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Crítica | Lego Liga da Justiça: Revolta em Gotham

por Guilherme Coral
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estrelas 3,5

Ao assistir seguidamente todos os filmes da Lego sobre os super-heróis da DC, fica fácil de enxergar a evolução dessas animações ao longo dos anos. Começando como a adaptação de um game, com Lego Batman: O Filme – Super Heróis DC Unidos, a Warner Animation foi aprendendo com seus erros, por mais que alguns deles continuassem aparecendo em determinados pontos de cada obra. Lançado em 2016, Revolta em Gotham é a prova de que a companhia não pretende cometer os mesmos deslizes sempre e, por mais que peque em alguns pontos, nos mostra que uma ótima história do Morcego pode, sim, ser contada através de blocos coloridos e humor.

Batman estivera defendendo Gotham por anos e agora chegou a hora do herói tirar férias. No aniversário da primeira aparição do vigilante mascarado, os amigos de Bruce, tanto membros da Liga, quanto seus pupilos de sua cidade, o convencem de tirar uns dias de folga. Dito isso, Batman, Asa Noturna e Batgirl partem em uma viagem para a ilha onde o Morcego treinara, lá eles descobrem, contudo, que um terrível plano conduzido por Bane e o Exterminador está tomando forma. Enquanto isso, em Gotham, Superman descobre que não é nada fácil manter a cidade livre do crime, especialmente quando os supervilões escapam do Asilo Arkham.

A narrativa de Revolta em Gotham se divide entre esses dois núcleos distintos e o que facilmente poderia se tornar uma narrativa fragmentada é muito bem conduzido pelo roteiro de James Krieg, que iniciara sua carreira como roteirista lá atrás com o desenho dos anos 1990 de X-Men. O texto trabalha Batman de duas formas, uma delas nos mostrando um pouco de seu passado e o que o faz ser único e a outra deixando bem claro que somente ele consegue lidar com Gotham e seus vilões completamente malucos. O Cavaleiro das Trevas é essencial para sua cidade e fica bastante fácil enxergar o porquê aqui.

Naturalmente que tudo isso é feito com o costumeiro humor da LEGO, que satiriza inúmeras situações, brincando com a metalinguagem constantemente. O ápice é quando o Morcego, simplesmente do nada, puxa uma daquelas peças de remover os blocos difíceis de se separar, deixando todos perplexos, se perguntando de onde ele tirou aquilo. A personalidade de Superman é uma das melhores trabalhadas, mostrando, de forma cômica, como ele é feito para Metrópolis e não essa cidade escura e tenebrosa – mesmo Robin se vira melhor aqui do que o azulão.

O maior problema do longa-metragem é realmente a sua montagem. A mudança entre os dois núcleos não ocorre de forma dinâmica, dilatando a narrativa e, muitas vezes, a tornando cansativa. Se houvesse uma troca de focos mais constantes isso poderia ser contornado. Além disso, alguns trechos são desnecessários para a progressão do enredo, deixando a obra com uma duração desnecessariamente prolongada. O que ocorre em 78 minutos poderia ser, facilmente, reduzido para aproximadamente uma hora. Isso acaba fazendo com que olhemos para nossos relógios mais do que o de costume, não fazendo jus ao ótimo trabalho dos roteiristas.

Felizmente, Revolta em Gotham consegue dar a volta por cima em seu trecho final, que garante um tom de circularidade à toda a história. Com mais altos do que baixos, temos aqui mais uma ótima animação da LEGO em parceria com a DC e Warner, que encontraram a maneira ideal de realizar essas histórias mais descontraídas dos heróis dos quadrinhos. Resta torcer para que as vindouras mantenham o padrão de qualidade, mas, pelo que já vimos em LEGO Batman: O Filme, nutrimos bastantes esperanças pelo futuro da franquia.

Lego Liga da Justiça: Revolta em Gotham (Lego DC Comics Superheroes: Justice League – Gotham City Breakout) — EUA, 2016
Direção:
 Matt Peters, Melchior Zwyer
Roteiro: James Krieg
Elenco: Sarah Hyland, Tara Strong, Troy Baker, Nolan North, Grey DeLisle, Will Friedle,  John DiMaggio, Tom Kenny
Duração: 78 min.

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