Home QuadrinhosArco Crítica | Star Wars: Clone Wars – Vol. 9: Endgame

Crítica | Star Wars: Clone Wars – Vol. 9: Endgame

por Guilherme Coral
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estrelas 5,0

Espaço: Coruscant, Kashyyyk, Toola, New Plympto.
Tempo: 19 anos antes da Batalha de Yavin.

A Vingança dos Sith, desde seu lançamento, sempre fora um dos meus maiores guilty pleasures. Embora seja infinitamente melhor que A Ameaça Fantasma o longa conta com inúmeros problemas. A verdade é que, na teoria, a trilogia prelúdio conta com ótimas ideias, mas são tão terrivelmente executadas por George Lucas que a história do fim da República e da ascensão dos Sith acabou deixando muito a desejar. Felizmente, durante os longos anos nos quais os quadrinhos de Star Wars foram responsabilidade da Dark Horse Comics, as diferentes épocas desse universo foram amplamente exploradas por inúmeros roteiristas e artistas, com tramas que muitas vezes se sobressaíram aos filmes. O volume nove de Clone Wars é uma dessas histórias que melhoram nossa percepção do término das Guerras Clônicas.

Os eventos que acompanhamos em Endgame se passam paralelamente ao Episódio III. Aqui vemos Quinlan Vos lutando em Kashyyyk momentos antes da Ordem 66 ser dada; Kai Huddora ensinando uma padawan a como se proteger e se esconder nos tempos do recém criado Império; Dass Jennir iniciar uma resistência no planeta de New Plympto, se aliando aos nativos que combatera durante a guerra que marcara a galáxia até pouco tempo atrás. Estamos diante de uma obra que entrega um olhar adulto sobre esse período negro, que consegue ser muito mais realista e sombrio que o de A Vingança dos Sith.

Um dos aspectos mais criticados do terceiro filme dos prequels é o fato de não vermos Vader cumprindo seu destino como um dos maiores assassinos de Jedi da história da Ordem. Em Uma Nova Esperança Obi-Wan revela que o lorde Sith caçara e matara os cavaleiros da velha República remanescentes, mas nunca chegamos a ver isso nos filmes – no máximo Anakin acaba com algumas crianças, o que dificilmente o configura como a lenda que ele se tornaria depois, apenas um psicopata formado da noite para o dia. Esse ponto não apenas deixa a construção do Darth a desejar, como não cria a sensação de opressão e perseguição sentida na época do Império.

Isso tudo conseguimos vivenciar em Endgame, que nos entrega momentos verdadeiramente trágicos, que vão desde a morte dos Jedi até o Mestre e Padawan jogarem fora seus sabres de luz a fim de se esconderem das forças imperiais. Aqui, enfim, temos a percepção de uma Ordem despedaçada, de cavaleiros e mestres isolados, deixados sem saber o que fazer, sendo forçados, portanto, a seguir seus próprios caminhos isoladamente. Descobrimos, pois, que alguns deles não são mortos, simplesmente abandonam a Ordem e se tornam cidadãos comuns – os Sith, enfim, venceram.

A arte, primeiro nas mãos de Jan Duursema e depois na de Douglas Wheatley segue um estilo mais adulto, detalhista. O primeiro opta por algo mais quadrinesco, enquanto o segundo parte para um realismo maior, o que apenas contribui para uma atmosfera mais pesada, tendo em vista as ações de Vader que vemos em Purge, a última edição que compõe o volume 9. Essa mudança de visual representa muito bem a transição das duas eras, marcada pelo fim da série Republic e início da chamada Dark Times.

Endgame nos traz o final ideal dessa fase de Star Wars, algo que A Vingança dos Sith não conseguiu nos entregar. Com um clima ameaçador, repleto de dor e tristeza, acompanhamos os momentos finais da República e a desolação dos Jedi que sobreviveram à Ordem 66. Os tempos sombrios foram iniciados e, enquanto alguns cavaleiros da Força foram executados, outros deixaram seus sabres de luz para trás. Esta é uma obra que precisa ser lida por qualquer um que tenha sido deixado na mão pelo Episódio III e, também, por quem precisa entender a diferença entre o Império e o governo que o precedeu.

Star Wars: Clone Wars – Vol. 9: Endgame — EUA, 2006
Roteiro: John Ostrander, Welles Hartley
Arte: Jan Duursema, Douglas Wheatley
Letras: Michael David Thomas
Cores: Brad Anderson
Capas: Tomás Giorello
Editora original: Dark Horse Comics
Editora no Brasil: não publicado no Brasil até a data de lançamento da crítica
Páginas: 144

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