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Crítica | Superpai (2015)

por Gisele Santos
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Sempre tento ver o lado bom das coisas. Mesmo nos filmes mais terríveis que já vi na vida, sempre tento tirar algo de bom, uma lição pelo menos de toda a ruindade vista na tela. Mas foi difícil encontrar algo de bom em Superpai, nova comédia nacional.

Na trama, Diogo (Danton Mello) é um pai desempregado que já foi “o cara” nos tempos da escola. Agora, ocupa seu tempo jogando pôquer com o pessoal da rua e dando trabalho para sua esposa Mariana (Mônica Iozzi, ex-CQC). Na noite do reencontro da turma do colegial, quando Diogo vê a possibilidade de consertar um erro do passado e transar com a gostosa da escola, um fato faz com que ele precise passar a noite cuidando do filho Luca, de seis anos. No meio da noite, ele acaba perdendo o moleque, ou melhor, o trocando por um outro, e recorre aos ex-colegas de colegial (Dani Calabresa, Antônio Tabet e Thogun Teixeira) para se livrar das trapalhadas.

O roteiro de Superpai (que foi adaptado de roteiro americano que nunca saiu do papel), se é que podemos chamar aquilo de roteiro, é uma grande colcha de retalhos sem sentido algum. O filme até começa bem, mas quando a turma da escola é inserida na trama, as situações mais absurdas acabam acontecendo. E pior, as soluções que o roteiro dá para elas deixam tudo ainda pior. Um exemplo é o desfecho, que mistura dois comediantes (Rafinha Bastos e Danilo Gentili) em papéis sem qualquer aprofundamento, totalmente caricatos e com interpretações canastronas e forçadas.

Falando em interpretações, a única pessoa que se salva é mesmo Antônio Tabet. São dele os poucos momentos engraçados do filme. Ele, mesmo sendo do elenco de apoio, consegue dar alguma graça às situações sem sentido do filme (a piada com a Angelina Jolie foi a única que realmente me fez esboçar um sorriso). Danton Mello até tenta, mas está longe de conseguir o carisma do irmão e a força de ser um protagonista de comédia. O mesmo vale para Dani Calabresa, que se esforça, mas não convence como uma viciada em sexo em reabilitação. Mas ninguém é tão ruim quanto Mônica Iozzi. Gente, porque alguém deu um papel no cinema para ela? Como repórter do CQC ela até dava conta do recado, mas como atriz a pobrezinha é sofrível. De doer a alma…

Ao final, fica aquela sensação de que você desperdiçou a grana do ingresso e que poderia ter gastado esse dinheiro em algo mais útil (quem sabe ver Cinquenta Tons de Cinza? Brinks…). E também rola aquela dor de saber que o cinema nacional não sabe fazer boas comédias. As piadas são sempre as mesmas, rasas, tipo Zorra Total e mesmo bons comediantes, como Tabet, não conseguem dar conta de fazer a plateia rir como no Porta dos Fundos. Sem contar que filmes como Superpai aumentam o preconceito das pessoas quanto ao cinema nacional. Acreditem, fazemos filmes melhores do que isso, a questão é que eles não chegam ao grande público em vários casos.

Superpai (Brasil – 2015)
Direção: Pedro Amorim
Roteiro: Pedro Amorim, Rafinha Bastos
Elenco: Danton Mello, Dani Calabresa, Antônio Tabet, Rafinha Bastos, Danilo Gentilli, Mônica Iozzi, Juliana Didone
Duração: 123 min.

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