Home QuadrinhosArco Crítica | Os Novos Mutantes #98 a 100 [Primeira aparição: Deadpool, Gedeão, Shatterstar, Feral e Dominó]

Crítica | Os Novos Mutantes #98 a 100 [Primeira aparição: Deadpool, Gedeão, Shatterstar, Feral e Dominó]

por Luiz Santiago
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estrelas 3,5

As edições #98 a 100 da revista Os Novos Mutantes, encerram o primeiro volume dessa publicação nos Estados Unidos, dando lugar à revista X-Force, cujo novo time foi formado basicamente pelos heróis que vemos ao final da edição #100 de NM e pela situação causada por magistrados e militares de Genosha no arco-crossover X-Tinction Agenda (1990 – 1991) onde três times de mutantes (X-Men, X-Factor e Novos Mutantes) se uniram e lutaram juntos, tendo consequências trágicas para todos. Na edição #98 de NM, temos Cable liderando de forma fracassada um time de mutantes — depois descobrimos que tudo era um plano dele para afastar os “menos comprometidos” e ter apenas “soldados prontos para a guerra” em uma represália contra Genosha —  formado por Dinamite, Mancha Solar, Míssil e Rictor, este último, deixando o time no início da edição.

Por ser um arco de encerramento de volume, há aquele velho traço narrativo de despedida, memória do passado, nostalgia e planos para o futuro, especialmente porque os personagens fariam parte de uma nova revista e com uma proposta ligeiramente mais a cara dos anos 90, como era intenção da Marvel. E como sempre acontece nos casos de uma revista ser cancelada mas seus personagens já estarem “encomendados” para uma outra publicação, temos o surgimento de novos heróis e vilões, a maioria deles pouco explorados e sem nenhum conceito satisfatório de introdução, mesmo que as participações individuais sejam bem interessantes.

Neste arco, aparecem pela primeira vez Gedeão (apresentado de forma confusa e insatisfatória), Shatterstar (bem apresentado e com deixas para um bom trabalho em edições posteriores), Feral (apresentada de forma parcialmente interessante, utilizando-se um contexto prévio) e Deadpool (apresentado de forma caótica e má contextualizada, mas com participação isolada muito engraçada, a grande marca do personagem). Nesses casos, o leitor não encontra nenhum problema de colocação dos heróis, vilões e anti-heróis na história, mas a coisa se torna complicada com duas outras personagens que também fazem sua estreia nesse arco: Dominó e Mímica.

Ainda na edição #98, quando o grupo estava lutando contra Deadpool, na Mansão X, por enquanto o QG dos Novos Mutantes, descobrimos que o Mercenário Tagarela foi enviado pelo Sr. Tolliver para matar Cable, mas a ação é enfim interrompida por Dominó, que aparece, dá um novo rumo à luta e se junta aos NM.

A questão é que a Dominó que vemos em O Começo do Fim não é a Dominó verdadeira. Ela é uma metamorfose da Mímica, que, a rigor, também faz a sua estreia neste arco mas não como Mímica e sim como Dominó. Um pouco confuso, não é? Vamos esquematizar, portanto, as primeiras edições de ambas as personagens.

  • Dominó: aparece pela primeira vez metamorfoseada por Mímica em Os Novos Mutantes #98 e como ela mesma em X-Force #8.
  • Mímica: aparece pela primeira vez metamorfoseando Dominó em Os Novos Mutantes #98 e como ela mesma em X-Force #19.

Ao longa da história, percebemos que Rob Liefeld e Fabian Nicieza criam alternativas para alguns dos mutantes que deixam o grupo durante este arco e ao mesmo tempo dá espaço para especulações sobre a “guerra” que Cable prenuncia e que praticamente se estrutura com exército, artefatos e proposta de ataque no epílogo da edição #100. Isso não quer dizer que a trama inteira é bem focada e certamente podemos entender essa abordagem mais solta como uma consequência do duplo trabalho em jogo: encerrar uma revista e fazer com que seus personagens estivessem em um cenário fácil de ser utilizado em outra saga. Mesmo assim, as intrigas são facilmente percebidas pelo leitor e, mesmo que tenham buracos e barrigas em sua construção, não são terríveis.

A “arte” de Rob Liefeld não ajuda muito a tornar a história melhor, porque é ruim demais caótica, não está muito propícia a proporções e perspectiva e apresenta poucos quadros realmente bons. De certa forma, o estilo bagunçado condiz um pouco com a proposta da revista, mas está bem longe de ser um trabalho artístico relevante. Afinal, estamos falando de Rob Liefeld, não é mesmo?

Com apresentação de várias personagens — destaque para o futuro queridinho Deadpool — e um clima de despedida que não era exatamente uma despedida, Os Novos Mutantes encontram aqui o seu final de linha (a revista ganharia seu segundo volume apenas em 2003) e dá origem a um outro time, com uma outra proposta. Mais uma fase de um grupo de heróis da Marvel chegava ao fim e caminhava para um recomeço, seguindo a eterna jornada dos heróis na “ditadura” da continuidade…

Os Novos Mutantes #98 a 100 (New Mutants Vol. 1 #98: The End of the Beginning , EUA – 1991)
Roteiro: Rob Liefeld, Fabian Nicieza
Desenhos e Arte-final: Rob Liefeld
Cores: Steve Buccellato (apenas edição #98) e Brad Vancata
Letras: Joe Rosen
Capas: Rob Liefeld
Editora nos EUA: Marvel Comics
Data original de publicação: fevereiro e abril de 1991
Páginas: 22 (cada número)

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