyasu Yamauchi
Elenco: Masako Nozawa, Hiromi Tsuru, Naoki Tatsuta, Tōru Furuya, Naoko Watanabe, Kin’ya Aikawa, Kenji Utsumi, Daisuke Gōri, Kenji Utsumi, Shōzō Iizuka
Duração: 80 min.

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