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Crítica | The Handmaid’s Tale – 2X12: Postpartum

por Luiz Santiago
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  • Há SPOILERS do episódio e da série. Leia aqui as críticas dos outros episódios.

Penúltimo episódio da temporada e estamos assim, com um mal tratamento de cliffhangers e a terceira rodada de um ciclo que não está fazendo bem à série, ponto que trabalharei melhor adiante. Em Holly, tivemos duas pontas soltas muito delineadas para serem simplesmente “chamarizes de ocasião”. Em uma delas, Nick, que é levado para algum lugar por estar naquela misteriosa casa onde ninguém deveria estar. Noutra está June, que termina o episódio com a perspectiva de algum tipo de resgate. Em Postpartum, não vemos uma real continuidade temporal daquilo. Já se passaram semanas desde aquele evento. June está usando bombas de tirar leite materno, longe de Holly (renomeada pelos Waterford). E para “resolver” a questão do sequestro de Nick, há apenas um par de frases de Fred a respeito. Nada interessante.

Se é para apresentar cliffhangers que não têm impacto narrativo a curto e médio prazo, então qual é o motivo de mostrá-los? Este é um dos pontos que torna esse roteiro problemático em pelo menos metade do tempo. Existem uma grande porção de questões ignoradas ou “resolvidas” às pressas, servindo a um propósito de “fechamento de arco” que não é satisfatório. Notem, por exemplo, a terrível e dolorosa punição de Eden, por adultério. A personagem entrou na série como uma potencial ameaça, foi mais ou menos mantida para esse propósito, inclusive com incursões no roteiro para olhares furtivos e frases suspeitas, tudo isso para, no fim, ela ir procurar amor nos braços do infame Isaac e se manter no propósito pessoal, tendo aquele final muito, muito difícil de se assistir.

A punição como espetáculo ou exemplo moral também me pareceu deslocada a esta altura do campeonato, um tipo de abertura para as nuances claustrofóbicas que me deixaram intrigado, e não de um jeito positivo. Entendo o apelo, mas não vejo necessidade disso nesse ponto, percebem? O que gosto dessa sequência é a bela direção de fotografia e a forma como a diretora Daina Reid mostrou com habilidade os rotos dos “espectadores” e a entrada de Eden e Isaac no local, novamente, passando por um tipo de repreensão divina, e por ela sendo punida por um bem maior, como tudo o que fazem em Gilead: “é para manter a vontade de Deus“. Ahã.

Então volto ao ciclo incômodo que citei no começo. Eu não tenho problema algum com a proposta de sofrimento que essa sociedade traz a tiracolo. Entendo isso como raiz desse Universo, assim como a sua extrema dificuldade de transformação, logo, este não é o problema. Minha preocupação — e acho que foi a primeira vez na série que isso me veio — é com o loop infinito de saída e retorno para o mesmo lugar. Eu realmente esperava que o parto de Holly fosse o início de um momento diferente a partir de June, mas não foi isso que tivemos aqui. Espero muito que na próxima temporada, alguma alteração — de conjuntura mesmo, nem precisa ser de estrutura! — se ponha no caminho da personagem.

Em compensação, Emily é colocada em um cenário que realmente promete. Resta saber se é mais por dor e lágrimas ou algum tipo de autocrítica vinda de dentro da organização dessa sociedade. O Comandante para o qual ela foi designada é considerado um “homem brilhante” e Emily fica espantada em perceber que esse “homem brilhante” a escolheu. Maior estranheza acontece quando vemos a casa do indivíduo, cheia de vida, quadros, bagunça, diferente da casa dos outros Comandantes, sempre limpas e no padrão-Gilead. Fiquei com sentimentos conflitantes em relação a ele. Se é alguém pior que Fred ou se é um tipo de “espírito arrependido” que pode acrescentar algo muito interessante ao show. Vejam bem, ele estava lendo Maus. Não é um quadrinho que eu imagino os Comandantes lendo só para pegar “lições de opressão”. Aliás, o quadrinho é uma crítica ferrenha a um sistema opressivo… O que tiver que ser, será no próximo capítulo, encerrando a temporada. E tomara que seja um bom final.

The Handmaid’s Tale – 2X12: Postpartum (4 de julho de 2018)
Direção: Daina Reid
Roteiro: Eric Tuchman
Elenco: Elisabeth Moss, Joseph Fiennes, Yvonne Strahovski, Alexis Bledel, Amanda Brugel, Ann Dowd, Max Minghella, Bradley Whitford, Julie Dretzin, Sydney Sweeney, Rohan Mead, Edie Inksetter, Adrian Walters, Chris Gillett, Victoria Fodor
Duração: 50 min.

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