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Crítica | Dragon Ball Z: O Homem Mais Forte do Mundo

por Guilherme Coral
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estrelas 3

O Homem Mais Forte do Mundo, embora tenha sido exibido no Japão durante a saga de Freeza, está cronologicamente localizado logo após o fim do primeiro arco. Para maior aproveitamento, contudo, é preciso que o espectador deixe de lado tal informação, já que, assim como seu antecessor, podemos observar evidentes problemas de continuidade quando levamos em consideração o anime. Se conseguir relevar este fator, é possível ser entretido pelo filme, por mais que este possua outros defeitos por si só.

Porém, antes dos problemas vamos aos claros méritos do longa, ainda mais quando temos os fãs em mente. Sua trama nos conta sobre um cientista, Dr. Wheelo, que deseja obter o corpo do homem mais forte do mundo e obter sua vingança contra a humanidade. Com isso em mente, o antagonista vai atrás do então conhecido como deus das artes marciais, Mestre Kame (sem saber que tal informação já estava ultrapassada desde a segunda saga de Dragon Ball). Aqui se exibe, de imediato, a primeira qualidade da obra, a inserção deste personagem, muitas vezes esquecido, dentro da trama, colocando-o mesmo por lutas que demonstram as capacidades de Kame, há tempos não explorada. Esse fan-service dura pouco, mas, por vezes, retorna à tela, já constituindo um bom motivo para se assistir a obra.

Essa mesma tentativa de inserir personagens agora secundários não funciona quando Gohan e Kuririn entram em quadro. Ambos são inteiramente desnecessários para a trama e, efetivamente, não fazem absolutamente nada de relevante, somente aumentando o desgosto da audiência pelo filho de Goku (especialmente dentro da música mal posicionada dentro da narrativa), algo trabalhado intensamente durante o primeiro arco do anime. Para não dizer que A presença de Kuririn não é tão desejada quanto a de Kame, esse nos proporciona algumas gags que fazem uso de sua fraqueza perante a Goku ou Piccolo.

Não são somente os protagonistas que são reaproveitados dentro da trama. Durante toda a projeção fica clara a reciclagem de design das sagas dos saiyajins e de Freeza. Vemos antagonistas de aparência praticamente idêntica aos saibamen, ou até mesmo Dodoria. Com isso, fica clara a falta de criatividade da equipe de arte, ou até mesmo o pouco tempo de produção dedicado ao longa. Felizmente, esse aspecto não se estende para as técnicas de animação em si, que, assim como seu antecessor, não peça pela lentidão ou super-utilização de quadros estáticos com diálogos entendidos ao ponto da repetição. O traçado, por sua vez, recebeu claras melhorias em relação a O Resgate de Gohan, exibindo uma maior limpeza, sem parecer o esboço de outrora.

A trilha sonora, surpreendentemente não se repete extensamente, trazendo, inclusive, temas musicais de Dragon Ball. Por outro lado, não temos as marcantes melodias de DBZ , que contribuiriam para o aumento da tensão da obra. Isso acaba gerando uma sensação de clímax estendido, já que não provoca a necessária imersão no espectador.

Com elementos de claro agrado aos fãs, O Homem Mais Forte do Mundo é um longa que vale ser assistido. Embora não conte com um vilão memorável ou não se insira organicamente na trama, sua narrativa adota um ritmo fluido, sem perder tempo com fatores desnecessários ou quadros prolongados. Possui alguns deslizes, mas, em geral, seus méritos superam os defeitos.

Dragon  Ball Z: O Homem Mais Forte do Mundo (Doragon Bōru Zetto: Kono yo de Ichiban Tsuyoi Yatsu, Japão, 1990)
Roteiro: Takao Koyama
Direção: Daisuke Nishio
Elenco: Masako Nozawa, Akira Kamiya, Hiromi Tsuru, Mayumi Tanaka, Daisuke Gōri, Mayumi Shō, Kouhei Miyauchi. Toshio Furukawa, Takeshi Aono, Kenji Utsumi, Joji Yanami
Duração: 59 min.

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