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Crítica | Lobo: O Último Czarniano

por Luiz Santiago
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estrelas 3,5

Por motivos que não gosta de lembrar, Lobo é, por palavra, um associado da Liga Extra-Governamental Interplanetária Adjuvante da Ordem (ou L.E.G.I.Ã.O.), uma organização militar criada durante a saga Invasão! (1989). No início da presente história — que constitui o primeiro volume solo do Lobo da DC, Lobo Vol.1 — o Maioral está indignado com o conteúdo de um livro que publicaram sobre ele. Uma biografia não autorizada. Qualquer plano de vingança em andamento, porém, é deixado temporariamente de lado. O chefe Vril Dox contata Lobo urgentemente para uma missão importantíssima: escoltar uma velha senhora até a base de operações da L.E.G.I.Ã.O. e entregá-la… viva. Uma missão e tanto para o Lobo.

Escrita por Keith Giffen e Alan GrantO Último Czarniano serve tranquilamente como uma introdução do Lobo a novos leitores, pois, ancorada nesta ideia da biografia, a obra traz trechos de textos — páginas inteiras como se fossem fac-símile do livro — que apresentam informações interessantíssimas sobre o passado do personagem em Czarnia, seu planeta natal. Alguns leitores podem argumentar que estes fatos isolados não constituem uma verdadeira história de origem, pois são o ponto de vista de Miss Tribb e certamente apresentam adulterações, são parciais. Todavia, pelo caráter desses acontecimentos, não temos nada para duvidar de que todas aquelas atrocidades foram sim praticadas pelo Lobo. E de qualquer forma, voltamos ao ponto inicial; por ser muitíssimo condizente com a personalidade do carinha violento. Sendo verdade ou não, as páginas da biografia não autorizada do Lobo são uma ótima introdução para quem não o conhece.

As duas primeiras edições concentram as melhores coisas de toda a aventura. Elas colocam o Lobo em uma trilha que sabemos que não trará coisas boas. Não para as pessoas que se colocarem no caminho dele. À primeira vista, o roteiro pode parecer confuso, dada a forma que os autores utilizaram para sugerir que haviam outras intenções por parte de Dox, mas este não é um problema, porque ao final da segunda revista é indicado um ótimo “plano de eliminação” que deixa o leitor esperando pelo banho de sangue. O que constitui sim um problema são os atalhos desnecessários que a história toma a partir da edição #3, com a isoladamente ótima sequência com os Comandos Ortográficos, a quem cabe “a tarefa de libertar o Universo dos ignorantes e analfabetos funcionais“.

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As breves “férias” do Lobo.

Desde a segunda edição, com a divisão dos créditos de Simon Bisley com Keith Giffen nos desenhos, a parte estética da série sofreu um impacto negativo, dada a soltura do lápis de Giffen, que muda todo o ótimo visual da primeira revista, parâmetro que se torna cada vez mais incômodo à medida que a trama avança — claramente há muito mais a mão de Giffen que de Bisley do meio da revista #3 em diante. A necessidade de um visual mais sujo e “largado” para mostrar as desventuras de um podrão como o Lobo é levada aqui de maneira literal demais, uma mudança para pior da boa arte da edição de estreia.

Levando isso em conta, mais o destaque de rápidos vilões de ocasião, vemos uma queda considerável na segunda parte da saga, com o concurso de soletração como o seu ponto mais baixo — apesar de ser bastante divertido e dar algumas ideias para o que devemos fazer com maus alunos em nossas escolas (hehehe) a coisa toda é uma parcela do roteiro que em nada ajuda no desenvolvimento da história. Leitores mais exigentes devem apontar que as “pequenas férias” de Lobo também se enquadrariam nesta categoria e esta afirmação é parcialmente verdadeira. Ocorre que esse período de descanso do Maioral acaba puxando o enredo para a sua última batalha e entrega da Sra. Tribb, que termina da maneira mais esperada possível, fechando bem essa missão de introdução, destalhes e informações preciosas sobre o quão infame, violento e sensacional é este (agora sim!) último Czarniano.

Lobo: O Último Czarniano (Lobo Vol.1 #1 – 4) — EUA, 1990 – 1991
No Brasil: Editora Globo (1992) / O Evangelho Segundo Lobo (Panini, dezembro de 2016)
Roteiro: Keith Giffen, Alan Grant
Arte: Simon Bisley (#1), Simon Bisley e Keith Giffen (#2 a 4)
Arte-final: Simon Bisley
Cores: Lovern Kindzierski
Letras: Todd Klein
Capas: Simon Bisley
Editoria: Art Young
24 páginas (cada edição)

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