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Crítica | Legends of Tomorrow 1X15: Destiny

por Luiz Santiago
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estrelas 1

Vocês já brincaram de gangorra?

A sensação que eu tive ao assistir a este penúltimo episódio de Legends of Tomorrow foi que os roteiristas estavam brincando de gangorra narrativa e, à guisa de um final épico e emotivo, resolveram inventar mais coisas em cima do plot de River of Time, mostrando que os Time Masters são os indivíduos mais ingênuos e estúpidos do Universo. Vamos direto ao ponto, e eu prometo que farei isto rápido, porque não há muito a dizer.

O Oculus. Um lugar onde é possível manipular o tempo, manipular pessoas e ver as coisas de forma fixa na malha do Universo, do jeito que serão no futuro, sem alteração. Para qualquer efeito de roteiro, seria imprescindível que os textos anteriores nos dessem algum indicativo de algo relacionado a essa mudança. E também seria necessário criar uma brecha para que a missão, desde o seus primórdios, levasse isso em conta, nem que fosse de forma remota. Tal escolha colocaria um sentido em praticamente tudo em Destiny. Sem esse “momento-antes”, a exposição que temos é apenas um rompante de última hora que desfaz, PELA DÉCIMA VEZ!!! o motor principal da temporada.

Vocês que vem acompanhando as minhas críticas ao longo deste primeiro ano da série observaram as mudanças de núcleo narrativo e viram que a cada mudança eu apontava a falta de necessidade e dizia que aquela era “a pior até o momento“. Ao que parece, a produção de LoT está me fazendo mentir a cada duas semanas porque esta 10ª mudança de objetivo central do show foi, pelo menos até agora — vai ver que no finale inventam mais coisas — a pior de todas.

Com parte das lendas presas no Ponto de Fuga, Rip tem a revelação de que foi manipulado até ali. Ou seja, pela segunda semana consecutiva pegamos todos os capítulos que estruturam a saga para _____ [insira aqui um objetivo aleatório] _____ Savage e jogamos no lixo, criando um pseudo-reinício de trama com trilha sonora épica e abrindo um ciclo de consequências que também não servem de muita coisa, porque partem de uma premissa errada e sem sentido. Se a intenção dos produtores era construir passo a passo o Paradoxo da Predestinação + Paradoxo de Bootstrap, que fizessem-no de forma no mínimo coesa ou que nem tentassem fazê-lo, pois estes são paradoxos difíceis de se contextualizar e raros são os episódios de TV (os excelentes Blink, Under the Lake e Before the Flood, todos de Doctor Who, a quem LoT quer copiar descaradamente, são exemplos disso) que conseguem sucesso nesse tipo de empreitada.

Posto o momento do destino e o futuro fixo, qual é o sentido da série sequer existir?

Então, o objetivo não tinha nada a ver com Savage? O objetivo real era destruir o Oculus? E Rip, alguém à margem do grupo dos Time Masters e que possui contatos que sabem de manipulações desse Conselho sequer suspeitou que isso poderia ao menos existir? Como nunca tínhamos ouvido falar de predestinação para ponto fixo na série até agora? Por que os textos sempre deram a entender que mudanças poderiam acontecer e que, mesmo que Gideon nunca mostrasse um cenário positivo, vimos em episódios passados prognósticos muito ruins para o futuro, onde peças se juntavam devido as ações de Rip e seu acompanhantes? Mas se o futuro é fixo e eles estavam sendo manipulados, por que essas pequenas mudanças para um cenário ruim existiam?

O único motivo que me faz dar 1 estrela para este episódio é a direção elegante de Olatunde Osunsanmi, um diretor que sabe construir um drama de ação muito bem e tem a capacidade quase mágica que utilizar-se de elementos fracos da série e de seu desenho de produção às vezes questionável para nos apresentar algo realmente bom. Percebam os planos invertidos, as grandes panorâmicas durante as lutas, a excelente exploração dos planos de conjunto e a passagem de um bloco para outro, onde o diretor utiliza-se da decupagem interna para fazer a sua própria visão de ritmo e não depender inteiramente do editor, o que confere ao capítulo um bom resultado de direção e efeitos especiais. Mas à parte a técnica, nada do que acontece aqui vale coisa alguma, afinal, nada do que houve antes e até metade deste episódio era o que parecia ser ou serviu de alguma coisa, então, qual é o ponto?

Chegamos ao fundo do poço ou ainda dá para descer mais?

Legends of Tomorrow 1X15: Destiny (EUA, 2016)
Direção: Olatunde Osunsanmi
Roteiro: Phil Klemmer, Chris Fedak, Marc Guggenheim
Elenco: Victor Garber, Brandon Routh, Arthur Darvill, Caity Lotz, Franz Drameh, Ciara Renée, Amy Pemberton, Dominic Purcell, Wentworth Miller, Casper Crump, Martin Donovan
Duração: 42 min.

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