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Crítica | Preacher – 3X09: Schwanzkopf

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS do episódio e da série. Leia, aqui, as críticas dos outros episódios.

Este penúltimo episódio da 3ª Temporada de Preacher é um petardo típico da série, com todas as suas reviravoltas e maluquices colocadas na tela, a começar pela finalização das duas principais viagens então abertas: a de Jesse, prisioneiro no QG do Graal, enfrentando o Grande Pai e suas loucuras; e a de Tulip nas mãos do Anjo da Morte e do Santo dos Assassinos, encontrado Eugene e Hitler a caminho do Inferno. E nem o roteirista Gary Tieche ou o diretor Kevin Hooks pouparam esforços para tornar esse episódio mais uma das deliciosas loucuras da série. Preacher como deveria ser. Como a gente gosta.

Como vocês já devem saber, “Schwanzkopf” é uma palavra alemã que pode ser traduzida como “cabeça de pau“, referindo-se, no caso, ao fato de a cicatriz de Herr Starr fazer com seu sua cabeça pareça uma grande glande (hehehehe) com olhos e boca. E dentro desse contexto visual hilário, é absurdamente prazeroso ver o ator Pip Torrens entrar em cena com suas boinas e chapéus (depois, perucas), para esconder a marca. No presente capítulo, isso acaba sendo o tempero de algo muito maior, o enfrentamento astuto de Jesse diante do Grande Pai D’Aronique, que começa à distância, passa pelos dois mergulhados em vômito guardado no balde e termina com Custer e Starr nadando em vísceras, comida digerida e sangue do ex-chefe do Graal.

Esse é o tipo de episódio e ambiente onde o original mantém a sua essência (a única coisa importante em uma boa adaptação!) através de outros instrumentos. Uma das minhas grandes curiosidades aqui era ver como iriam trazer para a série a batalha vista em Orgulho Americano, especialmente porque não parecia que o Santo dos Assassinos iria dar as caras no QG. Pelo menos não antes de cumprir a sua parte do trato com Satã. E embora o desenvolvimento e finalização desse contexto e encontro tenham seguido por outros caminhos até entregar o banho de sangue que temos no original, o resultado final não decepcionou. Continua depondo a favor da série a sua engenhosa montagem, sempre aliando momentos deliciosamente sujos como estes a composições ou canções contrastantes. O efeito é um velho conhecido de experimentos do cinema desde Vertov e Eisenstein, mas quando bem utilizado — seja em séries, filmes, videoclipes, comerciais — o impacto continua sendo grandioso.

Ciente de que o bloco do Bonde Para o Inferno (hihihi) poderia cair em um marasmo insuportável dada a sua não-conclusão aqui (realmente deixaram o big bang para o finale), alguns mini enfrentamentos de Tulip com o Santo e o Anjo da Morte; a confiança maluca de Eugene em Deus e… Hitler sendo Hitler coroaram a sequência, que teve ainda um bom uso de desenhos em tela para validar um plano claramente fadado ao fracasso. A montagem, mais uma vez, acertou a mão, pois esses desenhos são pontuais e não duram mais tempo do que deveriam em tela. Ao fim, o bloco tem a interrupção maluca que se esperava… Não no Inferno, mas com um grupo de [neo] nazistas que vieram socorrer Hitler. Eu gargalhei.

Fica com Cassidy e Eccarius o bloco mais fraco do episódio, mas isso não significa ruim. Apenas mais fraco, se comparado aos outros. Eu gostei imensamente das conversas que eles tiveram, com Joseph Gilgun novamente mostrando o que sabe fazer em cena e já muito bem acompanhado por um contraste cínico na persona de Eccarius, personagem de Adam Croasdell. O bom de tudo isso é que a jornada termina para todos os envolvidos já no episódio final da temporada e os encontros, possivelmente, irão se estruturar para o próximo ano do show. Que grande mudança Preacher teve nesta temporada! Ou melhor, que baita retorno às boas origens! Oremos, irmãos, para que o final faça jus a esta nova bênção que recebemos, amém? Amém.

Preacher 3X09: Schwanzkopf (EUA, 19 de agosto de 2018)
Direção: Kevin Hooks
Roteiro: Gary Tieche (baseado nos personagens de Garth Ennis e Steve Dillon)
Elenco: Dominic Cooper, Joseph Gilgun, Ruth Negga, Graham McTavish, Ian Colletti, Pip Torrens, Noah Taylor, Julie Ann Emery, Malcolm Barrett, Colin Cunningham, Betty Buckley, Jeremy Childs, Tyson Ritter, Jonny Coyne, Adam Croasdell, Erinn Ruth, Nathaniel Woolsey, Theresa O’Shea
Duração: 42 min.

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