Home TVEpisódio Crítica | Star Trek: Discovery – 1X09: Into the Forest I Go

Crítica | Star Trek: Discovery – 1X09: Into the Forest I Go

por Guilherme Coral
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– Contém spoilers do episódio. Leiam nossas críticas dos filmes e séries de Star Trekaqui.

De primeira oficial, passando por criminosa de guerra, até oficial de ciência, a jornada de Michael Burnham foi árdua e imprevisível durante essa primeira metade da temporada inaugural de Star Trek: Discovery, que, por sua vez, introduziu inúmeras novidades no universo de ficção científica criado por Gene Roddenberry. Deixados com um cliffhanger no capítulo anterior, retomamos exatamente de onde paramos, com a promessa de encerramento do arco que acompanhamos desde The Vulcan Hello, ao passo que esperanças pela chegada da paz são deixadas, talvez anunciando o retorno aos tempos de exploração dos tripulantes da U.S.S. Discovery.

A trama tem início com a iminência da chegada da nave klingon à orbita do planeta Pahvo. Considerando as capacidades bélicas do inimigo, Lorca é ordenado a retornar  à estação da Federação, mas, desde cedo, demonstra relutância em deixar os pacíficos seres do planeta próximo à mercê dos klingons. Com isso em mente, ele arranja tempo para que sua tripulação elabore um plano para descobrir como detectar as naves inimigas invisíveis. Não muito tempo depois eles decidem que, para cumprir tal meta, precisam enviar Michael e Ash à bordo da espaçonave klingon, tudo enquanto o tenente Stamets realiza sucessivos pulos com o motor de esporos, colocando sua própria vida em risco.

Considerando que os efeitos colaterais de tal motor foram pontualmente abordados no capítulo anterior, já era de se esperar que veríamos um foco maior nessa questão, mas o que foi realizado aqui em Into the Forest I Go certamente superou nossas expectativas, criando uma das narrativas mais dramáticas do seriado até então, aspecto essencial para o funcionamento desse fall finale. O fato de Stamets ter sua vida em risco permanece conosco do início ao fim, remetendo imediatamente ao sofrimento do tardígrado há episódios atrás, ponto que, claro, pode acabar servindo como justificativa de por que não vemos tal tecnologia nas séries que se passam após os eventos de Discovery.

O roteiro de Bo Yeon Kim e Erika Lippoldt acerta ao focar inúmeras das sequências em Stamets, fazendo com que, cada vez mais, nos importemos com ele – não que isso fosse necessário, já que ele fora bem explorado durante esses nove capítulos, mas certamente é um recurso bem-vindo. Dessa forma, mesmo o previsível final – não o destino da nave e sim o que aconteceu com o tenente – não perde seu impacto, funcionando como um belo cliffhanger, enquanto torcemos com todas as forças pela sobrevivência desse apaixonado explorador/ cientista.

Enquanto isso ocorre, em momento algum somos deixados esquecer de que a série se passa em tempos de guerra e, de fato, presenciamos uma curta, porém magistralmente conduzida batalha espacial. Importante notar como a série não segue pelo óbvio e opta por saídas criativas, tanto pela forma como a U.S.S. Discovery ataca, realizando curtos pulos em volta da nave inimiga, tanto pela solução encontrada para resolver o problema, que, como se não bastasse a tensão provocada pela situação de Stamets, ainda trabalha com o foco paralelo em Burnham e Ash, ambos no interior da nave klingon, um lidando com seu trauma da tortura que tivera de aguentar durante meses e a outra buscando uma forma de completar a missão.

Chega a ser impressionante como o texto nos leva de volta aos episódios de abertura da série, resgatando o conflito entre T’Kuvma e a capitã Georgiou, transmitindo a sensação de circularidade e de encerramento de arco, ao passo que Burnham recupera a insígnia de sua mentora, isso sem falar, claro, na curta, porém expressiva interação entre ela e Saru, com uma simples troca de olhares que já diz tudo. Para coroar toda essa construção, o resgate da almirante e a captura da klingon pela Federação amarra quase todas as pontas soltas deixadas anteriormente, permitindo que, de fato, enxerguemos esse capítulo como o encerramento de uma fase.

Claro que sempre haverá um cliffhanger e os dois com os quais somos deixados mais do que são capazes de nos encher de ansiedade – um deles já abordei aqui, mas o outro simplesmente pode abrir um gigantesco leque de possibilidades para a série, desde viagem no tempo, até viagem para outras dimensões – ambas temáticas já abordadas em capítulos das outras séries. Agora o maior trabalho será esperar pelo retorno da série, no dia 7 de janeiro de 2018.

Star Trek: Discovery – 1X09: Into the Forest I Go — EUA, 12 de novembro de 2017
Showrunners:
 Gretchen J. Berg, Aaron Harberts
Direção: Chris Byrne
Roteiro: Bo Yeon Kim, Erika Lippoldt
Elenco: Sonequa Martin-Green,  Doug Jones, Shazad Latif, Anthony Rapp, Mary Wiseman, Jason Isaacs, Wilson Cruz, Patrick Kwok-Choon, Michael Boisvert
Duração: 48 min.

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