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Crítica | “No Pier Pressure” – Brian Wilson

por Handerson Ornelas
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Os anos 60 apresentaram muitos gênios da música. Um deles era um jovem californiano chamado Brian Wilson que junto de seus irmãos e amigos resolveram fazer uma banda e falar sobre surf, praia e outras coisas simplórias. Esse era só o início dos Beach Boys, até o grupo crescer, desenvolver composições cada vez mais inspiradas, começar a voar extremamente alto e ser aclamado por diversos álbuns, inclusive um certo Pet Sounds que viria a ser considerado um dos maiores da história. O jovem californiano cresceu e hoje é um velhinho que se recusa a aposentar, mesmo já tendo conquistado o status de gênio da música.

Brian Wilson lança agora seu décimo primeiro álbum solo, No Pier Pressure, tentando mostrar que apesar da idade, continua uma figura relevante. E com certeza Brian mostra isso. Por mais que possa soar como um artista que se apoia no seu passado, definitivamente não fica apenas em sua zona de conforto. Apesar de manter a mesma sonoridade e essência de sempre, resolveu chamar vários artistas contemporâneos para seu novo disco. Alguns gerando polêmica, como a reação negativa de parte dos fãs ao descobrir que nomes como Frank Ocean e Lana Del Rey poderiam estar no disco, o que levou Brian a se declarar triste com a reclamação desses fãs. Por razões específicas os dois artistas ficaram de fora das participações no disco.

No Pier Pressure não se trata de algo transgressor, mas mostra a insistência de um artista em fazer o que ama. A voz afinada e doce do cantor agora se mostra bem mais frágil (precisando recorrer a vários efeitos), por isso acerta na ideia de chamar artistas novos para dividir os vocais e renovar seu público. E o ponto importante é a liberdade dada aos convidados mostrarem suas típicas sonoridades: seja o folk praiano de On The Island com o duo She & Him, o pop de tons country em Guess You Had To Be There com a cantora Kacey Musgraves ou a sensacional a capella de Our Special Love com Peter Hollens, artista bem popular no youtube.

Claro, Brian não tira de si toda a sonoridade Beach Boys que o fez famoso. Por isso mesmo chama seus amigos Al Jardine, David Marks e Blondie Chaplin, integrantes da banda – reformada em 2012 – para participar em canções como Whatever Happened, The Right Time e Sail Away, fazendo o álbum ser quase uma continuação do retorno do grupo em 2012 com That’s Why God Made The Radio. Estão ali as principais características da banda: letras despretensiosas, mas muito bem escritas, um pop de sonoridade doce e infantil e arranjos simples e belos.

Brian Wilson mostra um disco que, se está longe de suas maiores inspirações, ao menos mostra um amor enorme pela música. A mente por trás de obras fantásticas como Pet Sounds e Smile mostra que segue produzindo trabalhos relevantes, mesmo com seus mais de 70 anos de idade. Você tem absoluta certeza disso ao escutar o piano melódico e a voz bela e ingênua de Brian na derradeira The Last Song. Um artista obrigatório para qualquer amante de música conhecer e admirar seus trabalhos.

No Pier Pressure
Artista: Brian Wilson
País: Estados Unidos
Lançamento: 7 de abril de 2015
Gravadora: Capitol
Estilo: Pop, Soft Rock

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