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Crítica | Mulher-Maravilha – Vol. 6: Ossos (Novos 52)

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

  • Contem spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos outros arcos da Mulher-Maravilha (Novos 52).

Depois de uma longa preparação, enfim, chegamos à batalha final contra o Primogênito de Zeus, que marca, também, o último volume de Brian Azzarello nessa fase da Mulher-Maravilha nos Novos 52. Quando se trata de um desfecho grandioso, é bastante comum que tenhamos algo que não corresponde com nossas expectativas, mas não é o que ocorre aqui, visto que o roteirista encerra essa sua jornada de maneira cíclica, deixando pouquíssimas pontas soltas.

De volta à Ilha Paraíso, a Mulher-Maravilha deve unir todas as amazonas, recém libertadas da maldição de Hera, a fim de lutar contra o Primogênito. Sabendo que somente elas não irá ser o suficiente para derrotar os exércitos do atual governante dos céus, Diana convoca todos os deuses ainda vivos. Enquanto isso, o vilão começa a caçar um por um as divindades, começando por Hades, que tem sua chama apagada. A única esperança de acabar com essa loucura é colocar o filho de Zola, Zeke, no trono do Olimpo, para que, então, a profecia se cumpra e o filhos mais novo destrone o mais velho.

Chega a ser impressionante ver como Azzarello cuidadosamente posicionou cada peça desse grande tabuleiro, para que essa épica conclusão nos entregue tudo o que esperamos. Ossos é, essencialmente, uma edição cujo foco é a ação e vemos essa se desenrolando de todas as maneiras possíveis, incluindo os mais diversos personagens que fizeram parte dessa fase da Mulher-Maravilha. O autor também não tem medo de esconder a brutalidade do Primogênito, fazendo dele um antagonista verdadeiramente temível, a tal ponto que, até o derradeiro fim, não conseguimos enxergar como ele irá ser derrotado, mantendo, portanto, a tensão como um elemento constante.

O roteiro também valoriza toda a construção de personagens feita até aqui. Desde Hera, que verdadeiramente se transformara nesses seis volumes, até a própria protagonista, enxergamos todos os frutos dessa longa jornada – nenhum deles é o mesmo personagem que encontramos nas páginas iniciais comandadas por Azzarello. Evidente que isso é consequência da preocupação do autor em lidar com cada um deles de maneira atenciosa. Embora sejam deuses, eles apresentam características bastante humanas e, de uma forma ou de outra, conseguimos nos relacionar com cada uma dessas divindades.

A arte de Cliff Chiang, que não cansa de nos impressionar, constrói cada painel de maneira magistral, deixando bem clara a escala dessa grande guerra entre os deuses. O artista sabe exatamente quando tornar a violência mais explícita e mais de uma vez nos deixa incertos sobre qual personagem morreu ou sobreviveu, de tal forma que nos vemos ansiosos para descobrir o destino de cada um deles. Em uma revista que não tem medo de matar figuras como Apollo, Zeus ou Hades, isso certamente contribui para nossa imersão, visto que o típico final feliz dos quadrinhos de herói não necessariamente pode se apresentar aqui. Chiang se destaca, também, ao retratar as emoções de seus personagens, ao ponto que vemos com clareza os sentimentos expostos pelo olhar de cada um.

Encerrando essa era da Mulher-MaravilhaOssos é o perfeito exemplo da qualidade da narrativa de Brian Azzarello, cuja fase é praticamente irretocável, nos apresentando histórias nas quais os deuses são tão humanos quanto nós próprios. Com tristeza viramos a última página dessa última edição, já nos deixando saudades de uma das melhores eras da Mulher-Maravilha, que certamente será lembrada como um grande clássico, que muito contribuiu para a história da heroína.

Mulher-Maravilha – Vol. 6: Ossos (Wonder Woman – Vol. 6: Bones) — EUA, 2015
Conteúdo: Mulher-Maravilha #30 a 35
Roteiro: Brian Azzarello
Arte: Cliff Chiang
Arte-final: Dan Green, Rick Burchett
Cores: Matthew Wilson
Editora: DC Comics
Data de lançamento original: 7 de abril de 2015
Editora no Brasil: Panini Comics
Páginas: 157

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