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Crítica | Dragon Ball Xenoverse

por Guilherme Coral
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estrelas 4

Dragon Ball marca sua forte presença nos videogames desde o NES, contando com inúmeras entradas ao longo dos anos em diversos consoles, até atingir seu ápice em Budokai Tenkaichi 3. Desde então novos games foram lançados, mas nenhum chegou à altura desse, que fora aclamado não só pelos fãs como pela crítica. O anúncio de Dragon Ball: Xenoverse trouxe, finalmente, um raio de esperança para os jogadores órfãos, prometendo ser um inovador jogo da franquia, permitindo ao jogador, inclusive, criar um personagem próprio dentro do universo de Akira Toriyama.

As promessas já começam a se concretizar quando, ao abrir o game, nos deparamos com a ótima versão de Cha-la Head Cha-la pela banda Flow, tocada em A Batalha dos Deuses – a canção ainda é acompanhada de uma cutscene em anime que nos dá relances do que iremos nos deparar em Xenoverse. E o que o game poderia nos oferecer em termos de história que já não tenha sido contado? A inovação vem aí: similarmente ao que Trunks realizou na saga dos Andróides, dois seres misteriosos buscam mudar a história do universo de Dragon Ball completamente e para isso alteram detalhes em pontos críticos da linha do tempo, seja fortalecendo algum vilão ou até mesmo manipulando os heróis. Para impedir que o desastre maior aconteça, Trunks, que agora é um patrulheiro do tempo, recruta um guerreiro misterioso que irá intervir em cada um dos pontos modificados.

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Aí entra o jogador, que deve escolher entre as raças humano, majin, saiyajin, namekusei ou “raça do Freeza” (não custava terem dado um nome para ela) para criar seu personagem a ser utilizado durante o modo história do jogo. Portanto, diga adeus a controlar de novo e de novo Goku, Kuririn, Vegeta e companhia por inúmeras batalhas, dessa vez controlamos um guerreiro novo inteiramente customizável – desde aparência até golpes. Dessa forma o enredo de Xenoverse consegue facilmente captar a atenção do jogador, criando em nós a curiosidade de vermos qual ponto será alterado na trama de DBZ, ao mesmo tempo que somos pegos vigorosamente pela nostalgia em presenciar e participar de lutas como o épico Goku vs Freeza.

As batalhas em si, contudo, deixam um pouco a desejar quando comparadas àquelas de Tenkaichi 3. Não temos mais uma jogabilidade equilibrada a fim de entusiasmar fãs de jogos de luta e jogadores mais casuais. Aqui a casualidade acabou pesando mais, nos trazendo uma mecânica que apela mais par ao famoso button mashing. Ainda assim, a gigantesca quantidade de golpes diferentes permite um bom encadeamento de combos, sendo o suficiente para nos prender por horas e horas a fio. Somado a isso temos a possibilidade de termos até seis guerreiros lutando entre si ao mesmo tempo, o que aumenta consideravelmente o dinamismo das batalhas. As mecânicas de transformações também sofreram grandes melhorias em relação aos games anteriores, representando não só um aumento no dano causado, como outras vantagens equilibradas com limitações a fim de não simplesmente “quebrar o jogo”. Não há nenhum personagem exageradamente forte quando comparado a outro, o que abre a possibilidade de simplesmente escolhermos quem quisermos nos modos cooperativos ou versus.

Aqui entramos nas alternativas ao modo história, que facilmente consistem no ponto alto do game. Quando não estamos defendendo a história nos eventos de DBZ, nos encontramos na cidade de Toki Toki, um local dividido em três áreas e habitado pelos inúmeros jogadores de Xenoverse, algo similar ao que vemos em Destiny ou qualquer MMO. Aqui podemos comprar diferentes itens de recuperação para utilizarmos nas lutas mais difíceis, golpes, roupas e acessórios de customização. Além disso, em Toki Toki podemos acessar os modos cooperativos e competitivos, permitindo que nos aliemos a outros NPCs ou jogadores a fim de completar missões extras ou simplesmente lutar uns contra os outros.

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As missões, além de recompensa em dinheiro que utilizamos para comprar os já citados itens a venda na cidade, nos trazem uma chance de obtermos golpes e outros customizáveis a fim de complementar para a evolução de nosso personagem. Infelizmente isso acaba gerando uma alta necessidade de grinding, especialmente para as habilidades mais avançadas como se transformar em super saiyajin. Isso, contudo, gera uma sensação significativa de recompensa no jogador e, quando, de fato, conseguimos o elemento desejado não há como esconder o entusiasmo. Além disso, cada missão completada oferece pontos de experiência que contribuem para o avanço em níveis de nosso personagem criado. Essa opção, tirada diretamente dos famosos JRPGS, nos permite moldar nossa criação para qualquer estilo de luta – seja atirando projeteis a distancia ou acabando com o oponente de perto.

Com uma gigantesca quantidade de personagens jogáveis, a possibilidade de criar um guerreiro só nosso e missões que roubam horas e horas de nossas vidas, Dragon Ball Xenoverse vem como um colírio para os olhos dos fãs cansados em verem fracassos atrás de fracassos quando se trata de games do universo criado por Toriyama. Com uma história supervisionada pelo próprio autor da série, o jogo pode não atingir um grau de detalhe como aquele de Tenkaichi 3, mas certamente consegue nos satisfazer ao introduzir inúmeros elementos que nos fazem sentir como se assistíssemos o velho e saudoso anime.

Dragon Ball Xenoverse
Desenvolvedor:
Dimps
Lançamento:
24 de Fevereiro de 2015
Gênero:
Luta
Disponível para:
PS3, PS4, Xbox One, Xbox 360, PC

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