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Crítica | Juntos e Misturados

por Filipe Monteiro
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Depois de Afinado no Amor e Como Se Fosse a Primeira Vez, a dupla Sandler e Barrymore retorna às telonas em mais uma comédia romântica. Neste novo longa, agora dez anos mais velhos, Drew Barrymore e Adam Sandler interpretam, respectivamente, uma mãe divorciada, compulsiva por organização e um viúvo que reflete a ausência da esposa na criação de suas três filhas.

Após um desastroso encontro às cegas, Jim e Lauren se veem condicionados a passar férias junto às suas famílias no mesmo resort sul-africano. Este contato faz com que os filhos de Lauren tenham proximidade com a figura masculina e as filhas de Jim com a feminina, ausentes dentro de cada família.

Juntos e Misturados poderia até ser uma comédia romântica comum, daquelas que se assiste para tirar um cochilo, quando não há nada melhor passando na TV. O que impede que isso aconteça são as grotescas representações que cada personagem carrega do início ao fim do longa, bem como alguns valores sociais inimagináveis que tentam ser levados ao público.

Criar comédias pautadas no estereótipo é corriqueiro, mas a utilização deste recurso em demasia, além de ser ineficaz, acaba por reduzir um comportamento muito mais amplo que cada personagem carrega. O mais crucial erro cometido nesta e em tantas produções do gênero é pensar no público enquanto aglomeração de cabeças ocas.

É ingênuo (para não dizer coisa pior) visualizar um pai que, em pleno século XXI, crie suas três filhas como três garotos ou que aja naturalmente enquanto sua filha de uns 12 anos se comporta como se a mãe ainda estivesse viva. Do outro lado, vê-se uma mãe que simplesmente não sabe lidar com o desenvolvimento dos seus filhos.

Diante destes dilemas bastante improváveis, quase imbecis, mas solucionáveis, o que faz o roteiro reducionista, então? Joga um homem na vida da mãe solteira e uma mulher na vida do pai viúvo, assim a família segue equilibrada e junta e misturada. A possibilidade de ser bem sucedido enquanto pai ou mãe solteiros que tentam lidar com problemas comuns é simplesmente descartada.

Como se isso tudo não fosse o bastante, o filme ainda tem duas horas de duração, quase uma eternidade (lê-se martírio) diante do roteiro ralo. Para não ser injusto, pode-se detectar dois fatores que contribuem para que Juntos e Misturados não seja um completo fiasco: o filme não é pioneiro no quesito “comédia romântica sem graça” e Drew Barrymore continua linda como sempre.

Juntos e Misturados (Blended, EUA – 2014)
Direção:
Frank Coraci.
Roteiro: Ivan Menchell, Clare Sera.
Elenco: Adam Sandler, Drew Barrymore, Terry Crews, Wendi McLendon-Covey.
Duração: 117 min.

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