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Crítica | Legends of Tomorrow – 3X12: The Curse of the Earth Totem

por Luiz Santiago
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SPOILERS! Confira as críticas para os outros episódios aqui.

Ao término de The Curse of the Earth Totem eu passei bastante tempo pensando sobre o episódio e tentando achar elementos que, no meu julgamento, poderiam fazer dele um drama “menos bom” do que julguei à primeira vista. E mesmo diante de toda a minha chatice com construção narrativa (os mais antigos aqui sabem o quão insuportável nesse aspecto eu posso ser, basta ver meus textos sobre a 1ª Temporada da série), não consegui encontrar fraquezas relevantes neste capítulo que pudesse diminuir minha nota inicial. E isso é um triunfo imenso para o programa, que saiu do lodo e se tornou essa série que dá gosto de assistir. Mas ainda tem a cereja do bolo. E tenho certeza que meia dúzia de leitores vão sorrir agora, fazendo a hashtag mental #chupaluiz. Wally West.

Eu nunca faço segredo de minha relação pessoal com personagens e certos aspectos de uma obra, mas jamais deixo que isso influencie objetivamente a minha forma de analisar a “coisa em si”, quando ela aparece. Dito isto, não é segredo para vocês que eu não gosto nada do Wally West de Keiynan Lonsdale, que não acho um bom ator, apesar de visivelmente se esforçar para fazer um bom trabalho (mesmo com aqueles roteiros dodóis da 3ª Temporada de The Flash).

Mas eis que veio The Curse of the Earth Totem e o personagem, mesmo estando em segundo plano, simplesmente disse a que veio e me fez ter o enorme prazer de perceber que eu estava errado sobre sua participação em Legends of Tomorrow. Se a presença dele nos capítulos subsequentes for pelo menos metade do que foi nessa ‘maldição do Totem da Terra’, então já podemos cravar a sentença: será uma boa adição às Lendas. E se em um único episódio onde ele não é a atenção principal, o roteiro conseguiu fazer com que fosse simpático, tivesse boas falas (e olha só o moço se esforçando, agora com um bom roteiro, como fica mais interessante!) e um uso orgânico e excelente de seus poderes, então Keiynan Lonsdale recebeu um presente dos céus. Enfim passaremos a gostar do Flash de Wally West na TV tanto quanto gostamos de sua versão nos quadrinhos (eu prefiro o Barry, mas adoro o Wally nas HQs).

E então, o cerne do episódio. As duas mulheres que assinam o roteiro desse capítulo já escreveram para LoT. Ubah Mohamed co-assinou Helen Hunt e Grainne Godfree tem uma jornada maior no show, mas o que nos interessa aqui é o seu texto para Beebo the God of War, com quem The Curse of the Earth Totem tem muita similaridade de composição dramática. Mas existe algo no presente episódio que é melhor escrito e dirigido do que foi em Beebo: a interação entre os vários núcleos hoje ativos no show. Percebam como a montagem desse episódio e a direção intensa de Christopher Tammaro nos levam do (excelente e sexy) encontro entre Ava e Sara para as Bahamas em 1717, em um encontro das Lendas com Barba-Ruiva (não entendo como escolheram Jonathan Cake para interpretar esse papel tão icônico, mas mesmo ele não entregando um bom trabalho, não chega a estragar o personagem e nem as cenas em que aparece). Daí se desenvolve a narrativa principal do capítulo, onde o Totem da Terra ganha destaque e até a presença de Damien Darhk é bem-vinda.

É possível perceber claramente a mão de Grainne Godfree na criação dos elementos de ação, mas certamente foi a delicadeza e ótimo uso das personagens femininas por Ubah Mohamed que harmonizou isso para todos os personagens. Pensem em como cada um dos atores tem o devido destaque e nada parece sobrando ou faltando em termos de participação. Em alguns casos, o roteiro, em pouquíssimo tempo, cria um momento de intenso crescimento, vide o dilema de Ray e o tiro que deu em Nora Darhk, criando o cenário que faz o episódio terminar no exato pico do clímax, deixando o espectador gritando “nãaaaaoooooooooooo!!!” e pedindo mais. Nunca, na história de LoT, um cliffhanger foi tão fora da curva, tão preciso e tão… sugestivo. Diante disso ainda temos ótimos figurinos (ok, isso não é novidade na série, certo? O setor de figurinos e de direção de arte foram os únicos que mantiveram a qualidade no alto desde o começo do programa), ótimas cenas de luta, uma da melhores montagens de um episódio na série e uso preciso da trilha sonora, o que nos leva de volta ao velocista que me fez pagar a língua. E com prazer.

As roteiristas encontraram os elementos que combinam com perfeição ao alcance dramatúrgico de Keiynan Lonsdale e que funciona no bloco com o ator. Reparem bem na citação de Velozes e Furiosos e a inesquecível cena onde Lonsdale e Arthur Darvill cantam Careless Whisper. A cena é simples, hilária, se encaixa lindamente no laço de amizade entre os dois personagens, fecha o ciclo anterior de Wally e abre a porta para o futuro a partir da ressaca de Rip Hunter, que bêbado, junto de seu novo amigo, recuperou o icônico casaco e… deixou Gary sem calças. Devo ainda dizer que essas participações breves e engraçadíssimas de Adam Tsekhman na série tem sido o melhor alívio cômico que o show poderia encontrar.

Divertido, abarrotado de boas surpresas e com um único elo fraco (Barba-Ruiva), The Curse of the Earth Totem me deixou sem palavras (bem… eu acabei de escrever um texto de 900, então… não é que fiquei “sem palavras”, mas… vocês entenderam). Eu estou muito feliz com Legends of Tomorrow! Enfim, a CW encontrou o ponto certo de como fazer um programa de ficção científica da maneira mais criativa e atraente possível. Que os deuses do espaço-tempo mantenham a coisa assim!   

Legends of Tomorrow – 3X12: The Curse of the Earth Totem (EUA, 26 de fevereiro de 2018)
Direção: Christopher Tammaro
Roteiro: Grainne Godfree, Ubah Mohamed
Elenco: Brandon Routh, Caity Lotz, Maisie Richardson-Sellers, Amy Louise Pemberton, Tala Ashe, Keiynan Lonsdale, Nick Zano, Dominic Purcell, Neal McDonough, Arthur Darvill, Courtney Ford, Jes Macallan, Jonathan Cake, Adam Tsekhman, Cecilia Deacon, Max Boateng, Tim Beckmann
Duração: 42 min.

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