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Crítica | O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas

por Filipe Monteiro
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Trilogias têm um movimento bastante próprio de conduzir a história que pretendem contar. Umas propõem um elemento de ligação bastante conceitual que une cada filme sem necessariamente propor interlocuções entre um roteiro e outro. Outras tantas organizam os filmes de maneira complementares, dando seguimento a um enredo geral. O caso é que trilogias nos cativam, intrigam e levam muita, muita gente às salas de cinema.

Nos últimos anos, algumas análises informais Perceberam um padrão estabelecido em uma quantidade significativa de trilogias. Observou-se que em boa parte desses grupos, o primeiro filme tem fundamental importância no ponto em que situa o público no ambiente da trama, apresenta as linhas de desenvolvimento e ambienta o há por vir. O segundo filme não perde tempo com contextualizações e, digamos assim, parte direto para o abraço, carregando consigo o clímax de uma narração mais ampla. O terceiro chega para cumprir o nobre papel do desfecho e, por isso, tende a não contribuir com novidades na trama.

A trilogia Terminator, ao que pode ser observado, não foge à regra. Assim tempos uma eletrizante abertura em O Exterminador do Futuro, que conquista a excelência e notoriedade por apresentar um enredo que é, por si só, interessantíssimo. O Exterminador do Futuro 2 eleva a história ao ápice por contextualizar o elementar dia do julgamento. O terceiro filme do grupo, todavia, chega de maneira um tanto inesperada, como um retorno a uma sequência já finalizada e bem resolvida. Caberia, então a O Exterminador do Futuro 3, apresentar o desfecho, ou o resgate mercadológico, de uma franquia já finalizada há 12 anos.

O Exterminador do Futuro 3 chega, por tanto, aos cinemas, em julho de 2003, com o subtítulo A Rebelião das Máquinas. O longa resgata importantes elementos da trama principal e nos revela um John Connor (Nick Stahl) na faixa dos 20 anos de idade, que leva uma vida sem rumo após a morte de sua mãe Sarah anos atrás. Quando uma novo modelo robótico, a bela T-X (Kristanna Loken), é enviada pelas máquinas para exterminar John Connor e seus possíveis descendentes, o camarada T-800 (Schwarzenegger) retorna para proteger o líder dos humanos e sua futura linhagem de descendentes. Sim, amigos, o Dia de Julgamento não foi impedido, mas apenas adiado.

Se tiramos uma Claire Danes nada carismática na pela de Kate Brewster, a futura senhora Connor; uma T-X feminina e absolutamente letal; e um Nick Stahl que consegue colocar abaixo o bom caminho construído pelo jovem Edward Furlong como o primeiro John Connor, não há absolutamente nada de muito novo para ser acrescentado à história a partir daí. O que faz O Exterminador do Futuro 3 é repetir uma antiga fórmula já vista nos dois filmes anteriores sem contribuir com muita coisa. É neste momento que percebemos a falta que James Cameron faz no universo por ele idealizado. A Rebelião das Máquinas é o único filme da trilogia que foi produzido sem os dedos de Cameron. Talvez por isso, seja o menos marcante de todos.

Jonathan Mostow não faz um trabalho ruim, entretanto. O diretor foi sábio o suficiente para manter o império construído por Cameron ao limitar-se a trazer um mais do mesmo extremamente bem feito. Por isso, ainda que sem grande relevância, O Exterminador do Futuro 3 não decepciona. Pelo contrário. O filme serve basicamente para resgatar uma franquia extremamente bem sucedida e alimentar a nostalgia de fãs que sentiam falta de um hasta la vista baby nas telonas.

O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas (Terminator 3 – The Rise Of The Machines, 2003 – EUA)
Direção: Jonathan Mostow.
Roteiro: John Brancato, Michael Ferris, Tedi Sarafian.
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Nick Stahl, Claire Danes, Kristanna Loken.
Duração: 109 min.

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