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Crítica | Insônia (2002)

por Filipe Monteiro
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Após galgar passos mais firmes em sua carreira e ter alcançado certo prestígio com sucesso de crítica decorrente de Amnésia (2000), Christopher Nolan parte para uma nova empreitada. Dessa vez baseando-se no longa norueguês homônimo de 1997, Nolan dirige Insônia e mostra que é possível executar bons suspenses sem nem sequer utilizar o típico recurso de redução da luz.

O enredo se desenvolve em torno do assassinato de Kay Connell, uma jovem de 17 anos, em Nightmute, pequena cidade do longínquo estado americano do Alasca. Por isso, Will Dormer (Al Pacino) e Hap Eckhart (Martin Donovan), então sob investigação, partem da delegacia de homicídios de Los Angeles ao encontro da detetive Ellie Burr (Hilary Swank), cuja experiência até então resumia-se em pequenos casos.

O que seria uma investigação convencional, acaba se tornando um transtorno sem proporções quando Dormer acidentalmente comete uma tragédia e, a partir daí, torna-se refém de Walter Finch (Robin Williams), o assassino de Kay. É dentro desse jogo duplo, de quem trabalha na investigação, mas também tem culpa no cartório, que a trama vai se desenvolvendo. Se as preocupações e o peso cada vez maior na consciência já tirariam o sono de Dormer, o fato de estar no Alasca justamente durante o período do Sol da Meia-Noite, em que o céu fica claro praticamente o dia inteiro, é um agravante de potência.

Que Insônia conta com um elenco de primeira categoria, não é segredo. Robin Williams esteve mais que convincente no papel do escritor psicologicamente desequilibrado, Swank consegue expressar com igual intensidade a essência da detetive que anseia por notoriedade, mas que, ainda assim, preza por sua conduta acima de tudo. O filme, entretanto, é totalmente dedicado à figura do protagonista. Um Al Pacino fadigado, sem dormir a mais de uma semana, prende a atenção do espectador como ninguém.

Quem assiste a Insônia não está diante da narrativa fragmentada e complexa de Amnésia. O que há em Insônia é uma narrativa linear e muito consistente permeada pelos efeitos da ausência de sono sofrida por Dormer. Nolan, dessa forma, nos apresenta a um produto concreto e maduro, que, sem experimentar muito, resulta em um suspense policial que merece ser reverenciado.

Insônia (Insomnia – EUA, 2002)
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Hillary Seitz
Elenco: Al Pacino, Robin Williams, Hilary Swank, Oliver ‘Ole’ Zemen, Martin Donovan, Paul Dooley, Nicky Katt, Larry Holden, Jay Brazeau, Lorne Cardinal, James Hutson
Duração: 118 min.

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