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Crítica | E Se Vivêssemos Todos Juntos?

por Sidnei Cassal
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Amigos há mais de 40 anos, Annie , Jean, Claude, Albert e Jeanne, começam a enfrentar os problemas da velhice. Albert tem problemas crônicos de memória, e sua esposa Jeanne esconde dele um câncer terminal. Claude, o solteirão do grupo, sofre um ataque cardíaco e passa a precisar de cuidados, ficando inviável morar sozinho. Cabe a Jean propor a  ideia de passarem a morar juntos em sua casa, que é grande o suficiente para abrigar a todos, cuidando uns dos outros, além do que evitariam assim a indesejável opção de  viver em um asilo para idosos.

Os filmes com temática voltada à terceira idade se tornaram cada vez mais frequentes nos últimos anos, fazendo prever que em breve se tornará um novo gênero de cinema. O sucesso de produções como O Exótico Hotel MarigoldAmor e Um Divã para Dois está tornando esse tipo de filme cada vez mais comum na programação dos cinemas do mundo. E Se Vivessemos Todos Juntos ?, por exemplo, foi a quinta maior bilheteria para um filme nacional na França em 2011.

Mas o que ele tem de mais especial em relação a seus recentes assemelhados é que a diretora Stéphanie Robelin produziu um material, que embora trate dos problemas específicos da terceira idade, como doença, a proximidade da morte, a vida sexual e afetiva na velhice, é de tal forma leve, divertido sem ser exatamente cômico, e acima de tudo apresenta uma visão tão não-estereotipada da velhice, que pode encantar plateias de todas as idades, estejam elas próximas ou longe da chamada “melhor idade”.

O elenco é um achado. É uma surpresa ver Jane Fonda falando (e bem) francês – sua única experiência anterior na França foi com Godard nos anos 70. Geraldin Chaplin dispensa apresentações , e vem aparecendo com frequência no cinema ultimamente (O Impossível, O Orfanato). Os outros 3 do grupo (Pierre Richard, Claude Rich e Guy Bedos) embora não conhecidos no Brasil são experientes atores franceses que estão muito à vontade no filme. O outro nome conhecido do elenco é o alemão Daniel Brühl, que o público brasileiro conhece de Bastardos Inglórios de Tarantino, sendo o único jovem do elenco principal.

O DVD lançado agora em abril de 2013 nas locadoras tenta aproveitar o relativo sucesso que o filme obteve nos cinemas do Brasil. Infelizmente, não há nenhum extra. Teria sido interessante acrescentar, por exemplo, a experiência de Jane Fonda em fazer um filme na França e igualmente, é claro, uma reportagem sobre o fenômeno dos filmes sobre a terceira idade.

Há tempos atrás muitos atores maduros gracejavam que nunca lhes faltaria trabalho na velhice, pois sempre haveria algum filme ou novela precisando de um avô, um pai ou mãe idoso ou de um mestre experiente. A realidade mudou – porque o mundo envelheceu, talvez – e hoje os atores maduros podem gozar do privilégio de serem o elenco principal de um filme de sucesso.

E Se Vivêssemos Todos Juntos? (Et Si On Vivait Tous Ensemble? | Alemanha – França, 2011)
Direção: Stéphane Robelin
Roteiro: Stéphane Robelin
Elenco: Guy Bedos, Daniel Brühl, Geraldine Chaplin, Jane Fonda, Claude Rich, Pierre Richard, Bernard Malaka, Camino Fernández, Gwendoline Hamon, Shemss Audat
Duração: 96 minutos

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