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Crítica | Star Wars – Império Arco 2: Princesa… Guerreira

por Guilherme Coral
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estrelas 2

Espaço: Ralltiir, Kattada
Tempo: 
Semanas antes da Batalha de Yavin (a.BY)

Império continua em seu segundo arco nos trazendo uma história completamente diferente daquela que vimos em Traição. Saímos do âmago do Império Galáctico e focamos no ponto de vista da Princesa Leia, semanas antes dos eventos que marcariam sua vida em Uma Nova Esperança. Aqui, a Skywalker já está amplamente envolvida nas atividades da Aliança Rebelde, mas ainda está longe de ser a líder que se tornaria nos filmes da Trilogia Clássica. Esta é uma das histórias de como seu caráter foi construído, trazendo um choque de realidade para a princesa que acreditava que derramamento de sangue não seria necessário.

sw império arco 2 capaO roteiro de Randy Stradley, que resume sua história em apenas duas edições de apenas vinte e quatro páginas cada, é conciso como deve ser e já nos joga no meio da narrativa principal sem muitas delongas. A Tantive IV, nave de Leia que vemos logo na cena inicial de Guerra nas Estrelas, pousa no planeta Ralltiir, onde uma pequena insurgência está prestes a ocorrer. Presa no meio do conflito entre esses rebeldes e os imperiais, a princesa se vê forçada a agir, obviamente apoiando os insurgentes. Ao conseguirem escapar, Leia e alguns sobreviventes rebeldes vão para o planeta Kattada, onde a Skywalker assumiria o manto não só de líder, como de símbolo para a resistência.

Em apenas quarenta e oito páginas, Stradley faz um ótimo trabalho de construção de personagem, sabendo realizar uma nítida e orgânica transformação da disposição da protagonista em relação à Rebelião. A Leia que encontramos nas páginas iniciais não é a mesma do término da história. Infelizmente, enquanto é bem sucedido nesse aspecto, Stradley acaba falhando na coerência de sua história. Algumas decisões e eventos que transpassam simplesmente surgem do nada, garantindo um evidente tom de artificialidade para o roteiro. Essa característica gera no leitor a sensação de que a trama é demasiadamente acelerada e repleta de buracos, o que, naturalmente, reduz a qualidade de sua narrativa juntamente com o grau de imersão que se é possível atingir.

sw império arco 2 interna

O traço de Davidé Fabbri não se encaixa bem com o tom almejado pelos quadrinhos. O visual cartunesco não condiz com a temática da guerra, especialmente em se tratando da inevitável perda de vidas decorrente dela. A caracterização dos personagens garante uma nítida individualidade a cada um, mas não conseguimos engolir tal arte em cores vivas pela maneira que destoa da narrativa. Algo similar ao que vimos em Darth Vader e a Prisão Fantasma, que traz linhas mais realistas, seria uma escolha interessante, aumentando a sensação de urgência que a história tenta passar.

Por tais fatores, o arco Princesa…Guerreira acaba se classificando em um nível inferior àquele da abertura da publicação Império, por mais problemático que esse também tenha sido. Temos a impressão de que esse nada mais é do que de um filler, apenas preenchendo o buraco entre duas histórias maiores. Randy Stradley tinha em suas mãos uma boa oportunidade de construir a psiquê de uma das mais importantes personagens de Star Wars, mas acaba falhando e nos traz uma história que apenas beira o aceitável.

Star Wars – Império Arco 2: Princesa… Guerreira
Conteúdo: Império #5 e 6, lançadas em 5 de fevereiro de 2003 e 5 de março de 2003.
Roteiro: Randy Stradley
Arte: Davidé Fabbri
Cores: Christian Dalla Vechia
Editora: Dark Horse Comics
Páginas: 48

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