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Crítica | No Limite do Amanhã

por Melissa Andrade
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Filmes que vão e voltam no tempo não são tão fáceis de serem produzidos, pois acabam desgastando o espectador muito rápido. Talvez por isso o único bom exemplo que possa ser citado é Feitiço do Tempo com Bill Murray e, ainda assim, ele possui suas falhas, mas para a época em que foi lançado pode ser considerado excelente.

O novo filme de Doug Liman, No Limite do Amanhã, veio para dar uma nova chance ao subgênero.

Major Cage é relações públicas das forças armadas, responsável por “vender” ao público boas impressões sobre a guerra que estão travando contra os aliens chamados de miméticos. Sua melhor propaganda é a imagem de Rita Vrataski, o Anjo de Verdum, uma oficial do exército que sozinha exterminou muitos aliens durante as batalhas. Ainda assim, os miméticos estão tomando conta de várias cidades ao redor do mundo e em uma tentativa desesperada, as forças armadas planejam um grande ataque surpresa. Só que ocorreram inúmeras perdas e o exército precisa de toda ajuda possível, o que fará com que o General Brigham envie Cage para filmar a invasão a praia (numa clara referência ao ataque da Normandia). Porém, a ideia não agrada em nada ao Major e, ao tentar fugir, acaba sendo enviado a força para o local e, quando chega a hora de enfrentar os aliens, ele acaba morrendo e acordando no exato ponto em que chegou a base. Dessa maneira, seu dia passa a se repetir toda vez que ele é morto em batalha. Cage, agora, precisa descobrir qual a real razão de tudo o que está acontecendo e, para isso, contará com a ajuda da Vrataski, só que convencê-la desse absurdo será uma provação.

O longa tenta garantir seu sucesso, pois inclui, de forma escondida, uma espécie de “elemento surpresa”. Não há grandes expectativas por parte do público e justamente por isso ele triunfa em seu propósito. O enredo é interessante, as cenas de ação empolgam, tem boas piadas e a dupla Cruise e Blunt é ótima.

Liman soube conduzir muito bem as cenas de forma que o espectador, mesmo sabendo que se trata de uma repetição, consiga entender o que está acontecendo, sem cansar, sem saber quantas vezes aquilo foi repetido e, ainda assim, aprender novas informações. Tudo isso num clima bastante descontraído, graças ao personagem de Tom Cruise que parece ter achado o tom certo da interpretação, algo que lhe tem faltado em certos papéis. Aliás, como de costume, Cruise dispensou os dublês, atuando na maioria das cenas de ação, algo que não deve ter sido fácil, principalmente por vestir um exoesqueleto de quase 100 kg. A sempre doce e meiga Emily Blunt mostra que é uma atriz versátil e sabe convencer como oficial durona do exército, além de não deixar que seu colega roube toda a luz para si.

Baseado na light novel All You Need is Kill de Hiroshi Sakurazaka, este empolgante sci-fi com loop temporal merece ser visto no escuro da sala de cinema, uma vez que a experiência precisa ser completa. Mas, não recomendo o 3D, pois nada acrescenta à projeção.

No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow – EUA/Australia- 2014)
Direção: Doug Liman
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth, John-Henry Butterworth
Elenco: Emily Blunt, Tom Cruise, Brendan Gleeson, Bill Paxton, Jonas Armstrong, Tony Way, Kick Gurry, Franz Drameh, Dragomir Mrsic, Charlotte Riley, Masayoshi Haneda, Terence Maynard, Noah Taylor, Lara Pulver, Madeleine Mantock
Duração: 113 min.

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