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Crítica | O Protetor

por Melissa Andrade
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O que torna um filme de ação realmente bom? São as cenas de explosão, pancadaria e tiros? Os diálogos jocosos e as infindáveis lutas sangrentas? Ter no elenco nomes de peso do gênero? Sim? Não? Tudo ao mesmo tempo? Difícil conseguir definir não é mesmo? Afinal, apesar de ser uma categoria bem específica e de fácil identificação, existem diferentes subgêneros que se encaixam nela. E, também, nem todo filme de ação precisa seguir as mesmas regras. Alguns funcionam, outros não.

Antoine Fuqua já havia trabalhado com Denzel Washington em Dia de Treinamento que rendeu um Oscar ao ator. A parceria é retomada em O Protetor, filme baseado numa antiga série da década de 80 de mesmo nome onde Robert McCall, o personagem principal, se encarregava de equilibrar as chances para aqueles que o contratavam.

No filme, McCall, vivido por Denzel, é um pacato e metódico cidadão que mantém uma rotina diária e a repete meticulosamente. Possui um emprego numa loja de materiais de construção e ajuda os amigos sempre que pode. Toda madrugada, vai até uma lanchonete para tomar chá e ler um livro. Lá, ele conhece Teri, uma garota de programa com quem conversa esporadicamente. A menina é muito jovem para a vida que leva e trabalha para os russos. Um dia, aparece com o rosto machucado e, no outro, não aparece mais. Dias depois, Bob descobre que a garota está internada e que levou uma surra do cafetão Slavi para servir de exemplo para as outras meninas. Bob vai até o escritório do cafetão e tenta comprar a liberdade da garota, mas Slavi e seus capangas apenas riem dele. McCall então opta por métodos mais bruscos e mata Slavi e seus capangas, dando início assim a uma caçada por sua cabeça. Sua maior vantagem é que ninguém sabe quem ele é ou porque fez o que fez. Porém, a guerra já começou.

Fuqua é conhecido por outros filmes de ação como Atirador e Invasão a Casa Branca usando de um estilo que consiste em focar mais no desenvolvimento do enredo e personagens para que as cenas de explosão, tiros e afins não sejam apenas meras cenas, mas, sim, um verdadeiro evento no filme. As estratégias por parte dos “heróis” são bem elaboradas, inteligentes e prendem a atenção do espectador. Neste novo projeto, o foco principal é a disputa de poder entre os personagens de Marton Csokaz e Denzel Washington, elevando o nível de tensão toda vez que eles se encontram. Os diálogos são bem apresentados por ambos, ainda que o personagem de Denzel esteja um pouco caricato, mas não é algo que chega a afetar completamente seu desempenho.

Alguns podem se assustar com a pequena participação de Chloë Grace Moretz no longa, no entanto, sua personagem serve apenas como estopim para que a ação se desenrole. O resultado são cenas bem estruturadas e armadilhas que nos fazem lembrar de séries como Magyver e Missão Impossível em alguns momentos, porém com mais sofisticação. As melhores cenas são a luta inicial com os russos, quando conhecemos parte da real natureza de McCall e a cena do embate final sob a chuva dos extintores. Ambas de tirar o fôlego. Talvez o único ponto ruim do filme resida em sua extensa duração, apresentando cenas que poderiam ter sido cortadas para melhorar o ritmo da história.

O Protetor pode não entrar para o hall da fama dos filmes de ação, nem Denzel Washington pode se comparar a grandes nomes do gênero como Charles Bronson, por exemplo. Contudo, vale a pena por apostar na estratégia de uma vingança de modo mais sagaz do que na busca desenfreada e caótica pela mesma.

O Protetor (The Equalizer – USA 2014)
Direção: Antoine Fuqua
Roteiro: Richard Wenk
Elenco: Denzel Washington, Marton Csokas, Chloë Grace Moretz, David Harbour, Haley Bennet, Bill Pullman, Melissa Leo, David Meunier, Johnny Skourtis, Alex Veadov, Vladimir Kulich, E. Roger Mitchell, James Wilcox, Mike O’Dea, Anastasia Sanidopoulos Mousis, Johnny Messner
Duração: 131 min.

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