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Crítica | Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado

por Lucas Borba
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Quando temos contato com uma obra sequência, é natural esperarmos que ela seja no mínimo tão boa ou melhor do que a obra original. Superação é um anseio humano constante. Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado consegue essa façanha, mas avança poucos passos em relação ao primeiro filme da franquia.

O longa começa evocando nossa atenção para fenômenos cósmicos em diferentes partes do planeta. O ponto de parada é a costa oeste dos EUA e logo Reed Richards (Ioan Gruffudd) – Senhor Fantástico – entra em cena tentando identificar a origem dos estranhos fenômenos, ao mesmo tempo envolvido com os preparativos para seu casamento com Sue Storm (Jessica Alba) – Mulher Invisível. O irmão da moça, o quase narcisista Johnny Storm (Chris Evans) – Tocha Humana – tem como única preocupação aparente dar a Reed uma despedida de solteiro decente, enquanto Ben Grimm (Michael Chiklis) – Coisa – se dirige de um membro da equipe de heróis para outro, nas horas vagas desfrutando de seu relacionamento com a deficiente visual e conselheira informal do quarteto, Alicia Masters (Kerry Washington) – o roteiro claramente não encontrou muita função para o homem de pedra.

Só que o destino, não só dos heróis, mas do planeta inteiro, é posto em risco quando o responsável pelos fenômenos cósmicos se revela: o Surfista do título (Doug Jones, com voz de Laurence Fishburne), um alienígena que literalmente depende de uma prancha prateada para manter seus poderes e que ameaça destruir a Terra. A partir de então, a trama ganha um tratamento mais complexo do que no primeiro filme, com boas reviravoltas, que incluem inclusive o retorno do vilão Victor Von Doom (Julian McMahon) e o envolvimento do exército. As piadas também continuam acertadas, mas a abordagem rasa permanece evidente – destaque para a relação de Ben e Alicia ou para o desejo de Johnny por estabilidade amorosa, pontos mencionados, mas pouco desenvolvidos. O mesmo se diz do próprio Surfista Prateado, que se bem explorado poderia render um grande personagem – de longe o melhor da franquia, afinal, só sua história já renderia um filme próprio ao personagem -, mas não é o que acontece e o fim que ele leva é o mais pobre possível, consequentemente prejudicando muito a conclusão do longa. A trilha sonora também melhora em relação à obra predecessora, mas continua genérica na maior parte do tempo.

Assim, temos um trabalho que busca aprofundar a complexidade de sua narrativa, seguindo a lógica didática de oferecer algo mais denso a um público já iniciado em determinado universo. Em pequena escala, funciona, mas o grande problema de Quarteto Fantástico se mantém: um roteiro pobre em elemento humano e tecnicamente problemático, somando-se a isso um final simplista ao extremo.

Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer, EUA – 2007)
Direção: Tim Story
Roteiro: Don Payne, Mark Frost, John Turman (baseado em criações de Stan Lee e Jack Kirby)
Elenco: Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Chris Evans, Michael Chiklis, Julian McMahon, Kerry Washington, Andre Braugher, Laurence Fishburne, Doug Jones, Beau Garrett, Brian Posehn
Duração: 92 min.

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