Home TVEpisódio Crítica | Gotham – 3X02: Burn the Witch

Crítica | Gotham – 3X02: Burn the Witch

por Guilherme Coral
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estrelas 4

Obs.: Contém spoilers do episódio.

Confesso que ao terminar de assistir Burn the Witch, segundo episódio da terceira temporada de Gotham, precisei checar se esse ano realmente contaria com vinte e dois episódios, pois, no ritmo que estamos, o showrunner, Bruno Heller, deve ter muita história para contar. A temporada mal começou e já vemos a aparente resolução de um dos arcos iniciados em Better to Reign in Hell…, ou, ao menos, é isso que somos levados a acreditar. O que sabemos, porém, é que o ritmo já acelerado (e não falo isso como sendo algo negativo) da segunda temporada ganha um gás aqui, podendo significar interessantes desdobramentos para o seriado.

Começamos já na suposta sede da Corte das Corujas (não temos confirmação, mas irei me referir a eles assim) e a investigação das indústrias Wayne, por parte de Bruce, chega a um momento crucial. Já na cena de abertura não podemos deixar de notar um dos excessos dramáticos tão comuns no seriado: por que a mulher da corte usava a máscara se iria removê-la assim que alguém de “fora” entrasse na sala? E, mais importante, por que ela a utilizava se estava dentro de seu esconderijo, rodeado por pessoas de confiança? São esses pequenos detalhes que mais se configuram como uma pedra no sapato da série.

Em seguida, pulamos para uma Ivy crescida, após ter caído em um tubo contendo água bastante suspeita. A mudança da atriz de imediato já nos causa um certo estranhamento e passamos a nos perguntar se o crescimento da personagem era realmente necessário ou se já não poderiam ter contratado alguém mais velha desde o início. Dito isso, o roteiro até tenta justificar essa espichada repentina, porém a percepção que ficamos é a de que os roteiristas queriam inserir a personagem com mais força na história, mas não contavam com outros meios, visto que ela ainda é, ou era, uma criança.

O arco mais interessante presente no episódio, porém, é aquele envolvendo Fish Mooney. Por mais que a atuação de Jada Pinkett Smith seja muito exagerada em Gotham (mesmo que a atriz seja muito talentosa), a interação entre ela e o Pinguim traz interessantes desdobramentos para o seriado, não somente em uma esfera emocional e psicológica dos personagens, como do próprio futuro da cidade, que passa a apoiar Cobblepot cada vez mais. Mais importante, porém, é a forma como praticamente todos os personagens (excetuando Bruce e Ivy, é claro) se unem sob esse mesmo cenário, tornando o episódio mais fluido e ausente de fragmentações narrativas.

Curiosamente, apesar de ser apenas o segundo capítulo, não podemos deixar de sentir como se estivéssemos diante de um desfecho, apenas evidenciando como a série pretende seguir para a frente de forma ágil, a fim de não decepcionar o espectador. Mesmo a aparição do duplo de Wayne nos minutos finais soa como algo tirado de uma season finale, da mesma forma que o surgimento de Lee na estação de trem, o que infelizmente deve resgatar um aspecto do seriado que não sentimos falta: os dramas amorosos de Jim Gordon. Felizmente, isso também pode significar um retorno do personagem à força policial, finalizando sua fase de “rebelde com causa”.

Burn the Witch insere, portanto, interessantes novas peças no tabuleiro de Gotham, catapultando a trama da série de forma veloz, deixando-nos completamente incertos do que veremos a seguir, ao menos na trama principal. Algumas escolhas do roteiro, causam sim certa preocupação, mas o que nos resta é esperar e torcer para que o texto não caia nos mesmos problemas que assolaram as temporadas anteriores – ainda que a segunda tenha sido consideravelmente melhor que a primeira.

Gotham 3X02: Burn the Witch – EUA, 2016
Showrunner: Bruno Heller
Direção: Danny Cannon
Roteiro: Ken Woodruff
Elenco: Ben McKenzie, Donal Logue, David Mazouz, Robin Lord Taylor, Sean Pertwee, Erin Richards, Camren Bicondova, Cory Michael Smith, Jessica Lucas, Jada Pinkett Smith, Richard Kind, Michael Chiklis, Drew Powell, Chris Chalk, Morena Baccarin
Duração: 43 min.

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