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Crítica | Dragon Ball Z: Goku, o Super Saiyajin

por Guilherme Coral
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estrelas 2

Exibido entre os episódios 81 e 82 (a luta contra a segunda forma de Freeza) de Dragon Ball Z, este filme já contava com um significativo problema, anunciado pelo próprio título: o super saiyajin. Em outras palavras, a forma que Goku atinge em sua luta contra Freeza ainda não havia aparecido no anime ou sequer no mangá. Coube, portanto, aos animadores exibir uma quase-forma super saiyajin, que não estragasse a surpresa para os fãs ou fugisse do material original. Mas este é o menor dos problemas exibidos na obra.

Goku, o Super Saiyajin inicia como os longa-metragens anteriores, focando em Gohan enquanto este realiza uma ação que, aparentemente, não conta com qualquer valor narrativo. Desta vez ele perturba Piccolo enquanto este medita, assobiando uma irritante melodia ao mesmo tempo que dança com seu dragão (cuja primeira aparição foi em A Árvore do Poder). A conexão com os filmes anteriores é interessante de se notar, embora tais cenas somente funcionem para aumentar ainda mais o desgosto da audiência pelo filho de Goku. Seguindo esta sequência quase surreal chegamos a outro ponto em comum à franquia: o namekusei sente a chegada de um ki considerável. Pouco após descobrimos que essa energia vem de um corpo celeste que se aproxima da Terra, que posteriormente descobrimos ser a nave de Lorde Slug, um poderoso namekusei que visa dominar o universo.

O que procede a seguir são as velhas lutas, começando dos personagens mais fracos para os mais fortes. Estas chegam a funcionar como entretenimento para o público, ainda que não exibam nenhuma inovação quando comparadas ao restante da franquia. Aqui devo ressaltar, como em outros filmes, a reciclagem visual do anime, que, no caso, utiliza o modelo de Zarbon e Dodoria (capangas da saga de Freeza), recriando-os para cumprir a exata mesma função na trama que os dois personagens dos quais foram inspirados (para não dizer copiados). As lutas menores, felizmente, ocupam pouco tempo em tela e logo dão lugar à batalha final entre Goku e Slug, que, surpreendentemente, dura por volta de 25 minutos. Nesta vemos o chamado “falso super saiyajin” e este lembra bastante o que veríamos no clímax da luta em namekusei. Tal aparição, contudo, não funciona dentro da trama, ao passo que a resolução em si se dá por outras ações de Goku, que espelham os acontecimentos de A Árvore do Poder.

Dentre essas reciclagens uma delas se destaca das demais, configurando-se mais como uma homenagem. Refiro-me ao próprio Slug e sua forma gigantesca, que rapidamente nos lembram da saga do 23º Torneio de Artes Marciais, quando Piccolo Jr. utiliza a mesma técnica. O saudosismo gerado nos fãs é imediato, considerando que jamais vemos tal acontecimento se repetir.

Vale lembrar que este filme, assim como os anteriores, não se encaixa dentro da narrativa do anime ou mangá de Dragon Ball Z, exibindo claros problemas de continuidade e, portanto, não fazendo parte do material canônico da série. A razão disto também se dá à ausência de Akira Toriyama no roteiro, que, inclusive, considera tais obras como parte de uma dimensão paralela ao universo por ele criado. Dos filmes, o autor somente esteve presente na equipe em A Batalha dos Deuses e o anunciado este ano.

Com técnicas de animação levemente superiores ao anime original e um roteiro nada inovador, Goku, o Super Saiyajin é uma obra de pouco agrado para o espectador, caindo no velho problema da reciclagem de conteúdo. Felizmente é um filme curto, que não chega a cansar a audiência, conseguindo entretê-la o suficiente para mantê-los assistindo até o fim. Tirando aqueles que desejam conhecer toda a franquia, trata-se de um longa dispensável.

Dragon  Ball Z: Goku, o Super Saiyajin (Doragon Bōru Zetto: Sūpā Saiyajin da Son Gokū, Japão, 1991)
Roteiro: Takao Koyama
Direção: Mitsuo Hashimoto
Elenco: Masako Nozawa, Akira Kamiya, Hiromi Tsuru, Mayumi Tanaka, Daisuke Gōri, Mayumi Shō, Kouhei Miyauchi. Toshio Furukawa, Takeshi Aono, Kenji Utsumi, Joji Yanami
Duração: 46 min.

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