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Crítica | É o Fim

por Ritter Fan
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estrelas 3

É o Fim é uma festa do começo ao fim (ou quase lá, pelo menos, como ficará claro adiante). Todos os atores vivem eles mesmos e a premissa, completamente absurda, mas também deliciosa, é Jay Baruchel chegando em Los Angeles e sendo recepcionado por seu amigo Seth Rogen que, depois de uma tarde de drogas e videogame, o leva para uma festa na casa de James Franco exatamente na hora em que o mundo começa a acabar.

Jay é relutante, pois não gosta de Franco e das pessoas que fatalmente encontrará por lá, incluindo Jonah Hill, Craig Robinson, Danny McBride e Michael Cera. Mas, mesmo diante de uma situação como essa, que é entremeada de diálogos repletos de citações a trabalhos passados de todos e das conhecidas personalidades de cada um, tudo piora com o apocalipse chegando ao mundo. Um buraco se abre na frente da casa de James Franco, todo mundo convenientemente cai no fogo dos infernos e os amigos Franco, Rogen, Hill, Robinson e McBride têm que tentar sobreviver na fortaleza que é a casa do primeiro.

Ao longo da fita, as situações absurdas vão ficando cada vez mais absurdas, com referências mil a diversos subgêneros de filmes de horror, como filmes de zumbi, de canibalismo e de exorcismo. Permeando tudo isso, vemos uma eficiente paródia dos filmes de bromance, aqueles que coroam a amizade masculina. Toda a ligação com sexo que é possível se fazer em um filme sem que ele ganhe a classificação máxima é feita por Goldberg e Rogen, os roteiristas. Nada escapa à sua visão perfeitamente lúcida tanto dos trabalhos de cada um dos atores, sua respectiva importância no mundo cinematográfico, quanto dos filmes de parceiros.

No estilo de uma piada a cada dez segundos, seja ela falada, gesticulada ou encenada, o roteiro não para e, por diversas vezes, pérolas são soltas, como a hilária comparação da Santíssima Trindade com o sorve napolitano (nunca mais esquecerei e, podem ter certeza, usarei sempre que possível) ou a longa sequência em que os comediantes conseguem fazer piada até com estupro sem descambar para o mau gosto (se duvidam, assistam ao filme). No entanto, quando a temática apocalíptica começa a tomar o filme de assalto, com cenas externas à casa de James Franco, a película perde um pouco de seu ritmo, passando a depender mais da correria, gritaria e de efeitos especiais surpreendentemente bons.

E, de certa forma, toda a subversão e piadas pesadas que vemos nos dois terços iniciais abrem espaço para um caminho mais seguro, mais moralista, que não combina nem com o que veio antes nem com o próprio estilo dos atores nos filmes que eles mesmo diversamente citam ao longo da fita. É um pouco de oportunidade perdida que vemos no terço final, traindo o potencial do começo.

De toda forma, o divertimento garantido está lá, com piadas autoreferenciais e autoconscientes e um grupo de atores claramente se divertindo como nunca. Mesmo aqueles que aparecem por alguns segundos apenas estão visivelmente relaxados, por mais humilhante que sejam seus papeis (Channing Tatum que o diga!). Enfim, uma festa que não acaba tão bem quanto começa, mas que também não deixa ninguém com dor de cabeça no dia seguinte.

This is the End (EUA, 2013)
Direção: Evan Goldberg, Seth Rogen
Roteiro: Evan Goldberg, Seth Rogen, Jason Stone (curta metragem)
Elenco: James Franco, Jonah Hill, Seth Rogen, Jay Baruchel, Danny McBride, Craig Robinson, Michael Cera, Emma Watson, Mindy Kaling, David Krumholtz, Christopher Mintz-Plasse, Rihanna, Channing Tatum
Duração: 107 min.

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