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Crítica | Final Fantasy

por Guilherme Coral
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estrelas 3

Final Fantasy foi lançado originalmente para NES em 1987 e foi um dos responsáveis pela popularização do gênero RPG para os vídeo-games. É, sem dúvidas, um dos jogos mais importantes já feitos, tendo influenciando centenas de outros games até hoje.

Concebido inicialmente como Fighting Fantasy, o  jogo teve seu nome alterado graças à possibilidade de falência de sua desenvolvedora, Square (atualmente Square-Enix). Além disso, caso não desse certo, esse seria o ultimo game criado por Hironobu Sakaguchi, que abandonaria a indústria dos vídeo-games. Tão pouco ele sabia que Final Fantasy se tornaria uma das maiores e mais bem sucedidas franquias dos games.

O homem, a lenda - Hironobu Sakaguchi

O homem, a lenda – Hironobu Sakaguchi

As influências de Final Fantasy são claramente os RPGs de mesa, especialmente Dungeons & Dragons. Isso pode ser observado desde a criação de personagens, passando pelo desenrolar da história até o combate em si. Entrarei em detalhes destes elementos posteriormente nesta crítica. Além dos RPGs de mesa, Sakaguchi se inspirou nos vídeo-games Wizardry e Ultima.

Além de Sakaguchi nesse primeiro game da franquia já participaram importantes nomes e, atualmente, vinculados ao nome Final Fantasy. O primeiro é Yoshitaka Amano, que desenhou as artes conceituais da série até o 6º jogo e continua até hoje fazendo os logotipos dos games. O segundo, mas definitivamente não menos importante é Nobuo Uematsu, responsável pelas trilhas sonoras de todos os games da franquia (exceto XII e XIII).

Enfim, chegamos ao jogo em si. Final Fantasy inicia com a criação de personagens que permite a escolha de quatro personagens dentre seis classes: Warrior (Fighter), Monk (Black Belt), Thief, Red Mage, Black Mage e White Mage. Cada uma dessas é especializada em um tipo de combate e possui habilidades únicas. A criação de uma equipe equilibrada é essencial. Após darmos o nome para cada um deles, começamos a aventura.

Os pixels... quero dizer, classes de Final Fantasy

Os pixels… quero dizer, classes de Final Fantasy

A história inicia com a chegada profetizada dos quatro guerreiros da luz à cidade de Cornelia. Cada um desses heróis porta um cristal escurecido que devem, ao longo de sua jornada, transformar nos cristais de cada elemento. A aventura começa ao termos que resgatar a princesa de Cornelia das mãos de Garland, um antigo cavaleiro do rei. A partir daí somos levados de missão em missão pelos continentes do jogo, ajudando todos os que precisam, seja humano, anão ou elfo.

A progressão do jogo é bastante simples no início, com objetivos bem definidos. A história se mantém simples do princípio ao fim, mas conforme o mundo é aberto para exploração, deixa de ficar claro para onde devemos ir. Os encontros com monstros, que podem ocorrer em qualquer lugar fora das cidades, acabam se tornando repetitivos e irritantes ao ponto que devemos andar constantemente pelo aberto.

O combate se dá em turnos. Escolhemos as ações de cada um dos nossos personagens e cada um age no instante determinado pelo computador. Em Final Fantasy é inserido um elemento, até então ausente nos vídeo-games: a fraqueza à determinados ataques ou elementos. Cada monstro possui sua fraqueza específica, seja física ou mágica – por exemplo determinada criatura é morta mais facilmente por gelo.

Os gráficos atualizados das versões recentes

Os gráficos atualizados das versões recentes

Um grande ponto negativo do game é a quantidade de inimigos que podemos vir a enfrentar por vez, tornando a batalha enfadonha, ao ponto que chegamos a implorar por uma magia que consiga matá-los todos de uma vez. É claro que tais lutas são essenciais para se passar de nível no jogo, mas a sua frequência acaba empobrecendo a dinâmica do game.

Como em qualquer JRPG (RPG japonês), o level grinding é essencial. Quanto maior o nível que alcançarmos, mais fácil se torna o jogo. Alguns dungeons e batalhas contra chefes são praticamente impossíveis em níveis mais baixos.

Ao alcançarmos determinado ponto da história podemos avançar cada uma das classes dos personagens. Nos níveis superiores das classes nos são abertas mais habilidades e magias, além de uma mudança na aparência do personagem.

Os equipamentos e magias disponíveis devem ser comprados para serem utilizados. O dinheiro do jogo, gil, é adquirido através das batalhas – quanto maior o nível do inimigo, maior a recompensa. Cada classe possui  armas e  equipamentos específicos que podem ser utilizados – um black mage não pode se armar de uma espada, por exemplo.

A trilha sonora de Nobuo Uematsu, mesmo em sua versão mais antiga, é fantástica e introduz melodias que percorrerão toda a franquia. Destas podemos destacar o tema de Final Fantasy, o tema dos cristais e a famosa Victory Fanfare, que é tocada ao vencermos as lutas do game em quase toda a franquia.

Final Fantasy é, sem dúvidas, um jogo de suma importância para a indústria e que merece ser jogado por qualquer fã da franquia ou de RPG que deseje conhecer as origens do gênero nos vídeo-games. Em última análise, contudo, não é um game fácil de se terminar hoje em dia, devido às inúmeras e repetitivas batalhas randômicas. Estamos falando, é claro, de um jogo lançado há 26 anos e tais defeitos podem ser relevados, tendo em vista seu grau de inovação.

Caso você tenha interesse no jogo atualmente, existem remakes disponíveis para a PSN, IOS, Android e Windows Phone. O game foi inteiramente refeito, com gráficos, animações e trilha sonora atualizados. O espírito, contudo, se mantém o mesmo.

Final Fantasy
Desenvolvedora:
 Square
Lançamento: 18 de Dezembro de 1987 (Japão), 12 de Julho de 1990 (EUA)
Gênero: Rpg de Turnos
Disponível para: NES, MSX, WonderSwan Color, PS, GBA, Mobile, PSP, Wii Virtual Console, PSN, IOS, Windows Phone, Android

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