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Crítica | Lego Super Heróis DC: O Flash

por Luiz Santiago
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Para todos os efeitos, esta é uma história de apresentação e aprendizado, de começos e de entendimento de poderes por parte do Flash, que aqui ainda está no início do uso de suas habilidades, nem tendo conhecido ou experimentado a Força de Aceleração ainda. A trama começa com outro novato, o Eléktron, que está sendo apresentado à Sala da Justiça. Ele também está começando na carreira de super-herói (parece ainda mais novato que o Flash) e seu primeiro tour pelo QG da Liga da Justiça é uma mistura de assombro, maravilhamento e dúvida se deve entrar para a equipe ou não. A questão, porém, como é de praxe para a maioria dos heróis, vem com uma urgente não-escolha. O Coringa está de férias e atacando Metropolis. É preciso unir o grupo para cuidar dos danos e prender o Palhaço maligno imediatamente.

Com inúmeras referências a outras obras LEGO, destacando-se as brincadeiras visuais, diálogos e easter-eggs de Super-Heróis DC Unidos (2013), Combate Cósmico (2016) e Revolta em Gotham (2016), este longa de Ethan Spaulding nos traz uma interessante história de união e aprendizado coletivo. Como o Flash é um personagem brincalhão, jovem e com manias que irritam alguns outros heróis (especialmente o Batman, que odeia os atrasos do velocista, um paradoxo em si só), o roteiro de James Krieg e Jeremy Adams explora as dificuldades de diálogo que ele tem com o grupo (embora não de maneira hostil), e esse problema é a verdadeira estrada para a maturidade do herói e a chegada da compreensão para todos os outros. Tudo isso, enquanto uma ameaça grande — e, conforme o filme avança, apelativa e meio chateante –, do Flash Reverso, o verdadeiro inimigo aqui (a dublagem de Dwight Schultz é boa no começo, mas chega uma hora que as afetações que ele dá ao personagem são intragáveis).

O roteiro constrói bem a linha problemática principal, mas se perde — e muito! — nos dramas paralelos. Primeiro, é bem estranha a passagem do ato de abertura, com a luta contra o Coringa, para o acontecimento que colocará o Flash em perigo. Talvez seja a união de coisas que não funcionam muito bem, como montagem, roteiro e direção, tudo ao mesmo tempo, mas o fato é que essa mudança até poderia ser interessante se não fosse tratada como “dois filmes diferentes que, por acaso, se juntaram”. Já no segundo ato, o enredo costura bem a interação em cenários distintos. Notem que, se tivesse o mesmo tratamento, a sequência com o Senhor Destino padeceria dos mesmos problemas que a do Coringa. Mas isso não acontece. Exceto pelo péssimo uso de Zatanna em toda a história, este bloco funciona de maneira agradável, com o melhor projeto de animação de todo o filme, a melhor façanha da direção de arte, a melhor interação da fotografia aplicada a todo o espaço cênico e o segundo melhor momento da direção no filme (o primeiro é a agilidade com que Spaulding guiou a sequência dentro a Alma da Força de Aceleração).

Depois dos primeiros impasses, o espectador aproveita com muito gosto o restante da história, curtindo, inclusive, a excelente sequência musical, com a canção It’s Magic (ou, para os amigos, O Blues do Flash). É compreensível que o texto tenha dado uma sequência solo para o Eléktron nessa história, mas vale dizer que o trabalho com personagens mais adoráveis, engraçados ou duplas com melhor química faria um bem maior para a obra. Este é o tipo de trama em que Mulher-Maravilha e o escanteado Homem-Borracha poderiam ter uma participação e lugar na obra bem mais interessante, se tivessem espaço. A despeito disso, Lego Super Heróis DC: O Flash é uma divertida animação onde os conselhos de amigos e heróis mais velhos, e onde um pouco de humildade por parte dos personagens são meios diretos ou indiretos para vencer um vilão. O texto não perde a oportunidade de dar uma piscadela moral, mas não de um jeito chato. O final… bem, o final é hilário e fraterno, como toda história com a Liga deveria ser.

Lego Super Heróis DC: O Flash (Lego DC Comics Super Heroes: The Flash) — EUA, 2018
Direção: Ethan Spaulding
Roteiro: James Krieg, Jeremy Adams
Elenco (vozes): James Arnold Taylor, Kate Micucci, Kevin Michael Richardson, Troy Baker, Nolan North, Grey DeLisle, Khary Payton, Dwight Schultz, Eric Bauza, Tom Kenny, Phil LaMarr, Vanessa Marshall, Dee Bradley Baker, Jason Spisak, Audrey Wasilewski
Duração: 78 min.

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