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Crítica | Game of Thrones – 6X07: The Broken Man

por Iann Jeliel
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  • Contém SPOILERS. Leia aqui as críticas das demais temporadas e/ou episódios.

Diferente do meu colega Ritter Fan, que cobriu a crítica de Blood of My Blood em meu lugar, eu gostei bastante do último episódio, muito também pela presença novamente de Jack Bender na direção, que apesar do roteiro realmente ter apresentado uma quebra de avanço, preencheu uma grade de desenvolvimento de personagem interessantíssimos, além de ter definido vários nortes para o fim de temporada, como a aliança definitiva entre coroa e fé, do Alto Pardal (Jonathan Pryce) e Tommy (Dean-Charles Chapman) com Margaery Tyrell (Natalie Dormer), aumentando o desafio de Cersei (Lena Headey) para a retomada de poder. Aliás, os argumentos utilizados pelo meu companheiro de pausa de crescente, para mim, valem para The Broken Man e o motivo está muito na direção operante e sem inspiração de Mark Mylod, responsável por dois dos episódios mais fracos da quinta temporada, High Sparrow e Sons of the Harpy, e por enquanto o mais fraco desta temporada, ainda que não chegue a ser ruim, apenas estranho.

Começo estranhando o fato desse ser, ao lado do piloto Winter is Coming, o único episódio salve-me engano, que começa com uma cena antes dos créditos iniciais da abertura, para a revelação “bombástica” de que o Cão (Rory McCann) estava vivo desde o final da quarta temporada, em que quase morreu caindo do precipício – dado como morto – depois de uma luta bravíssima com Brienne (Gwendoline Christie). Ao longo do episódio, temos conversas até interessantes dele com Ray (Ian McShane), líder de uma comunidade que o acolheu e aparentemente vinha fazendo uma reabilitação ao personagem a vida de violência constante que estava envolvido, impossibilitada por uma série de guardas aleatórios que decidem matar todos de lá, despertando o espírito sanguinário de Sandor Clegane de volta que partirá em busca de vingança e possivelmente no caminho voltará a ter papel nessa guerra dos tronos.

Outro fato estranho é a união de coroa e fé, não ter sido exatamente consolidada como indicado. Margaery demonstra no fundo que está teatralizando sua conversão para o Alto Pardal, talvez tendo um plano particular de fuga da sua familia de King’s Land, como indica seu diálogo com Olenna (Diana Rigg), em que ela disfarçadamente a obriga a voltar a Dorne. Com seu irmão Loras (Finn Jones) ainda preso, a personagem opta por corresponder os fanáticos religiosos num discurso de discernimento de seus pecados de maneira verossimilhante, para que os próprios permitam sua fuga numa desculpa semelhante que ela utilizou para afastar sua avó. Ao menos a posição de vulnerabilidade de Cersei segue forte, mesmo que os Tyrell não seja outra ameaça, eles permanecem como não aliados.

Por último e não menos estranho, Arya (Maisie Williams) deseja meio que repentinamente não só resignar a missão que lhe foi dada pelo homem sem rosto, como voltar para Westeros sem terminar o treinamento e como Arya e não uma ninguém. Até gosto da ideia porque remodela o progresso linear que imaginávamos, mas obviamente uma mudança brusca não traria resultados facéis de acontecer. Justamente por isso, acho um tanto inútil o episódio queira criar tensão com as facadas que recebe no bucho, afinal, se a personagem morresse agora, depois de tanto tempo focado não só nesse núcleo da Casa de Preto e Branco, quanto na jornada dela com um todo, só para jogá-la no lixo depois, seria um absurdo. Creio, portanto, que isso ou poderia ser deixado para o próximo episódio denominado No One que deve ser justamente o enfatizando, ou que resolvesse logo sua transformação nesse capítulo a fim de promover uma grande parcela com progresso significativo.

Se olharmos as outras narrativas, vemos que praticamente não há progresso, somente uma confirmação de um conflito que estava para acontecer. Blackfish (Clive Russell) não iria se entregar para a familia Frey e Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) como realmente não se entregou e vai rolar briga. Jon Snow (Kit Harington) conseguiria apoio dos selvagens e de alguns poucos do norte, mas não de todos, longe do suficiente, ou seja, a busca continuará para os próximos episódios. Theon (Alfie Allen) continua assombrado, demonstrando apoio a Yara (Gemma Whelan) que tenta torná-lo mais forte. Nada de novo na fronte, mas que essas cenas como em Blood of my Blood fossem mais enérgicas dramaturgicamente.

No máximo temos uma cena bacana com a introdução da pequena lady Lyanna Mormont (Bella Ramsey) graças a performance impositiva divertidíssima da atriz mirim. Ademais todos os diálogos parecem proteladores de situações que poderiam minimamente serem mostradas em caminho, como a viagem dos irmãos de ferro em busca de Daenerys (Emilia Clarke) para aliar-se a ela – que nem aprece no episódio –, com quem o Cão vai encontrar e para onde ele irá a partir de agora, para quem Sansa (Sophie Turner) enviou aquela carta, como que Arya pode escapar dos ferimentos, Brianne chegando para tentar chamar os Tarly a guerra do norte e impedir o conflito no castelo, dentre outras.

The Broken Man além de sofrer com a falta de progresso evidente pela má distribuição de narrativas fragmentadas como foi The Red Woman e Oathbreaker, quebra uma ótima sequência rítmica dada por episódios anteriores, ao querer empurrar com a barriga resoluções simples de tramas secundárias que se dispôs a explorar justamente para a reta final dar enfoque ao que importa. Agora, no mínimo o próximo episódio terá de fechar essas pontas e outras para que isso aconteça, sem a quebra total de uma sexta temporada que até então era só crescente e sofre uma pequena decrescente preocupante, por ser perto do seu momento mais decisivo.

Game of Thrones – 6X07: The Broken Man | EUA, 5 de junho de 2016
Direção: Mark Mylod
Roteiro: Bryan Cogman
Elenco: Nikolaj Coster-Waldau, Lena Headey, Kit Harington, Natalie Dormer, Liam Cunningham, Sophie Turner, Rory McCann, Maisie Williams, Jonathan Pryce, Kristofer Hivju, Jerome Flynn, Alfie Allen, Ian McShane, Diana Rigg, Clive Russell, Tobias Menzies, Gemma Whelan, Faye Marsay, Jóhannes Haukur Jóhannesson, Tim McInnerny, Ian Whyte, Hafþór Júlíus Björnsson, Tim Plester, Daniel Tuite, Ricky Champ, Ian Davies, Murray McArthur, Hannah Waddingham, Bella Ramsey
Duração: 51 minutos.

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