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Crítica | Samurai Jack – 3ª Temporada

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

  • Leiam, aqui, as críticas das demais temporadas.

A saga de Jack para conseguir retornar ao passado continua na terceira temporada de Samurai Jack e o guerreiro japonês não poderia estar mais longe de atingir seu objetivo. Ao contrário do que vimos anteriormente, temos aqui uma temporada que não se preocupa muito com a busca pelo portal e, ao invés disso, investe na jornada pessoal do samurai. Evidente que alguns capítulos trazem seu objetivo principal à tona, mas os roteiristas sabem espaçar tais focos a fim de não causar cansaço no espectador através da simples repetição. O que é mais impressionante, contudo, é como a qualidade do seriado consegue se manter inabalável desde seu series première.

A terceira temporada tem início com o cômico episódio Chicken Jack, que segue de forma inusitada o padrão de trazer algo novo a cada semana do desenho. Aqui o samurai é transformado em uma galinha por um mago ranzinza e forçado a participar em brigas de galo. As costumeiras referências da série já começam a serem apresentadas aqui, com uma nítida alusão a Spartacus, com a velha história do guerreiro perdendo sua liberdade e tendo de lutar em uma arena. As influências da temporada não param por aí, chegando a homenagear os westerns com The Good, the Bad and the Beautiful, e a Meu Vizinho Totoro em Jack and the Creature.

Dito isso, não canso de repetir que Samurai Jack é uma animação melhor aproveitada se cada episódio for assistido com calma e não através de binge-watching, que desfavorece a estrutura procedural do desenho. Cada capítulo funciona como uma obra de arte separada, sempre com muita originalidade presente, com uma excelente equipe de roteiristas. Genndy Tartakosvky permanece na direção de todos os episódios, em geral dividindo o espaço com outro realizador, como Robert Alvarez ou Randy Myers. Dessa forma, a identidade visual é mantida e sentimos como se tudo fosse parte de uma única obra conjunta, não dividida por temporadas, o que se encaixa com a proposta da animação, que nomeia os capítulos continuamente por numerais romanos.

Devo dizer que os maiores destaques da temporada são as duas partes de The Birth of Evil, que nos traz a história de origem de Aku, chegando a nos mostrar como ele foi derrotado pela primeira vez pelo pai de Jack. A história cria um paralelo nítido com o primeiro episódio da série e nos entrega uma narrativa verdadeiramente épica que faz jus ao antagonista. Mako, como sempre, está excelente como dublador do vilão e não há como não soltar gargalhadas com as expressões faciais da criatura ou os tons de sua voz, que funcionam como o necessário alívio cômico em inúmeras situações.

Dito isso, a terceira temporada desse maravilhoso desenho consegue se manter tão intocável quanto sua primeira, um feito que certamente merece destaque e o mérito vai para o controle criativo de Genndy Tartakovsky e todo seu time de animadores e roteiristas. Dificilmente enxergamos um desenho com identidade visual tão forte e característica, com capítulos que dispensam longos diálogos e entregam a trama de maneira minimalista. Por essas razões, Samurai Jack é um desenho atemporal, que pode e deve ser aproveitado por pessoas de todas idades, cada uma, é claro, com diferentes níveis de percepção.

Samurai Jack – 3ª Temporada — EUA, 2002
Criação:
Genndy Tartakovsky
Direção:
Genndy Tartakovsky, Randy Myers, Robert Alvarez, Chris Savino
Roteiro:
Chris Reccardi, Aaron Springer, Chris Mitchell, Erik Wiese, Paul Rudish, Charlie Bean, Bryan Andrews, Brian Larsen, Don Shank, Genndy Tartakovsky
Duração:
13 episódios de aprox. 23 min.

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