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Crítica | Sons of Anarchy – 1ª Temporada

por Melissa Andrade
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Adoro seriados. De todos os tipos, tamanhos e formatos. Mas, por algum motivo que me é difícil explicar, sempre passei direto por Sons of Anarchy. Afinal, o que de tão interessante poderia ter num seriado que fala sobre uma gangue de motoqueiros?

Aparentemente, muita coisa.

Jackson “Jax” Teller nasceu e foi criado dentro do Sons of Anarchy, um clube de motoqueiros fundado por seu falecido pai. Agora, aos 30 anos, é o vice-presidente do clube. Porém, as coisas dentro do SoA não andam lá muito boas, assim como a sua própria vida. Um depósito onde ficam guardados os armamentos que traficam foi saqueado por um clube rival e queimado até a última madeira. A polícia local foi chamada e encontraram restos dos armamentos e também dois corpos carbonizados. O problema ainda aumenta quando o cliente, outra gangue, decide cobrar pela carga roubada e estreitar o prazo de entrega. Se tudo isso não fosse o suficiente, a ex-esposa viciada de Jax dá a luz prematuramente ao seu filho, colocando a vida do bebê em sério risco.

Graças à ajuda da Dra. Tara, antiga namorada de Jax que retornou a cidade, o bebê fica fora de perigo, mas precisa ficar internado um tempo para ganhar peso. Sua super protetora avó, Gemma, vigia a criança como uma leoa e vai defendê-lo até da própria mãe. Mesmo que para isso ela precise usar de meios mais extremos.

Com a paternidade pairando sob sua cabeça, Jax começa a enxergar o mundo de uma maneira diferente, o que inclui seu próprio clube e os membros que ele considera como família. Principalmente após ter encontrado um antigo manifesto sobre o clube que foi escrito por seu pai e largado esquecido em uma velha caixa de papelão. Ao ler o conteúdo, ele se dá conta das reais intenções do seu pai para com o clube e como as coisas se desvirtuaram drasticamente. Dessa forma ele tentará mudar a mentalidade da sua família, mas, isso não será uma tarefa fácil, especialmente com seu padastro Clay, o Presidente do Sons of Anarchy e a sua mãe.

Criado por Kurt Sutter, Sons of Anarchy não brinca em serviço. Mesmo sendo um seriado curto, com apenas 13 episódios, ele é direto e objetivo em cada um deles, o que acaba conquistando o espectador. A premissa do clube de motoqueiros e toda sua disciplina, regras, hierarquia e conduta deixam a trama ainda mais interessante. Um dos pontos altos se encontra na construção dos personagens. Ninguém é inteiramente bom ou ruim, todos, sem exceção, possuem ambos os lados, como todo ser humano e é aí que está a grande sacada do seriado. Pois, fica muito mais fácil se relacionar com os personagens quando eles se apresentam mais verossímeis.

O próprio protagonista, que está tentando a todo custo mudar seu comportamento, como também o comportamento de todo clube, tem as suas recaídas, seus momentos de violência, mas que só aparecem quando é realmente necessário. Não é gratuito, nem a todo instante. Afinal, ele precisa manter o respeito de todos. Nisso o ator britânico Charlie Hunnam consegue tirar de letra. Sua interpretação e caracterização do personagem estão ótimas e o sotaque, inexistente.

Contudo, os personagens de Ron Pearlman e Katey Sagal são simplesmente extraordinários. Vivem uma cumplicidade sem igual, a química é perfeita e conforme a temporada acontece, descobrimos que há muito mais por trás deles do que sequer imaginávamos e no final, tudo se resume a poder. Não importando como e de que forma ele venha. Sagal faz uma mãe e esposa linha dura que não leva desaforo para casa. A melhor cena, com toda certeza, é quando ela agride outra mulher e vai presa. Seu marido vai até a delegacia libertá-la, mas ela prefere passar a noite na cela para “ficar sozinha e pensar melhor”. Já Pearlman, o Presidente do clube vive numa constante encruzilhada entre fazer o que é o certo e o que deve ser feito. Ao mesmo tempo em que ele sabe quais serão as consequências de suas ações, mostrar-se mais ponderado pode ser encarado como um sinal de fraqueza, algo que certamente não quer demonstrar.

Sons of Anarchy possui não só um tema interessante e um elenco de primeira, como também é muito bem produzido. Você certamente nunca mais irá enxergar uma moto Harley Davidson de outra forma.

Sons of Anarchy – 1º Temporada (EUA – 2008)
Showrunner: Kurt Sutter
Roteiro: Kurt Sutter
Direção: Diversos
Elenco: Charlie Hunnam, Ron Pearlman, Katey Sagal, Mark Boone Junior, Kim Coates, Tommy Flanagan, Johnny Lewis, Maggie Siff, Drea de Matteo, Ryan Hurst, Theo Rossi, William Lucking, Taylor Sheridan, Sprague Grayden, Mitch Pileggi, Dayton Callie, Emilio Rivera, Glenn Plummer, Dendrie Taylor, Bob Rusch
Duração: 45 min.

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