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Crítica | Star Wars: Tag & Bink

por Ritter Fan
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estrelas 4

Obs: Leia tudo do nosso Especial Star Wars, aqui.

Espaço (não-canônico): Mesmos locais da Trilogia Original e Trilogia Prelúdio
Tempo (não-canônico): Durante os eventos da Trilogia Original e Trilogia Prelúdio

Tag e Bink são dois personagens coadjuvantes no universo de Star Wars criados por Kevin Rubio como protagonistas de histórias curtas publicadas em Star Wars Tales, da Dark Horse Comics na veia da peça de teatro e filme Rosencrantz & Guildenstern Estão Mortos, de Tom Stoppard que aborda os acontecimentos de Hamlet a partir de dois personagens subsidiários. Com o sucesso dos personagens, a editora encomendou edições dedicadas aos personagens claramente fora do cânone estabelecido diante da pegada cômica usada por Rubio. O resultado foram a minissérie em dois números Tag & Bink Are Dead, que lida com os acontecimentos de Uma Nova Esperança e O Império Contra-Ataca, o one-shot The Return of Tag & Bink, que lida com os acontecimentos de O Retorno de Jedi e, por último, o one-shot Tag & Bink: Revenge of the Clone Menace que, como o título deixa claro, lida com toda a Trilogia Prelúdio (para o leitor reparar como os três filmes podem ser facilmente resumidos em pouco mais de 20 páginas em quadrinhos…).

Os personagens são vistos, pela primeira vez, como soldados rebeldes na nave espacial alderaaniana Tantive IV, que transporta a Princesa Leia no começo de Uma Nova Esperança. Vendo que a situação está complicada com a abordagem dos soldados imperiais e Darth Vader, os dois não demoram e deserdam da batalha, disfarçando-se de Stormtroopers e, no processo, indo parar na Estrela da Morte. Ao longo das duas edições de Tag & Bink Are Dead, os dois navegam, sempre disfarçados, por todos os acontecimentos importantes dos dois primeiros filmes da saga. Rubio é muito inteligente em escolher os momentos exatos, inserindo-os de maneira cirúrgica, de forma que seria perfeitamente aceitável imaginar que os dois estavam mesmo presentes durante todo o imbróglio estelar.

Exemplo disso é o uso de Tag e Bink na sequência em que Obi-Wan Kenobi desliga o raio trator da Estrela da Morte. Vocês não os viram lá? Ora, são aqueles dois Stormtroopers conversando sobre o novo modelo de nave recém-lançado! Ah, e sabem quem forma os responsáveis pelo furto da nave Tydirium do Império. Sim, eles mesmos: Tag e Bink. E, obviamente, foram eles que acharam a medalha de Chewie no saguão da celebração ao final de Uma Nova Esperança. Como se isso tudo não bastasse, um grande segredo foi revelado: Tag foi quem atirou em C-3PO em Bespin, desmembrando-o. E foi por não gostar mesmo do droide e não algo sem querer…

E a pegada satírica de Rubio continua em The Return of Tag & Bink, colocando-os até como os dois Guardas Imperiais vermelhos na sala do trono do Imperador. Sim, são eles lá no fundo e os dois testemunharam todo o conflito entre Luke e Darth Vader e, depois, a virada de mesa pelo pupilo de Palpatine. Em outras palavras, Tag e Bink sempre estiveram ativamente em praticamente toda a Trilogia Original e nunca levaram os devidos créditos…

No one-shot que volta para o passado e lida com a Trilogia Prelúdio, o roteiro de Rubio enlouquece completamente e parte da lenda de Darth Plagueis, conforme contada ao jovem e influenciável Anakin pelo chanceler e futuro imperador Palpatine. Descobrimos que a capacidade de manipulação dos midi… (não, não consigo repetir essa imbecilidade criada por George Lucas) levou à geração de três crianças, uma em Alderaan, outra em Corellia e a terceira em um planeta em órbita de um sol vermelho cujo último habitante veio parar na Terra pelas ações de seus pais (mas essa terceira criança, aham…, não é abordada na publicação…). Mas as duas primeiras, vocês adivinharam, são Bink Otauna e Tag Greenly, ambos padawans sendo treinados no Templo Jedi.

E o que eles fizeram por lá? Ora, tenho certeza que os mais sabichões adivinharam de cara: sem querer apagaram a localização de Rishi Maze dos arquivos Jedi! Não, não vou dizer o que é Rishi Maze. Você deveria saber…

E isso só para começar, claro. Os dois dão conselhos amorosos a um Anakin apaixonado e cheio de areia você sabe onde, lutam contra Jango Fett e sobrevivem ao massacre dos pequenos padawans perpetrado por um enfurecido Anakin Vaderwalker.

A diversão no texto de Rubio é garantida e ela é amplificada pela deliciosa arte de Lucas Marangon que se refestela ao popular cada página com um impressionante número de referências visuais das mais surreais. De O Guia do Mochileiro das Galáxias, passando por Battlestar Galactica e indo até O Nome da Rosa, ele joga a tarefa completamente para o leitor caçar cada aspecto como procurar o Wally nas publicações com o personagem. Assim, a leitura rápida das quatro edições que formam o conjunto da obra com Tag e Bink ganha bônus e sobrevida que gera a vontade de reler as histórias.

Tag & Bink nasceu pequeno e de influências shakespearianas e nunca alcançou a estratosfera em termos de fama, mas o trabalho de Rubio e Marangon merece respeito por abordar a sátira e a paródia de maneira inteligente e redonda dentro do Universo Star Wars.

Star Wars: Tag & Bink (Tag & Bink Are Dead #1 e 2, The Return of Tag & Bink, Tag & Bink: Revenge of the Clone Menace, EUA)
Roteiro: Kevin Rubio
Arte: Lucas Marangon
Arte final: Howard M. Shum
Letras: Steve Dutro
Cores: Michelle Madsen
Editora (nos EUA): Dark Horse Comics
Data de publicação original: outubro e dezembro de 2001 (Tag & Bink Are Dead), março de 2006 (The Return of Tag & Bink), abril de 2006 (Tag & Bink: Revenge of the Clone Menace)
Páginas: 23 (por edição)

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