Home TVEpisódio Crítica | Lucifer – 2X18: The Good, the Bad and the Crispy

Crítica | Lucifer – 2X18: The Good, the Bad and the Crispy

por Ritter Fan
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Episódio

estrelas 4,5

Temporada

estrelas 3,5

Obs: Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Apesar de ter tido sua temporada estendida para 22 episódios, em decisão estranha especialmente depois de um hiato de três meses, a Fox decidiu transferir os quatro episódios finais para o começo da terceira temporada, fazendo com que a segunda tenha apenas 18. Mas, seja como for, Joe Henderson conseguiu encerrar muito bem mais um arco da série, ao mesmo tempo em que preparou o terreno para o futuro com um misterioso cliffhanger.

Começando a partir do final de Sympathy for the Goddess e o churrasco que “Charlotte” fez do rosto de Chet Ruiz ao ser esfaqueada por ele, o episódio não perde tempo em centrar suas atenções neste crime, mais uma vez usando a estrutura do “caso da semana” para impulsionar a narrativa. Mas, agora, Lúcifer tenta desviar e não atrair a atenção de Chloe para o caso, já que, com a descoberta de que sua mãe é uma bomba-relógio divina, ele precisa afastar as duas. Simultaneamente, Amenadiel, envaidecido com a descoberta de que é o filho favorito de seu pai, retoma sua lealdade pelo Criador e se recusa a entregar a terceira peça para a montagem da Espada Flamejante (ou seria sabre de luz?).

O roteiro de Ildy Modrovich é ágil ao manter as peças em constante movimento de maneira orgânica e inteligente, com Maze sendo usada mais uma vez como caçadora de recompensas para localizar Amenadiel e “Charlotte” caminhando cada vez mais para o lado negro. Aliás, sobre esse lado negro, é alvissareiro notar como a pegada cômica da série cede espaço para uma abordagem bem mais séria e pesada quando a Deusa literalmente tortura e quase mata – ainda que off camera – a Dra. Linda para extrair informações sobre as verdadeiras intenções de Lúcifer ao chegar nos Portões do Paraíso com a espada.

Ainda que esse lado mais pesado não se mantenha aceso por muito tempo, a mudança é boa e bem utilizada, mesmo que o espectador não sinta verdadeiro perigo pela saúde da psicóloga ou por qualquer personagem fixo da série, para dizer a verdade. Mas esse nunca foi o tom imposto pelo showrunner e as coisas não mudariam aqui. Basta saber que ele é capaz de perverter expectativas aqui e ali, na medida do necessário para lidar com as questões que coloca para debate.

Amenadiel toma um bom espaço no episódio não só com seu dilema sobre ser ou não o favorito de seu pai, mas também com sua força de vontade ao recolher os cacos de seus poderes para diminuir a velocidade da passagem do tempo (havia até esquecido dessa sua habilidade!) para que Maze pudesse salvar a Dra. Linda. Resta saber se, agora que em tese ele caiu novamente nas graças de seu pai, se ele conseguirá recuperar seus poderes em sua plenitude, especialmente suas belas asas negras.

A resolução do arco da Deusa, foco da segunda temporada, talvez tenha sido apressado no sentido de que a personagem pudesse oferecer mais para a série. Tricia Helfer estava muito bem como a personagem e só agora, nesses últimos episódios é que ela vinha sendo realmente utilizada como devia. Não sei se a Charlotte humana continuará na série, mas, se continuar, imagino que tenha papel muito limitado. De toda forma, a forma como a resolução aconteceu me agradou, com Lúcifer finalmente enfrentando sua mãe no píer de Santa Monica e ameaçando-a com a espada em pleno funcionamento. Foi uma saída, digamos… fácil, mas ao mesmo tempo lógica e, principalmente, elegante. Afinal, se Deus criou o mundo em sete dias como dizem por aí, porque raios Deusa não poderia fazer algo ainda melhor no mesmo período de tempo?

O cliffhanger é que realmente foi intrigante e completamente inesperado, o que o descola um pouco do que vinha sendo construído. Ou, ao menos, ele parece descolado, já que ainda é muito cedo para dizer o que exatamente aconteceu com Lúcifer. Como ele desmaiou como apenas uma porretada? Como ele ganhou suas asas de volta? E as queimaduras? E, afinal, onde ele está e qual é o propósito de seu novo status quo?

Espero com todas as forças que essas perguntas sejam respondidas homeopaticamente ao longo da próxima temporada e não todas de uma vez ao longo de um ou dois episódios, com o retorno do status quo anterior da série assim, como um passe de mágica. Caso a primeira situação aconteça, Henderson terá aprendido com o péssimo retorno da série nessa estirada final da segunda temporada. Caso não aconteça, bem, aí será uma questão de saber o quanto mais o showrunner conseguirá evitar que o confronto entre filho e pai finalmente aconteça ou que Chloe saiba todo o segredo do anjo caído.

Apesar de alguns soluços, Lucifer acaba muito bem sua (não tão)alongada segunda temporada e começa uma aparentemente nova história. Se o Coisa Ruim terá vida longa na TV será uma questão do quanto Henderson conseguirá contar sua história sem esgotar as narrativas lógicas e decorrentes da premissa principal. Até agora ele tem mais acertado do que errado, pelo que ele merece meu voto de confiança.

Lucifer – 2X18: The Good, the Bad and the Crispy (Idem, EUA – 29 de maio de 2017)
Desenvolvimento: Tom Kapinos (baseado em personagem criado por Neil Gaiman, Sam Keith e Mike Dringenberg)
Showrunner:  Joe Henderson
Direção: Karen Gaviola
Roteiro: Ildy Modrovich
Elenco principal: Tom Ellis, Lauren German, Kevin Alejandro, D.B. Woodside, Lesley-Ann Brandt, Scarlett Estevez, Rachael Harris, Tricia Helfer, Aimee Garcia, Lindsey Gort
Duração: 45 min.

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