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Crítica | Star Wars: Darth Maul – Filho de Dathomir

por Pedro Cunha
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Espaço: Prisão secreta de Stygeon, Lua de Zanbar, Ord Mantell, Coruscant, Dathomir.

Tempo: República galática, durante as Guerras Clônicas. Entre o Episódio II e o Episódio III.

Muitos desavisados que viram o vilão Darth Maul vivo no season finale da segunda temporada de Star Wars Rebels se perguntaram “Como assim? Ele não estava morto?”. Pois é, Darth Maul insiste em viver. Para os fãs apenas dos filmes o Dathomiriano morreu quando Obi-Wan o cortou ao meio no Episódio I. Porém, os fãs da série animada Clone Wars sabem que essa não foi a verdadeira morte do vilão. O aprendiz não foi morto pelo sabre azul de Kenobi, CW revelou que o Sith sobreviveu moribundo no planeta lixo Lotho Minor. Na série animada vemos o retorno de Maul.

Depois de ser fortalecido pela magia antiga de Mãe Talzin, o ex Sith teve como objetivo saborear uma vingança, ele queria matar Kenobi e seu antigo mestre Darth Sidious. Em um dos melhores arcos da série, vemos uma emocionante batalha entre Maul e Palpatine no planeta Mandalore. É claro que o Lorde supremo dos Sith ganha a luta, muitos pensaram que esse seria o fim de Maul. Até seria interessante ver a mesma mão que o treinou acabar matando-o.

Mas o Dathomiriano insiste em viver, então vemos, outra vez, o renascimento de Maul na HQ Filho de Dathomir. Escrita para ser um roteiro de alguns episódios da série Clone Wars, o quadrinho é o fechamento do arco deixado em aberto do personagem. Aqui vemos o grupo irmãos da noite libertando Maul, que é prisioneiro de conde Dookan. Liberto, o guerreiro volta a liderar seu grupo de mandalorianos, com o objetivo de conquistar poder em meio a uma guerra civil.

Batalhas são feitas, o roteiro de Jeremy Barlow faz questão de mostrar Maul lutando com todos os principais personagens da trilogia prequel. Vemos o Sith lutando com Grievous, Kenobi, Dookan e muitos outros Jedis. Toda essa ação atrasa um pouco o roteiro, se cortássemos pela metade todas as lutas desnecessárias do quadrinho, com certeza diminuiríamos o numero de 4 para 2 edições.

Não digo que as lutas são chatas, muito pelo contrário, vemos lutas muito dinâmicas. Ainda mais nos traços de Juan Frigeri, o desenhista entrega algo muito médio, que não estraga mas também não é uma obra de arte. O problema de toda essa ação é, adaptar um roteiro de animação para quadrinho exige um filtro, a luta que fica plástica e funciona em 3D pode não cumprir seu objetivo quando colocada em uma mídia 2D, cansando o leitor e o roteiro.

Se a HQ não surpreende na ação, os diálogos também não encantam, Barlow parece não ter a pretensão de contar uma grande história. Pelo menos vemos um entrosamento entre o artista e o roteirista, ambos combinam em permanecer na média, entregando assim um quadrinho no máximo mediano, com soluções tão vazias quanto, empurrar Maul para a “salvação”, literalmente.

Filho de Dathomir nos leva a uma reflexão em seu final, será que Maul já não é um personagem desgastado? É evidente que o Sith é um sucesso absoluto em todo o fandom de Star Wars, muitos chegam a dizer que; o vilão é, com certeza, o melhor das prequels. Particularmente, ele nunca foi o meu personagem favorito, não por conta de seu Design, que com certeza é muito “bonito”. Mas pelo caráter do personagem. Sempre preferi diálogo a ação, e vemos no Episódio I que o vilão não é muito chegado a palavras.

Em Clone Wars o Sith tem mais a oportunidade de falar, a série dá mais espaço para o desenvolvimento do vilão, todavia, será que é esse o tipo de desenvolvimento que queremos ver? Com certeza reviver Maul enfraquece a já não muito importante morte de Qui-Gon e a vingança de Obi-Wan. Revivê-lo pela segunda vez está longe de fazer com que o personagem ganhe força, muito pelo contrário, seu apelo fica cada vez mais fraco.

Agora temos o Sith de volta a vida no universo. Como mencionei no início do texto, Maul apareceu no último episódio da segunda temporada de Rebels. O vilão tem a terceira oportunidade de se tornar um pouco mais interessante, realmente acredito que ele possa cumprir essa missão, pois agora vemos um personagem um pouco diferente de antes. Maul diz para Ezra que não é Jedi, e que os Sith tiraram tudo que ele possuía. Ele o intitula como Force-wielder, em português seria algo como “utilizador da Força”.

Nem Jedi, nem Sith. Alguém que caminha entre os dois lados da força, esse talvez seja o tipo de comportamento esperado de alguém que sofreu tanto na mão dos Jedi, Sith e principalmente dos roteiristas. Espero que Dave Filoni consiga lidar melhor com Maul em Rebels do que Jeremy Barlow e Juan Frigeri lidaram com o personagem em Filho de Dathomir, esse medíocre quadrinho.

Star Wars: Darth Maul – Filho de Dathomir (Star Wars: Darth Maul – Son of Dathomir) — EUA, 2014.
Roteiro: Jeremy Barlow
Arte: Juan Frigeri
Cores: Wes Dzioba
Letras: Megalex
Editora original: Dark Horse Comics.
Data original de publicação: Maio de 2014
Páginas: 95 (aprox.)

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