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Crítica | Playstation All Stars: Battle Royale

por Anthonio Delbon
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A ideia é clara desde a capa do jogo: juntar todos os personagens exclusivos da Sony, desenvolvidos desde o primeiro Playstation, e coloca-los em um jogo de luta ao estilo Smash Bros. Battle Royale – melhor resumir o título longuíssimo – é bem sucedido no que se propõe a fazer, mas escorrega em algumas mecânicas e carece de personagens tão carismáticos como os da Nintendo.

 A disputa é injusta. Ganhar, ou pelo menos se igualar à Mário, Link, Fox, Samus, Donkey Kong, Pikachu, Kirby e Sonic é praticamente impossível. Ainda mais tendo em vista que a Sony desenvolve seus exclusivos para um público alvo bem distinto do que a concorrente. As estrelas de BR são Kratos, Nathan Drake e Sackboy. Coadjuvantes de peso como Cole (Infamous), Dante (Devil May Cry), Big Daddy (Bioshock) e mais uma série de estrelas dos seus próprios jogos como Parapa The Rapper e Sly Cooper dão uma boa gama de personagens e variações de jogo. Mas todos eles juntos não superam uma simples briga entre Mário e Link, por exemplo.

Um dos símbolos desse desnivelamento é o personagem de Metal Gear presente em cada série. Snake já deus as caras na Nintendo e deixou Raiden – que divide as opiniões dos próprios fãs da série da Konami – para a Sony. O ninja elétrico não é apenas ícone dessa diferença. Ele também simboliza a desproporção da própria jogabilidade de BR, sendo um dos personagens mais poderosos e ágeis a se escolher.

Os controles em si são fluídos e os melhores golpes requerem habilidade do jogador, como ocorre ao se agarrar o adversário. Combos são boas possibilidades também, para ganhar plasmas que aumentam o poder e o nível do seu personagem, que vai do 0 ao 3. O principal problema da jogabilidade, porém, é o modo como se elimina o adversário. Pode-se ser furtivo, criar armadilhas, usar arte marcial, raios ou apenas abusar dos interessantes itens gerados pelo jogo, no fim, todavia, tudo se resume ao tempo certo para apertar R2 e usar o golpe especial. A questão é que a única maneira de ganhar a partida é acertar os golpes especiais de cada nível –  e a maioria dos golpes do nível 3 são impossíveis de escapar. Isso deixa o jogo previsível, tira um pouco a loucura do formato estabelecido por Smash Bros. e prende as possibilidades do jogo em meros três tipos de golpe por personagem. De fato, o jogo consegue se diferenciar do concorrente, mas de uma forma um pouco maçante.

Isso não retira a diversão que o game proporciona. Em partidas online ou off-line até quatro jogadores (recomendável), o jogo entretém bastante. Tirar sarro dos amigos é uma grande satisfação porque o próprio combate requer habilidade e velocidade diferentes do que em Smash, onde é possível mandar o rival para fora do cenário. Cenário, por sinal, é um dos pontos fortes de BR, que mistura dois ou mais jogos fazendo com que o plano de fundo interaja com o jogo, lançando bombas, mudando o terreno ou ainda, fazendo perguntas, como no brilhante cenário de Little Big Planet.

Os modos de jogo são inexistentes. Trata-se de lutar com os amigos ou com o computador. Não há minigames, modo história ou qualquer coisa a mais. Os próprios menus são simplórios, as introduções dos personagens nas batalhas parecem ter sido feitas às pressas e todo o requinte que o jogo possui em seu título é esquecido na imagem passada dentro do game. Nada que influencie o jogo em si, entretanto.

Os dlcs não trouxeram as novidades que eram esperadas, tendo como ponto mais relevante a presença do Zeus de God Of War. Uma das novidades bem-vindas é a versão de PSVita, que vem de graça para quem compra o jogo para PS3. Além disso, é possível que um jogador jogue pela televisão e outro pelo portátil, antecipando o sistema de WiiU, ainda que sem a sofisticação própria de um novo console.

Battle Royale vale a pena ser jogado se for utilizado com amigos. Uma possível sequência para PS4 pode melhorar muitos pontos. O single player fica enjoativo rapidamente pelos motivos listados e os personagens não cativam tanto para fazerem do jogo uma compra certa. Se, porém, não se tiver um console da Nintendo e se quiser buscar um game que emula a experiência de Smash, BR é satisfatório nesses quesitos. Até por ser a única opção de “sonystas”.

Playstation All-Stars Battle Royale
Desenvolvedor: Superbot Entertainement, Santa Monica Studio e Bluepoint Games
Lançamento: 20 de novembro de 2012
Gênero: Luta/Plataforma
Disponível para: PS3 e PS Vita

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